História Incas

 


 

História Incas

 

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Os Incas

 

Depois de uma leve pincelada nas histórias de povos que precederam os incas chegamos, caro leitor, naquele momento onde geralmente os livros didáticos começam os seus relatos sobre a América: o início da formação do império Inca.

A história pré-colombiana não pode ser reduzida a Incas, Astecas e Maias apenas porque eles foram reconhecidos pelos os espanhóis na época da conquista.

Se quisermos, de fato, estudar a história da América, devemos começar pelo começo. E, o começo é complicado porque diz respeito à inúmeras culturas. Foram elas que durante milenios teceram o longo fio das tradições que os Incas, como outros povos da América, foram herdeiros.

 Guerra e paz

O inca, 250 anos antes da chegada dos espanhois, era apenas um chefe de clã que controlava uma tribo. Através de políticas de casamento, tenderam a aumentar o território sobre o qual tinham domínio.

Existem diversas lendas que narram a origem dos incas. A mais conhecida delas conta que Manco Capac que era chefe de um grupo índio, sentiu-se ameaçado pelos seus três irmãos. Então enviou Ayar Cachi buscar uma lhama sagrada em uma caverna. Chegando lá, foi emparedado por um outro homem lá permanecendo até hoje. Os outros dois irmãos, lutando entre si, acabaram por se transformarem em duas pedras sagradas.

Assim, Manco Capac tornou-se o primeiro governante inca. Caminhando em busca de terras férteis, dirigiu-se para o vale de Cuzco. Ali encontrou três tribos de etnias diferentes com as quais disputou a terra vencendo os antigos ocupantes.

Durante 200 anos as lutas se sucederam. Mas a expansão dos Incas só teria se tornado mais agressiva, no início em 1438, quando Pachacutec, chefe militar muito hábil, conseguiu vencer inimigos poderosos: os chancas.

A partir desse momento, Pachacutec obtendo hegemonia militar, inicia uma série de campanhas na região de Cuzco. Depois caminha em direção ao vale de Urubamba e, em seguida, ao longo dos Andes subjulgando muitas tribos. Tantas vitórias o levaram para o Sul, onde atacará os aymaras estabelecidos em torno do lago Titicaca.

Pachacutec foi sucedido pelo seu filho que procurou reconstruir Cuzco e, especialmente organizar a agricultura para obter bons excedentes agrícolas. Conquistou o Reino de Quito e o império Chimu, em 1463, de quem sabiamente herdou as formas de administração e tributação. Atravessando a Bolívia, chegam ao Chile entrando em combate com os índios araucanos que viviam a 2700 km de Cuzco!

Tupac Yupanqui assume em 1470. A sua administração representa um momento importante em que se organiza uma complexa estrutura administrativa. Assim, foi possível para ele controlar as regiões distantes do império. As estradas foram de muita importância para o funcionamento adminstrativo.

Em 1493 morre assassinado Tupac Yupanqui deixando o poder para Huayna Capac que era ainda uma criança. Ele assumirá o governo mais tarde dedicando-se a combater tribos rebeladas em Quito. Em 1528 morre em meio a uma epidemia de varíola que causou a morte de mais de 200 mil pessoas. A luta pela sua sucessão entre seus filhos Huáscar e Atahualpa e a chegada dos espanhóis anunciam a desestruturação de um grande império com aproximadamente 8 milhões de habitantes.

Se tivéssemos que resumir esse breve período de tão extensas conquistas, poderíamos dizer que o poderio militar passou a ser a marca desse grupo com a dominação de Tiahuanaco na região do lago de Titicaca em 1445 e, especialmente, depois de 1470. Portanto, o império inca era muito recente quando os espanhóis aqui chegaram.

 A guerra e a aproximação de diferentes grupos étnicos

Embora seja importante conhecer o fortalecimento do império Inca, é importante saber que, para os Incas a paz e não a guerra era valorizada cotidianamente. Contudo, foram as vitórias obtidas frente à invasão Chanka que permitira um novo equilíbrio político nos Andes. E, para manter sob controle diferentes populações índias, eram necessárias constantes campanhas militares.

Antes que tendamos a valorizar em demasia a questão militar, convém salientar a questão étnica. Diversidades étnicas dificultavam o controle político tornando a integração entre comunidades índias motivo das maiores e mais constantes preocupações.

A guerra será incorporada ao cotidiano dos incas e dos povos que eles irão subjulgar como um importante elemento de mobilidade social. Ela permitirá a um guerreiro, por exemplo, obter prestígio através de seus feitos colocando-se em um novo patamar social.

Neste sentido, os grupos étnicos subjulgados à medida em que participavam do império passavam a incentivar guerras que lhes proporcionassem melhorias nas condições de vida. Os pequenos grupos étnicos, entretanto, ao compreenderem as vantagens de integrarem o império, abriam mão do seu isolamento aceitando a tutela do inca. Incorporando-se ao império não teriam que enfrentar uma invasão.

Mas apesar de algumas vantagens obtidas, nem sempre todas as comunidades estavam dispostas a aceitar a dominação. No extremo norte, por exemplo, diversos grupos índios optaram pelo enfrentamento constante dificultando a manutenção do império.

Como os Incas se expandiram por uma área extremamente vasta em um curto espaço de tempo, tornou-se difícil organizá-los e mantê-los ligados a um projeto federativo. As diferenças entre os grupos submetidos eram muito grandes.

Neste sentido, é importante vizualizarmos toda a região que compreendia o Império Inca.

O império abrangia uma área compreendida desde o sul da atual Colômbia até o Chile, ou seja, sua extensão correspondia a cerca de 3.000 km de comprimento por 500 de largura. Do ponto de vista administrativo, o império era dividido em quatro províncias: Chinchasuyu, ao norte, Kollasuyu, ao sul, Antisuyu, a leste e Kuntixuyu, a oeste.

Cuzco, principal cidade e centro do império, também era sub-dividido em quatro regiões. Quatro estradas partindo de Cuzco cortavam todo o império tendo uma importância fundamental na manutenção da unidade.

 ayllu e a organização do trabalho

As aldeias indígenas eram separadas umas das outras pelo próprio relevo cujos vales favoreciam o isolamento. Nelas o ayllu era formado por um conjunto de famílias ligadas entre si por relações de parentesco. Cada família representava uma unidade de produção. A monogamia era a norma seguida em grande parte dos casamentos, sendo menos frequentes os casos de poligamia, hábito geralmente desenvolvido entre aqueles que possuíam um "status superior".

Ao homem cabia cuidar da lavoura e à mulher ocupar-se da casa, dos filhos, da confecção de tecidos e trabalhos em cerâmica.

O chefe do clã chamava-se curaca e a ele cabia a responsabilidade de distribuir a terra organizando o trabalho da comunidade. Cada família recebia um pedaço de terra para cultivar sempre levando-se em consideração a qualidade do solo, a possibilidade de irrigação e o tempo de repouso necessário ao novo plantio.

Uma série de trabalhos como tomar conta do rebanho ou mesmo trabalhar em serviços ligados à agricultura eram controlados pelo curaca através da mita. Esses trabalhos tinham duração variável de três meses a um ano. Convem notar que não fazia parte das relações da comunidade a cobrança de tributos. Os impostos foram introduzidos como obrigação pelos espanhóis gerando uma série de conflitos, pois a comunidade considerava-os uma grande violência, sendo mais fácil para eles compreender o trabalho forçado nas minas que tantas mortes gerava.

Era frequente o auxílio de uma família a outra em função das necessidades da semeadura ou colheita. Uma família ajudada por outra, sempre deveria retribuir o auxílio sendo esta uma das importantes formas de solidadiedade entre os membros de uma mesma comunidade.

O curaca, além de administrar o ayllu, deveria expressar sua generosidade na distribuição de alimentos. Para aqueles que trabalhavam sob o regulamento da mita o curaca solucionava o problema da habitação, da vestimenta e dos alimentos. No regresso as suas casas recebiam animais ou lã. Os velhos, viúvas e órfãos também estavam sob os cuidados do curaca. Portanto, nesta economia comunitária, era necessário garantir um bom excedente para que todas as necessidades fossem supridas.

A religiosidade fazia parte da própria estrutura de poder. Um ancestral do curaca, personagem divino, habitava uma montanha próxima e era o grande responsável pelas boas colheitas e pela fértil reprodução do gado. As pastagens pertenciam à comunidade, podendo ser utilizadas por todos no pastoreio da lhama e da alpaca. Os dois animais desempenhavam papel importante na vida da comunidade. A lhama era utilizada para auxiliar no transporte de carga e a alpaca oferecia lã. A carne desses animais, seca ao sol, servia também de alimento.

Embora as condições do solo fossem de difícil utilização a população andina soube aproveitá-lo de maneira admirável. O plantio de cada região variava em função da condições climáticas e do solo. Plantavam-se batata, milho, pimenta, mandioca, batata-doce, algodão, arroz entre 40 espécies vegetais. Mas, dadas as dificuldades climáticas, as populações andinas desenvolveram processos para desidratar o tuberculos e, assim, poderem conservá-los.

O milho não se adaptava à região andina. A sua cultura, portanto, vinculou-se mais a um uso ritual seja sob a forma de cerveja ou como farinha utilizada nos sacrifícios.

Se plantio era feito geralmente em terraços sustentados por muros e acompanhando as curvas de nível. A água vinha das montanhas proveniente de descongelamento das geleiras sendo necessários, para conduzi-las ao local desejado, longos canais de irrigação.

Organização política, militar e religiosa.

O Imperador supremo era o Inca que reunia poder civil, religioso e militar. Portanto, tratava-se de um poder centralizado na sua pessoa. O papel que exercia dentro do grupo e seu significado ritual o obrigavam a casar-se com a própria irmã mantendo, assim, mais coeso o centro do poder.

Uma das grandes dificuldades dos espanhóis quando conquistaram o império Inca foi compreender as regras de sucessão dos antigos soberanos. A dificuldade resultava do fato de que ao se tornar imperador, o huaca se excluía do grupo de parentesco deixando para os irmão as terras e todos aqueles que nelas trabalhavam para fundar seus domínios. Na época da conquista existiam 11 linhagens às quais correspondiam 11 soberanos.

O sucessor do imperador não era, como na Europa o filho mais velho, nem o filho da esposa principal. A escolha recaía sobre aquele que possuísse as melhores condições para exercer o cargo, mesmo se não fosse filho do imperador.

Essa forma de sucessão gerava muita rivalidade e lutas até que um dos pretendentes conseguisse vencer os adversários e assumir o controle do grupo. Conquistado o poder tratava-se de fundí-lo com o poder religioso. Neste sentido, muitos soberanos foram tidos como advinhos cercando-se de inúmeros rituais, que se iniciavam com sua entrada no Templo do Sol.

A organização política do Império não pode ser compreendida sem a dimensão religiosa que foi se tornando cada vez mais próxima até que o último imperador se tornou a própria encarnação divina. Para que possamos ter a dimensão do poder religioso de Wayna Kapaq, basta lembrar que ele "destruía o santuário das divindades que não respondiam as questões que colocava."([8])

O grande poder do imperador completava-se através de um enorme aparato cênico. "Os lugares por que passava eram limpos e o povo todo colocava-se de joelhos com os pés nus demonstrando obediência. Locomovia-se em uma liteira carregada por diversos homens. Quando Wayna Capac morreu mais de 4.000 mil de suas mulheres e servidores imolaram-se para acompanhá-lo ao túmulo junto com grande quantidade de riquezas. Evidentemente, este cerimônial indicava, por um lado, a força do imperador e por outro, o vazio que pretendia deixar ao morrer." ([9])

Evidentemente o imperador não governava sózinho. Um conselho composto de quatro membros, representando as quatro regiões do império, escolhia um Capac que era, geralmente, parente do Inca, com responsabilidade de administrar a região.

Os governantes de província eram designados para trabalhar em cidades onde representavam o soberano. Ao seu lado trabalhava um funcionário com a função de registrar toda a população sujeita aos impostos. Essa complicada contabilidade era feita através de cordinhas com nós chamados quipu (cuja origem inca da palavra quer dizer nó).

Se por um lado o império funcionava através de uma burocracia que não estava fundada nas diferentes etnias, a legitimidade deste poder dependia dos chefes tradicionais: o curaca.

O curaca recebia ordens do representante do inca na sua comunidade mas, ao mesmo tempo, era ele que mediava o exercício do poder com o seu grupo étnico. A ligação do curaca com o centro do império era feita através de um filho ou parente do curaca que era obrigado a residir na corte. Ao mesmo tempo uma filha ou irmã do curaca era oferecida como esposa subsidiária para o imperador. Estas relações cruzadas eram responsáveis pelo equilíbrio entre as diversas etnias que formavam o imenso império controlado pelos incas.

Na época da colheita, o curaca dirigia-se a Cuzco levando parte do que havia produzido para o soberano. Como resposta, ele era muito bem acolhido pelo soberano que lhe dava uma série de presentes os quais seriam, no regresso do curaca, distribuídos no seu clã. Este sistema correspondia a um processo de estruturação do poder entre diferentes comunidades.

Dentro dos clãs o poder de sucessão era patrilenar, estando todos ligados entre si por laços de sangue. Quando os homens de uma família realizavam atividades, tanto militares quanto administrativas, a manutenção da família ficava sob responsabilidade do Estado. Supõem-se que um décimo da população se dedicava a atividades militares.

Os incas antes de dominarem uma determinada região, procuravam convencer a população da eficência da sua administração, da importância do culto ao Sol e da língua quechua. Os cuidados eram grandes para que o contrôle da população fosse eficiente e por este motivo mantinham a autoridade do antigo chefe do grupo ao mesmo tempo em que os obrigava a obedecer à administração inca.

O curaca não podia iniciar guerras. Esta era uma grande limitação ao seu poder local, já que os atritos entre diferentes grupos étnicos eram constantes.

Outra política empregada pelo Estado era deslocar populações de uma região para outra, visando ao controle militar de uma determinada área. Este procedimento também desorganizava o poder interno das comunidades, tornando-as frágeis diante da dominação inca.

Quando uma população não aceitava o contrôle dos incas era punida e expulsa para regiões distantes do Império.

A sociedade inca

A sociedade inca caracterizava-se por três grandes grupos sociais. No ápice da pirâmide temos o grande Inca o qual realizava o culto ao Sol. Os sacerdotes eram responsáveis por sacrifícios, advinhações e também pela educação de jovens nobres.

Em seguida vinham os nobres que geralmente eram membros da familia do Inca, ou descendentes dos chefes de clãs que passaram a integrar o império. Foram chamados de orejones pelos espanhóis porque usavam olhereiras.

Os yanaconas eram uma espécie de escravos selecionados entre prisioneiros de guerra ou populares que eram encarregados de proteger seus senhores, administrarem terras do Templo do Sol e os armazéns de abastecimento.

Somente altos funcionários e chefes militares podiam ter a seu serviço os yanaconas os quais, é importante lembrar, podiam possuir bens, o que não nos permite confundi-los com escravos. Apenas um dos filhos do yana era escolhido para continuar a atividade do pai. Alguns viviam em meio ao fausto de Cuzco enquanto outros serviam curacas pobres em regiões distantes.

Algumas mulheres também eram escolhidas para serem educadas nos monastérios do Sol por mulheres mais velhas e descendentes da etnia dos incas. Algumas tornavam-se esposas secundárias do imperador, outras eram dadas em casamento a quem o imperador desejasse e outras permaneciam virgens para poder participar do culto solar. Ao lado da atividade ritual estas mulheres também se dedicavam a fiar e a tecer. O número delas por vezes era tão grande (perto de 2000 mil), que permitia uma produção que escapava a política de reciprocidades tradicionais. O mesmo ocorria com a produção dos yana favorecendo a desagregação das antigas formas de solidariedade social. Portanto as relações sociais estavam em transformação indicando uma tendência de transformação do Estado.

O povo tinha um papel extremamente importante na sociedade na medida em que era responsável pela sobrevivência alimentar através do cultivo da terra e, também, pelas guerras que faziam parte das formas de controle da produção em uma área bastante extensa.

 

As terras eram divididas em três partes. Os produtos obtidos do cultivo da primeira parte eram oferecidos ao culto do Sol, os da segunda parte para o Inca e os da terceira parte para a comunidade.

 O comércio

O comércio entre os indígenas era feito através de permutas. Nas feiras podiam encontrar alimentos (milho, mandioca, feijão, mel etc) cerâmica, tecidos e instrumentos agrícolas. Os indígenas muitas vezes utilizavam-se de uma espécie de "serviço de crédito", ou seja, já tendo trabalhado, podiam receber alimentos.Contudo, o comércio não era grande porque parte considerável da população produzia o que necessitava.

Não se conhecia o uso de moedas, embora os incas possuissem um sistema numérico decimal pelo qual elaboravam sua contabilidade. Para favorecer a memorização, utilizavam-se dos quipus que consistia em uma série de cordinhas que indicavam as dezenas, centenas e os milhares, permitindo que fossem feitos levantamentos que serviam para contrôle do Estado. Funcionários especializados manipulavam os "quipus".

A agricultura incaica, vale a pena lembrar, foi muito aperfeiçoada, especialmente com a introdução de canais de irrigação. Os excedentes produzidos eram armazenados em celeiros públicos, abastecendo a população em períodos de fome ou durante festejos públicos.

 A arquitetura

Os Incas possuíam uma organização econômico social bastante complexa. A ela se vinculava uma arte monumental, que merece ser conhecida especialmente pela capacidade que tiveram de superar as dificuldades impostas pelo relevo.

Sendo essa região marcada pela presença de terremotos, convém observar que mesmo as construções de grande porte, resistiram muito bem a fortes abalos, ao contrário de diversas edificações feitas pelos europeus e que desabaram com os terremotos.

Neste sentido, podemos dizer que as obras de irrigação em direção aos vales desertos, a construção de pontes pênseis, entre grandes precipícios, e de aterros em pântanos atestam altos níveis de conhecimentos técnicos.

Para construir estradas em terrenos com grandes declives usavam do desenho em zigue-zague facilitando a circulação ou, se necessário, escadas. As estradas eram estreitas já que circulavam nelas apenas homens e lhamas com carregamentos. Erguiam-se muros de arrimo em lugares mais perigosos para evitar desabamentos.

As estradas desempenhavam uma função mais ligada ao controle do império do que aos comércio. Ao todo calcula-se que eram mais de 4 000 Km de estradas cortando todo o império.

Em meio às cordilheiras muitas vezes era necessário construir pontes. Elas eram feitas de cordas e exigam uma cuidadosa manutenção já que os cabos deviam ser substituídos todos os anos.

Ao longo das estradas podiam ser encontradas contruções onde pernoitavam viajantes que faziam parte do exército ou que eram funcionários em serviço oficial. Nestes alojamentos ficavam os corredores que eram encarregados de levar mensagens de um canto a outro do império, tornando possível, por exemplo, que um destacamento do exército fosse informado com extrema rapidez sobre uma rebelião, podendo atuar com rapidez.

O urbanismo

O urbanismo dos Incas tem uma longa história. Seu grande desenvolvimento ocorreu na época Chavin e teve como expoente Tiahuanaco. A pedra é o elemento básico das construções nas regiões mais altas, enquanto que no litoral utiliza-se um tijolo de terra. No norte e no centro das cordilheiras o estilo "cuzquenho" prevalece, enquanto no litoral do Peru e da Bolívia torna-se bem mais raro. Estas diferenças no urbanismo sugerem que a "atuação política no território do Estado Chimu e das grandes chefias aymaras fosse mais fraca" conforme observou o antropólogo francês Henri Favre.

Os edifícios Incas, templos e palácios especialmente, caracterizavam-se por uma aparência pesada. As aberturas em forma trapezoidal garantiam a majestade mas não amenizavam o volume. Os Incas, ao contrário dos construtores da cultura Chavin e de Tiahuanaco, não se destacaram pelas suas esculturas.

Quanto às construções militares, destacam-se as fortalezas de Cuzco e do vale de Urubamba. São edificações admiráveis por não disporem seus construtores de recursos técnicos, como a roda por exemplo. Apesar disso utilizavam-se de grandes blocos de pedra. Os ajustes entre as pedras eram perfeitos. Uma das provas da habilidade dos construtores reside no fato que essas paredes monumentais resistem até hoje aos terremotos.

As casas eram circulares, cobertas de palha ou com uma espécie de abóboda de pedra. A porta de entrada era única, sendo apenas coberta por uma pele ou palha. Contudo, o que é mais importante observar, ao estudar o urbanismo da área andina, é que a arquitetura civil dos Incas não se difundiu pelo império, ao contrário da arquitetura responsável por construções com fins militares ou religiosos.

A cidade de Machu Picchu no Peru é uma obra admirável. Localiza-se a uma altura de 600 metros do rio Urubamba e ocupa uma área de 40 hectares. A floresta preservou a cidade permitindo estudos sobre as formas de construção civil. A maneira como foi construída demonstra a enorme habilidade dos seus construtores. São enormes blocos de pedra com os quais se construíram palácios, praças, fontes, aquedutos, escadarias. A construção de alguns terraços serviam para a agricultura e diversos muros à beira das encostas deveriam proteger a cidade. Nenhum documento da época da conquista espanhola se refere a Machu Picchu. Sómente em 1911 uma arqueólogo norte-americano descobriu as ruínas, permitindo conhecer um pouco mais de uma grande cidade.

 O casamento

A idade para o casamento era aos 20 anos para o menino e 16 para a menina. Quando chegavam a essa idade, eram dispostos em duas colunas e um funcionário os casava. A escolha entre eles já havia sido feita anteriormente cabendo ao funcionário apenas resolver conflitos em caso de uma mesma mulher ser escolhida por dois homens. Realizada a cerimônia, o casal recebia terras da comunidade a qual estavam ligados.

Se o procedimento desses casamentos não nos causa surpreza o mesmo não podemos dizer do processo pelo qual algumas mulheres eram escolhidas em uma comunidade para serem enviadas a Cuzco.

De tempos em tempos reuniam-se em um distrito todas as meninas de 10 anos sendo escolhidas as mais inteligentes e bonitas. Em seguida eram mandadas para Cuzco onde iam aprender cozinhar, tecer e outras prendas mais que consideravam necessárias. Depois de alguns anos, outra escolha definiria aquelas que seriam distribuídas como esposas secundárias (do Inca ou de nobres), e aquelas que deveriam permanecer em celibato.

O que é importante observar nesta política de casamentos é a criação de laços inter-étnicos, aproximando mulheres originárias de grupos étnicos diferentes do universo cuzquenho.

 A educação

Entre os Incas existia uma elite formada por funcionários, chefes valorosos e mesmo por chefes vencidos que haviam sido integrados ao império. O filhos desta elite eram educados nas escolas de Cuzco onde aprendiam história, astronomia, agrimensura, respeito a um deus supremo. Também lutavam, corriam, fabricavam armas e sandálias. A educação era severa, compreendendo jejuns e exercícios violentos que poderiam até resultar em morte.

Terminado este período, o menino era apresentado ao Inca que lhe furava a orelha passando a ser este um símbolo de sua distinção social.

A religião

A divindade mais importante para os Incas era Huiracocha. Um panteão de deuses do sol, da lua, das estrelas e divindades ligadas aos cultos de fertilidade representavam Viracocha. Como os Incas dominaram inúmeras regiões, outras divindades conviveram com Huiracocha. O espírito que protegia um clã chamava-se huaca.

As cerimônias religiosas ocorriam todos os meses, além das festas que envolviam a morte do Inca, sua substituição, a iniciação dos jovens ou a partida para a guerra. Os sacrifícios de animais eram frequentes, enquanto que os sacrifícios humanos só ocorriam raramente quando ocorria a entronização de um novo Inca ou um problema grave a ser resolvido.

Em Cuzco o templo do Sol era recoberto por placas de ouro e, do Sol, acreditava-se descender a família real. Neste sentido o Inca chegou a ser considerado deus vivo, portanto, o Sol.

Os mortos -Para os Incas era grande a importância do culto aos antepassados. Em Cuzco, por exemplo, foram encontradas inúmeras múmias embrulhadas em longos panos e alojadas em templos onde eram reverenciadas.

O artesanato

A cerâmica - A importância da cerâmica nos estudos das civizações pré-colombianas é muito grande. Através dela podemos descobrir as áreas de expansão de uma determinada cultura, os processos de assimilação ou mesmo o desaparecimento de determinados grupos étnicos.

No caso dos Andes, podemos dizer que a produção começou por volta do II milenio. Mas, só no início de nossa era, o torno permitiu produção em série.

Na costa meridional do Peru a cerâmica Nasca caracterizou-se pelas abundância de cores e a presença de representações estilizadas de animais. Os indígenas produziam pratos e inúmeros recepientes de formas diversas variando o estilo que poderia ser Mochica ou Chimu.

É interessante observar através da cerâmica que a presença de Cuzco sobre as diversas etnias andinas que viviam sob o domínio Inca é pequena. Apenas em torno de Cuzco e das capitais regionais observa-se uma influência mais ativa da capital.

A tecelagem - Os tecidos foram produzidos na área andina antes mesmo da cerâmica. Utilizavam o algodão, produzido no litoral, e a alpaca e a vicunha produzida nas terras altas. Os fios eram tingidos de diversas cores e em seguida através do uso de teares bastante primitivos, teciam.

Diversas espécies de tecidos eram confecionadas. Os mais simples serviam para vestir a população. Os homens usavam uma espécie de tanga e cobriam-se com o conhecido poncho e as mulheres usavam túnicas e chalés. Os tecidos mais ricamente bordados e a tapeçaria eram utlizados em rituais religiosos.

Grande parte da produção desses tecidos vinham dos monastérios. Os motivos geométricos, geralmente em tres cores, são repetidos constantemente da mesma forma que os desenhos da cerâmica.

A metalurgia - Acredita-se que os ourives de Chavin de Huantar desde 800 a.C, já martelavam ouro para fazerem placas onde incrustravam pedras e conchas. Essas placas podiam recobrir as paredes dos templos.

Os Andes correspondeu ao maior centro de metalurgia da América pré-colombiana. Os indígenas conheciam o ouro, a prata e o cobre e também sabiam ligar o estanho para produzir bronze. Mas desconheciam o ferro. Para modelarem um objeto utilizavam-se da cera para esculpi-lo depois recobriam com uma camada de argila. Colocavam o objeto no forno derretendo a cera e em seguida substituiam a cera por um metal. Depois de frio, quebrava-se o objeto feito de argila e dentro dele estava o objeto fundindo em metal.

 Ciências e artes

A astronomia era praticada entre os incas que dividiam o ano em 12 meses lunares, retificando o calendário com observações solares. O sistema numérico era decimal, sendo comum o uso de grãos de milho ao se fazerem as contas.

Os incas não possuíam escrita cabendo aos amautas, (guardiões das tradições), manterem na memória os relatos ledários e históricos que passavam de uma geração para a outra.

A poesia recitada em festivais reais lembrava acontecimentos de que os incas se orgulhavam. Mas, não era este apenas o objetivo da poesia: reproduzir a vida. O dialeto quechua era enriquecido em meio ao exercício poético e, ao mesmo tempo, difundido nas mais remotas províncias.

Na música os incas utilizavam-se de uma escala pentatônica. A flauta era um dos principais instrumentos que podia ser acompanhada por tambores ou chocalhos.

As danças vinculavam-se aos rituais sendo nestas ocasiões servida uma bebida feita de milho.

 A conquista espanhola

Os domínios dos incas cobriam uma vasta extensão de terra. Calcula-se que controlavam uma área de um milhão de kilômetros quadrados. Como já dissemos anteriormente, os territórios sob os domínios dos Incas iam desde a fronteira com a atual Colômbia até o norte do Chile, cuja grande capital era Cuzco.

Da mesma forma como os conquistadores souberam rapidamente das riquezas do império asteca, o mesmo aconteceu com os incas. Falava-se da existência de um país do ouro ao Sul. O primeiro espanhol a entrar em contato com os índios quechuas foi Alejo García acompanhado de indígenas do Paraguai. Mas este contato não teve nenhum significado ligado à dominação dos indígenas pelos europeus.

Já, Francisco de Pizarro e Diego de Almagro buscavam com muita ambição o ouro a ser obtido através da conquista. Tendo em vista esses objetivos organizaram, a partir do Panamá, uma expedição com o fim de conquistar a província do Peru. De posse de licença para empreender a conquista dada pelo imperador Carlos V, em 1529, Pizarro com Almagro iniciam a viagem em direção a Túmbez com três embarcações e perto de duzentos homens.

Nessa ocasião a situação entre os indígenas não era tranquila, pois dois chefes brigavam pelo poder: Huáscar e Atahualpa. Atahualpa havia prendido Huáscar em meio a lutas que enfraqueciam o seu poder. Enquanto isso os conquistadores obtinham informações sobre a presença abundante de ouro e de prata no estado incaico.

Atahualpa, repetindo a história asteca, foi sendo informado pelos seus mensageiros da presença de homens brancos. As notícias eram inquietantes. Inúmeros caciques haviam sido mortos por esses forasteiros que pretendiam chegar em Cajamarca.

Eram homens montados em animais estranhos que despertavam medo e curiosidade. Sem saber com quem se defrontavam, os índios trocaram presentes com os espanhóis neste período que precedeu a entrada em Cajamarca.

Em novembro de 1532 os espanhóis chegavam à cidade de Cajamarca que estava deserta. O exército inca estava fora preparando-se para o que fosse necessário. No dia seguinte o Inca resolveu falar com forasteiros cercado de toda a pompa, de que dispunha. A seu lado estavam prontos para defedê-lo, os nobre "orejones".

Pelo que nos deixa entrever os cronistas da época, Pizarro pretendia aprisionar o Inca. Essa decisão o levou a dispor seus homens de maneira adequada.

No momento do encontro, Pizarro e o Inca conversaram através de um intérprete. Era o índio Felipillo que acompanhava os espanhóis há bastante tempo. A apresentação foi feita no sentido de que Atahualpa soubesse estar Pizarro representando um grande senhor. O Inca respondeu dizendo ser ele também uma grande autoridade. Em seguida frei Vicente de Valverde, com uma cruz na mão direita e um breviário na esquerda, disse ao Inca que ele deveria adorar a Deus a cruz e o Evangelho. Atahualpa repondeu que "adorava o sol que nunca morre e a seus deuses que também tinham a sua lei". O Inca perguntou quem lhe havia ensinado a sua doutrina. Frei Vicente respondeu: o Evangelho. Em seguida Atahualpa pega o livro e se põe a folheá-lo dizendo em seguida: - "não fala para mim o dito livro", fechando-o. Frei Vicente imediatamente exclama: - Esses índios são contra a nossa fé.

O ataque aos índios teve início de forma extremamente violenta. A cavalaria avançou sobre os índios com a decisão de matá-los. Em meio à confusão Atahualpa foi feito prisioneiro. Preocupado em preservar o poder, mandou matar seu irmão Huáscar, enquanto tentava negociar sua liberdade com grandes ofertas de ouro aos conquistadores. A sala em que estava prisioneiro repleta de ouro seria o valor de seu resgate!

Imediatamente, de todas as regiões do império, foi sendo enviado o ouro para que o resgate fosse pago. Mas, apesar dos indígenas terem cumprido a palavra, Pizarro condenou Atahualpa por ter mandado matar o seu irmão, em meio àquelas contingências, e também por ser idólatra e adúltero. A primeira pena imposta ao Inca foi ser queimado vivo. Mas, depois foi comutada pela morte pelo garrote.

Com a morte de Atahualpa em 29 de agosto de 1534, o império sofria um forte abalo. Em seguida a capital Cuzco foi vítima de um grande saque. Embora os fundamentos do império tivessem sido abalados, os conquistadores teriam que enfrentar anos de resistência indígena comandada pelos quechuas.

Para facilitar o domínio espanhol em 1535 foi feita uma negociação. Manco II, filho do pai de Atahualpa, foi coroado como Inca. Mas era impossível agradar aos conquistadores. Manco II revolta-se refugiando-se em Vilcabamba onde procura construir bases para atacar os espanhóis.

Ao mesmo tempo, as lutas entre os espanhóis aumentavam. Almagro, depois de tentar conquistar o Chile volta e se indispõe com Pizarro. A rivalidade entre os dois culmina com a condenação à morte por parte de Pizarro de Almagro, depois de uma série de traições. Como resposta em 1541 Diego, filho de Almagro, assassina Francisco de Pizarro.

Do lado indígena assistiremos com a morte de Manco II em 1545, à sucessão coube a Sayri Túpac. Esse chefe índio acabou por entregar-se aos espanhóis morrendo, dez anos depois, envenenado. Seu irmão Titu Cusi Yupanqui continuou lutando contra os espanhóis.

 

Da cidade de Lima, fundada pelos espanhóis, o vice-rei Francisco de Toledo procura dominar os índios, mas não consegue. Morto Titu Cusi Yupanqui será sucedido por seu irmão Tupac Amaru conhecido como o último dos Incas. Cercado na sua fortaleza de Vilcabamba foi preso e executado em 1572 concluíndo-se a conquista espanhola.

Durante quarenta anos os indígenas opuseram-se aos espanhóis, lutando de todas as maneiras. Infelizmente foram subjulgados durante todo o período colonial. Durante mais de trezentos anos, apesar dos conflitos, foi sendo tecido um longo processo de aproximação inter-cultural entre índios e europeus.

O resultado foi a formação de núcleos organizadores do poder político formados por homens da terra, criollos, desejosos de se libertar do julgo da metrópole. Mas, esse processo só iria culminar no século XIX, com as independências políticas.

 Memória quechua da conquista

São raros os documentos produzidos por índios sobre o processo de conquista do império Inca. Miguel Léon-Portilla informa que são quatro os escritos indígenas produzidos ao longo do século XVI e XVII e alguns escritos anônimos.

A relação indígena mais importante é "El Primer Nueva Cronica y Buen Gobierno" um trabalho composto de textos escritos em castelhano com frases em quechua e 300 desenhos elaborada para o rei da Espanha por Felipe Guamán Poma de Ayala.

Outra relação indígena importante é a de Inca Titu Cusi um dos responsáveis pela resistência em Vilcabamba de 1557 a 1570, dirigida ao Senhor e Lic. Lope García de Castro.

O padre Marcos Garcia, que tentou catequizar Titu Cusi, foi o responsável pela transcrição do memorial dirigido ao governador Garcia de Castro, cujo texto é: "Instrucción del Inca don Diego de Castro, Titu Cusi Yupanqui, para el ilustre Señor el Lic Lope Garcia de Castro". O texto refere-se as dificuldades que enfrentou seu pai Manco II, a tomada de Cuzco e a luta entre Huáscar e Atahualpa.

Don Juan de Santa Cruz Pachacuti, Yamqui Salcamaygua escreveu uma crônica "Relación de Antiguidades deste Reyno del Pirú". Nela também podemos encontrar desenhos, informações sobre a conquista, "um mapa cósmico indígena" e dados sobre diversos Incas.

Além desses cronistas, existem escritores que se referem à conquista do reino do Peru cuja autoria é desconhecida.

Produzindo a memória dos europeus na América andina, vale a pena citar Garcilaso de la Vega. Filho de um dos conquistadores que atuaram junto com Alvarado e de uma princesa incaica, Garcilaso nasceu no ano de 1539 na cidade de Cuzco. Essa filiação de pai descendente de espanhol e mãe índia permitiu a Garcilaso aprender gramática, conhecer os clássicos látinos e a história européia, assim como compreender as tradições indígenas. É interessante notar que Garcilaso admirava o mundo materno assumindo fundamente sua identidade indígena.

A obra de Garcilaso em sua primeira parte refere-se à origem dos incas, dos Reis, das idolatrias, das leis e de governo em paz e guerra. Na segunda parte comenta o descobrimento e a conquista do Peru.

Para finalizar esse livro creio que o melhor caminho é a citação de uma elegia quechua sobre a morte de Atahualpa. Ela foi escrita por um poeta anônimo que com muita sabedoria, despertara no leitor percepções profundas, incapazes de serem tocadas pela narrativa histórica:

" Suportará teu coração
Inca
Nossa errante vida
dispersa,
pelo perigo sem conta cercada, em mãos alheias
Pisoteada?
Teus olhos que como flexas de ventura feriam
abre-os;
tuas magnânimas mãos
extende-as;
e com essa visão fortalecidos
despedimo-nos"

(Apu Inca Atahualpaman, Elegia quechua anônima, tradução para o espanhol de José Maria Arguedas)

 

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[8]) Refere-se a esta questão Henri Favre em seu livro A civilização Inca, Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1987, p.57.

[9]) Idem, ibidem, p.58.

 

 

fonte: http://members.fortunecity.com/marcel_amati/incas.doc

 

Autore del testo: non indicato nel documento di origine

 

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