Colocação das palavras na língua portuguesa

 

 

 

Colocação das palavras na língua portuguesa

 

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Colocação das palavras na língua portuguesa

Colocação das Palavras

Quando falamos ou escrevemos, nem sempre nos damos conta de que a simples mudança do lugar de uma palavra pode afetar consideravelmente o sentido de uma frase, como é o caso deste exemplo:

Na festa dos bichos, o sapo não veio.
Na festa dos bichos, o sapo não veio .

Outras vezes, a posição das palavras não afeta em nada o sentido, mas prejudica a sonoridade. Com uma simples mudança de posição, pode-se consertar tudo. Neste diálogo, por exemplo:

- Você não me conhece?
- Eu não. Nunca vi-te.

A segunda fala, que nem parece português, ficaria perfeita apenas com o deslocamento do pronome:

- Eu não. Nunca te vi.

Bastam esses dois exemplos para demonstrar que a posição das palavras não é indiferente no português, afetando tanto o sentido quanto outros aspectos da comunicação que não podem ser deixados de lado.
Problemas como esses são chamados de sintaxe de colocação.

Colocação e Estrutura Sintática

A colocação interfere, muitas vezes, na estrutura da frase, como se pode observar num dos versos da seguinte estrofe:

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive.

Manuel Bandeira

Tomemos o verso: Rainha e falsa demente.
Agora, troquemos a posição do e: Rainha falsa e demente.

Como se vê, a simples mudança de lugar da conjunção “e” altera a relação sintática entre os termos do enunciado e afeta o sentido.
No primeiro exemplo, falsa qualificando demente (é um adjunto adnominal). No segundo exemplo, o mesmo termo continua sendo um qualificador; nessa posição, porém, não está mais associado a demente, mas a rainha, colocando sob suspeita o título de majestade e não a demência da soberana, como  na versão original. Por aí se vê que a alteração da ordem das palavras pode modificar a estrutura sintática da frase.
Evidentemente, nem toda mudança na colocação das palavras interfere na estrutura sintática. Quando tratamos dos marcadores de correlação entre as palavras da frase, a mudança de colocação só afeta o sentido do enunciado quando faltam outros marcadores de correlação.

Harmonia: a colocação interfere também na sonoridade da frase. Observe os dois enunciados que seguem:

Não se farão concessões.
Não farão-se concessões.

Mesmo sem apelar para conhecimentos especializados, sentimos que o primeiro enunciado está totalmente enquadrado nos padrões de harmonia e melodia da frase: é agradável de ouvir. Por outro lado, o segundo enunciado nega completamente esses padrões. Isso nos leva a concluir que há disposições de palavras mais harmônicas do que outras.

Clareza: a colocação interfere também na maior ou menor clareza do enunciado. Há uma disposição das palavras que exige menos esforço de compreensão que outra. Vejamos os dois enunciados a seguir:

A destruição pelas chuvas da ponte trouxe enormes prejuízos.
A destruição da ponte pelas chuvas trouxe enormes prejuízos.

Como se pode perceber, o segundo enunciado, em matéria de clareza, é francamente preferível ao primeiro.

Expressividade: a colocação, por fim, serve para criar efeitos de sentido variados: o deslocamento de uma palavra ou expressão pode conferir-lhe maior ou menor força de expressão. Veja os exemplos a seguir, em que foi trocada a posição do adjetivo em relação ao substantivo:

Dize-me para onde vais, solitário peregrino!
Dize-me para onde vais, peregrino solitário!

Confrontando os dois enunciados, fica evidente a ênfase que ganha o adjetivo do primeiro enunciado pela sua anteposição ao substantivo. No segundo enunciado, o adjetivo posposto ao substantivo cria um efeito de mais objetividade, de neutralidade. No primeiro, enfatiza a impressão subjetiva do enunciador.

Topicalização: é o mesmo que colocar no topo. Considera-se o início da frase como se fosse o topo. Assim, a colocação de uma palavra ou expressão no início é uma forma de destacá-la no enunciado. Exemplo: O casarão, não havia nada que chamasse mais atenção na paisagem.

Focalização: há palavras que se justapõem a outras para dar-lhes destaque, como se fossem um objeto colocado sob o foco de luz num cenário. Exemplo: De todas as peças do jogo, o rei é que recebe mais luz nesse tabuleiro.

Princípio Geral

Nossos estudos gramaticais não dispõem ainda de um conjunto fechado de normas sobre a colocação das palavras no enunciado. Apesar disso, podemos pautar-nos pela seguinte fórmula: A disposição ideal das palavras (salvo os casos sujeitos à expressividade) é aquela que confere à frase maior clareza e sonoridade. Exemplo:

As críticas mais severas dos deputados ao presidente vieram de seu próprio partido.
As críticas mais severas ao presidente dos deputados vieram de seu próprio partido.

Não há dúvida de que a disposição das palavras é mais clara no primeiro do que no segundo exemplo.

Colocação dos Pronomes Oblíquos Átonos

Um dos aspectos da harmonia da frase refere-se à colocação dos pronomes oblíquos átonos. Tais pronomes situam-se em três posições:
- Antes do verbo (próclise): Não te conheço.
- No meio do verbo (mesóclise): Avisar-te-ei.
- Depois do verbo (ênclise): Sente-se, por favor.

Próclise

Por atração:usa-se a próclise quando o verbo vem precedido das seguintes partículas atrativas:
- Palavras ou expressões negativas: Não te afastes de mim.
- Advérbios: Agora se negam a depor. Se houver pausa (na escrita, vírgula) entre o advérbio e o verbo, usa-se a ênclise: Agora, negam-se a depor.
- Pronomes Relativos: Apresentaram-se duas pessoas que se identificaram com rapidez.
- Pronomes Indefinidos: Poucos se negaram ao trabalho.
- Conjunções subordinativas: Soube que me dariam a autorização solicitada.

Com certas frases: há casos em que a próclise é motivada pelo próprio tipo de frase em que se localiza o pronome.
- Frases Interrogativas: Quem se atreveria a isso?
- Frases Exclamativas: Quanto te arriscas com esse procedimento!
- Frases Optativas (exprimem desejo): Deus nos proteja. Se, nas frases optativas, o sujeito vem depois do verbo, usa-se a ênclise: Proteja-nos Deus.

Com certos verbos: a próclise pode ser motivada também pela forma verbal a que se prende o pronome.
- Com o gerúndio precedido de preposição ou de negação: Em se ausentando, complicou-se; Não se satisfazendo com os resultados, mudou de método.
- Com o infinito pessoal precedido de preposição: Por se acharem infalíveis, caíram no ridículo.

Mesóclise

Usa-se a mesóclise tão somente com duas formas verbais, o futuro do presente e o futuro do pretérito, assim quando não vierem precedidos de palavras atrativas. Exemplos:

Confrontar-se-ão os resultados.
Confrontar-se-iam os resultados.

Mas:
Não se confrontarão os resultados.
Não se confrontariam os resultados.

Não se usa a ênclise com o futuro do presente ou com o futuro do pretérito sob hipótese alguma. Será contrária à norma culta escrita, portanto, uma colocação do tipo:

Diria-se que as coisas melhoraram. (errado)
Dir-se-ia que as coisas melhoraram. (correto)

Ênclise

Usa-se a ênclise nos seguintes casos:

- Imperativo Afirmativo: Prezado amigo, informe-se de seus compromissos.

- Gerúndio não precedido da preposição “em” ou de partícula negativa: Falando-se de comércio exterior, progredimos muito.

Mas
Em se plantando no Brasil, tudo dá.
Não se falando em futebol, ninguém briga.
Ninguém me provocando, fico em paz.

- Infinitivo Impessoal: Não era minha intenção magoar-te. Se o infinitivo vier precedido de palavra atrativa, ocorre tanto a próclise quanto a ênclise.
Espero com isto não te magoar.
Espero com isto não magoar-te.

- No início de frases ou depois de pausa: Vão-se os anéis, ficam os dedos. Decorre daí a afirmação de que, na variante culta escrita, não se inicia frase com pronome oblíquo átono. Causou-me surpresa a tua reação.

O Pronome Oblíquo Átono nas Locuções Verbais

- Com palavras atrativas: quando a locução vem precedida de palavra atrativa, o pronome se coloca antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal. Exemplo: Nunca te posso negar isso; Nunca posso negar-te isso. É possível, nesses casos, o uso da próclise antes do verbo principal. Nesse caso, o pronome não se liga por hífen ao verbo auxiliar: Nunca posso te negar isso.

- No início da oração ou depois de pausa: quando a locução se situa no início da oração, não se usa o pronome antes do verbo auxiliar. Exemplo: Posso-lhe dar garantia total; Posso dar-lhe garantia total. A mesma norma é válida para os casos em que a locução verbal vem precedida de pausa. Exemplo: Em dias de lua cheia, pode-se ver a estrada mesmo com faróis apagados; Em dias de lua cheia, pode ver-se a estrada mesmo com os faróis apagados.

- Sem atração nem pausa: quando a locução verbal não vem precedida de palavra atrativa nem de pausa, admite-se qualquer colocação do pronome. Exemplo:
A vida lhe pode trazer surpresas.
A vida pode-lhe trazer surpresas.
A vida pode trazer-lhe surpresas.

Observações

- Quando o verbo auxiliar de uma locução verbal estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito, o pronome pode vir em mesóclise em relação a ele: Ter-nos-ia aconselhado a partir.

- Nas locuções verbais, jamais se usa pronome oblíquo átono depois do particípio. Não o haviam convidado. (correto); Não haviam convidado-o. (errado).

- Há uma colocação pronominal, restrita a contextos literários, que deve ser conhecida: Há males que se não curam com remédios. Quando há duas partículas atraindo o pronome oblíquo átono, este pode vir entre elas. Poderíamos dizer também: Há males que não se curam com remédios.

- Os pronomes oblíquos átonos combinam-se entre si em casos como estes:
me + o/a = mo/ma
te + o/a = to/ta
lhe + o/a = lho/lha
nos + o/a = no-lo/no-la
vos + o/a = vo-lo/vo-la

Tais combinações podem vir:
- Proclítica: Eu não vo-lo disse?
- Mesoclítica: Dir-vo-lo-ei já.
- Enclítica: A correspondência, entregaram-lha há muito tempo.

Segundo a norma culta, a regra é a ênclise, ou seja, o pronome após o verbo. Isso tem origem em Portugal, onde essa colocação é mais comum. No Brasil, o uso da próclise é mais frequente, por apresentar maior informalidade. Mas, como devemos abordar os aspectos formais da língua, a regra será ênclise, usando próclise em situações excepcionais, que são:
- Palavras invariáveis (advérbios, alguns pronomes, conjunção) atraem o pronome. Por “palavras invariáveis”, entendemos os advérbios, as conjunções, alguns pronomes que não se flexionam, como o pronome relativo que, os pronomes indefinidos quanto/como, os pronomes demonstrativos isso, aquilo, isto. Exemplos: “Ele não se encontrou com a namorada.” – próclise obrigatória por força do advérbio de negação. “Quando se encontra com a namorada, ele fica muito feliz.” – próclise obrigatória por força da conjunção;
- Orações exclamativas (“Vou te matar!”) ou que expressam desejo, chamadas de optativas (“Que Deus o abençoe!”) – próclise obrigatória.
- Orações subordinadas – (“... e é por isso que nele se acentua o pensador político” – uma oração subordinada causal, como a da questão, exige a próclise.).

Emprego Proibido:
- Iniciar período com pronome (a forma correta é: Dá-me um copo d’água; Permita-me fazer uma observação.);
- Após verbo no particípio, no futuro do presente e no futuro do pretérito. Com essas formas verbais, usa-se a próclise (desde que não caia na proibição acima), modifica-se a estrutura (troca o “me” por “a mim”) ou, no caso dos futuros, emprega-se o pronome em mesóclise. Exemplos: “Concedida a mim a licença, pude começar a trabalhar.” (Não poderia ser “concedida-me” – após particípio é proibido -       nem “me concedida” – iniciar período com pronome é proibido). “Recolher-me-ei à minha insignificância” (Não poderia ser “recolherei-me” nem “Me recolherei”).

 

Fonte do documento:

http://s7041.minhateca.com.br/File.aspx?e=uHSLShldSpKziVeU3-n5MG1g72Ur-3lXBNi0ubivRjufHmcxhuyRrWl1sqEecm1VT-pqJI25cH50ZmgzlXUjOh6yHAsgswog4ypxlqgCWTfrUjfUtGZ9dYDf35_dkukRBfOfHapnI5ZBb63gEn2_6eYoBfrtUZaSvc687CF8Egs&pv=1

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