Literatura o modernismo no brasil caracteristicas resumo

 


 

Literatura o modernismo no brasil caracteristicas resumo

 

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Literatura o modernismo no brasil caracteristicas resumo

O MODERNISMO NO BRASIL

II - Desenvolvimento

           A Semana de Arte Moderna , realizada em fevereiro de 1922, inaugura a primeira fase do modernismo brasileiro. Sob as vaias e desconfianças de um público conservador, os modernistas ridicularizam o parnasianismo e apresentam novas concepções estéticas marcando uma ruptura definitiva com a arte tradicional, o que já vinha sendo preparado desde a década anterior.
Embora não tenha participado diretamente, Manoel Bandeira teve um dos seus poemas lido numa das noites da Semana. Trata-se de “Os Sapos”, escrito em 1918 e publicado em 1919, no qual afinava-se com o espírito demolidor e renovador dos modernistas.

 

2.1 - Contexto  histórico

As manifestações do período conhecido como Pré-modernismo, foram marcadas por revoltas, intervenções militares e inúmeras greves operárias. Nesse clima, Minas e São Paulo iam repartindo o poder, desfavorecendo as camadas empobrecidas da classe média e as classes trabalhadoras urbanas e rurais.
À época da Semana de Arte Moderna, o quadro geral brasileiro era  de crises sucessivas, que acabaram por gerar a Revolução de 1930. O governo de Epitácio Pessoa (1919-1922) fora combatido pela própria classe dominante, contrariada por sua negação em continuar subsidiando o café, preferindo favorecer a indústria. Em 1922, por ser “a vez” de Minas, Arthur Bernardes é indicado e eleito para presidir a República, vivendo o país, a partir de então, em estado de sítio sob regime policial. No mesmo ano, oficiais e militares rebelaram-se contra o governo, dando origem ao episódio dos 18 “do Forte”, quando quatro tenentes e catorze soldados do Forte de Copacabana enfrentaram as tropas governistas na praia de Copacabana, com a morte do civil, de dois tenentes e dos catorze soldados.
Em 1924, ocorre outro levante militar, continuidade do tenentismo. Cria-se a Coluna Prestes, que, entre abril de 1925 e fevereiro de 1927, percorreu 24 mil quilômetros, travando combates com forças governistas e jagunços contratados pelos “coronéis”. Em 1929, seus principais líderes exilaram-se na Bolívia, e Luís Carlos Prestes declarou que a luta não tinha mais sentido, pois Arthur Bernardes já não governava.
Em 1930, uma revolução conduz Getúlio Vargas ao poder, substituindo Washington Luís e dando início a uma nova fase da história do Brasil..
Entre 1922 e 1930, temos a primeira fase do Modernismo brasileiro. É claro que essa divisão obedece a critérios  apenas didáticos. Os escritores desse período continuariam a produzir depois de 1930, e nos ano da primeira fase convivem em tendências opostas, algumas já manifestadas anteriormente e que se prolonga depois de 30. Com relação a essa divisão, observe o comentário de Mário de Andrade: “ Mil novecentos e trinta... Tudo estourava, políticas, famílias, casais de artistas, amizades profundas. O sentido destrutivo e festeiro do movimento modernista já não tinha mais razão de ser, cumprido o seu destino legítimo. Na rua, o povo amotinado gritava: - Getúlio! Getúlio!...”
Em 1930, têm início os quinze anos da ditadura de Getúlio Vargas. A primeira  reação armada contra o regime deu-se em 1932, com o Movimento Constitucionalista de São Paulo, derrotado em dois meses pela superioridade das tropas federais. Entretanto, os revolucionários paulistas alcançaram um dos seus objetivos: a convocação de uma Assembléia Constituinte, que elaborou a Constituição de 34. Essa Constituição de caráter liberal e nacionalista, teve vida curta. Getúlio, com um novo golpe, impôs novo texto constitucional em 1937. Além disso o governo enfrentaria a Intentona Comunista, como ficou conhecido o movimento de revolta contra o governo, em 1935, liderado por Luís Carlos Prestes.
Os comunistas e os integralistas seriam, mais tarde, os grupos que dariam o pretexto a Vargas para o golpe de estado em 1937.
O Integralismo, movimento de conteúdo nazi-facista, liderado por Plínio Salgado, tem sido apontado como responsável indireto pelo golpe de 37. Os integralistas, que tinham como lema “Deus, Pátria e Família”, elaboraram um falso plano de subversão comunista (o plano Cohen), e Getúlio, utilizando-se desse documento, deu o golpe que instaurou o Estado Novo. Os líderes comunistas foram presos, o Senado e a Câmara, fechados e o novo texto constitucional, imposto à nação.
Em 1939, Getúlio criou o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), órgão de censura aos meios de comunicação.
Com o objetivo de obter apoio junto às massas, Getúlio toma uma série de medidas, configurando um estilo político ao qual foi dado o nome populismo. O país é dotado de uma legislação trabalhista e previdenciária, decreta-se o salário mínimo e adotam-se providências para a criação de um partido trabalhista.
Em 1944, é decretada a anistia para os presos políticos e são convocadas eleições para dezembro de 1945. Porém, as suspeitas de um novo golpe getulista, naquele ano, provocam o descontentamento dos militares, que num movimento liderado pelo general Góis Monteiro, depõem o ditador.
No Brasil, o período que se estende de 1945 a 1985 é marcado por uma série de fatos que causaram profundas transformações e alguns traumas na sociedade brasileira.
Esse período pode ser assim dividido:

  1. Da queda de Getúlio aos anos JK (1945-1956)

 

Em 1945, Getúlio Vargas  é deposto, depois de quinze anos de governo ditatorial. No ano seguinte , o general Eurico Gaspar Dutra assume a presidência, aleito pelo voto direto. Promulga-se uma nova Constituição, e o país retorna aos princípios democráticos.
Embora deposto, Getúlio mantém o seu prestígio popular e vence as eleições de 1950. A forte oposição ao seu governo, liderada por Carlos Lacerda, e a exigência de sua renúncia, feita pelos militares, levam-no ao suicídio, na madrugada de 24 de agosto de 1954. João Café Filho assume o poder.

  1. Os anos JK (1956-1960)

 

           Juscelino Kubitschek de Oliveira, depois de assumir o poder, em janeiro de 1956, dá início ao seu projeto de realizar “cinqüenta anos em cinco”: constrói hidrelétricas e estradas; incentiva a instalação de fábricas de automóveis, aviões e navios e constrói Brasília, para onde mudaria a capital do país em 1960.
O clima democrático, renovador e moderno do seu governo favorece as artes: surgem a Bossa Nova e o Cinema Novo, o teatro passa por profundas transformações, com o trabalho desenvolvido pelo Teatro de Arena e pelo Teatro Brasileiro de Comédia. Paralelamente, a literatura renove-se, sobretudo com Clarisse Lispector e Guimarães Rosa. É também um grande momento da crônica, com Fernando Sabino, Rubem Braga, Paulo Mendes Campos e Carlos Drummond de Andrade. O Brasil vive momentos de alegria: Éder Jofre torna-se campeão mundial de boxe, Maria Ester Bueno destaca-se no tênis internacional e o Brasil ganha a Copa do Mundo de 58.
Em 31 de janeiro de 1961, Juscelino passa a faixa presidencial para Jânio Quadros.

  1. Jânio, Jango e a ditadura (1961-1964)

           Jânio Quadros assume o poder em janeiro de 1961 e renuncia sete meses depois, em 25 de agosto. Depois de muitas negociações entre políticos e militares, João Goulart (ou Jango, como era conhecido) assume o governo, sob o sistema parlamentarista, o qual limitava enormemente os seus poderes, pois a chefia do Executivo ficava a cargo do primeiro-ministro e do Conselho de Ministros, restando ao presidente apenas a função de chefe de Estado.
Com o fim do regime parlamentarista, em 1963, João Goulart resolve tomar medidas de caráter econômico e social, entre elas a regulamentação da remessa de lucros para o exterior, o projeto de reforma agrária, a nacionalização das refinarias de petróleo e a encampação de algumas empresas multinacionais que operavam no Brasil. Um golpe militar, em 1º de abril de 1964, financiado pelos Estados Unidos e por grupos de empresários latifundiários brasileiros, depõe o presidente. Uma junta militar assume o poder e impõe ao Congresso Nacional o nome do general Humberto de Alencar Castelo Branco para a presidência da República.

d)Os anos de autoritarismo (1964-1984)

           Nos vinte anos que sucederam o golpe de 64, o Brasil foi governado por militares: Castelo Branco (64-67); Costa e Silva (67-69); Garrastazu Médici (69-74); Ernesto Geisel (74-79) e João Batista Figueiredo (79-84).
Trata-se de um dos períodos mais negros de nossa história, em que houve a supressão das liberdades democráticas, a cassação de mandatos políticos, a censura à impressa e aos meios de comunicação, o “desaparecimento” ou assassinato de opositores ao regime e um Congresso controlado e algumas vezes fechado ao contrair as ordens do governo. Além disso institucionalizaram-se a corrupção e as chamadas “mordomias” dos políticos e altos funcionários públicos. No plano econômico, a divida externa do Brasil, que em 1964 era de 3 bilhões de dólares, ultrapassou, no final de 1984, a casa dos 100 bilhões. A inflação de 1964 que era de 74% ao ano (o que contribuiu para desestabilizar o governo de João Goulart), atingiu cerca de 200% em 1984! A insatisfação do povo de dos empresários e a crescente crise econômica levaram a sucessivas concessões políticas, terminando com a entrega do poder aos civis.

  1. A Nova República (1985-...)

 

           Em 1985, um Colégio Eleitoral elege para presidir a república o advogado Tancredo de Almeida Neves. Tancredo falece antes de tomar posse, e em seu lugar assume o vice-presidente, José Sarney.
Inicialmente impopular e sem o apoio político expressivo, José Sarney só consegue popularidade a partir de 1986, ao implantar o Plano Cruzado, que congelou os preços e salários e introduziu o cruzado como uma nova moeda. Entretanto, sua popularidade não durou mais que um ano, graças ao fracasso da política econômica do seu governo.

PRODUÇÃO LITERÁRIA DA TERCEIRA FASE

1 - Prosa

           Em linhas gerais, verifica-se na prosa posterior a 45:

  1. A negação do compromisso com a narrativa referencial, ligada a acontecimentos e à representação realista da realidade.
  2. O espaço exterior passa para segundo plano; a narrativa centra-se no espaço central das personagens, realçando-lhes as características psicológicas em detrimento das características físicas.
  3. Altera-se a linguagem romanesca tradicional. O texto deixa de ser a narrativa de uma aventura para tornar-se a  aventura de uma narrativa. A continuidade temporal é abalada, desfazendo-se a ordem cronológica e, muitas vezes, fundindo-se presente, passado e futuro. A experimentação lingüística e temático formal é levada a extremos. O gênero narrativo deixa-se contaminar mais por outros gêneros, sendo comum a fusão narração - dissertação.
  4. A prosa urbana enfoca o conflito do indivíduo frente à sociedade, e a prosa regionalista renova a sua temática e forma de expressão.
  5. O afastamento cada vez maior da verossimilhança faz com que apareça o realismo fantástico, no qual se acentua a distância entre o estranho e o maravilhoso. Plena utilização de uma linguagem excessivamente metafórica, o autor procura muitas vezes analisar a nossa realidade social.

           Entre os romancistas surgidos em 45, destacam-se João Guimarães Rosa e Clarice Lispector.

2 - Poesia

           A partir de 1945, a poesia brasileira adquire preocupações esteticistas, com a chamada “geração de 45”, como se autodenominaram os poetas que se agruparam em torno da revista Orfel e foram editados a coleção Cancioneiro de Orfel, sob a direção de Fernando Ferreira de Loanda, no Rio de Janeiro.
A “geração de 45” procurou restaurar a disciplina expressiva, o estudo da poética e a investigação verbal. Daí a retomada de formas poética tradicionais, sobretudo o soneto. Apesar de terem retornado também à métrica, não a consideraram obrigatória, sendo utilizado também o verso livre, agora mais trabalho ritmicamente e sob certo rigor e preocupação artesanal.
Entre os poetas da “geração de 45”, destacam-se João Cabral de Melo Neto, Lêdo Ivo, Alphonsus de Guimaraens Filho, Geir Campos, Afonso Félix de Sousa e Thiago de Melo.
Paralelamente, esses poetas foram acompanhados pelos que vinham da geração anterior, como Carlos Drummond de Andrade, Jorge de Lima, Murilo Mendes, Cecília Meireles, Cassiano Ricardo e outros.
A partir de 1950, surgem novas tendências, como o Concretismo, a Poesia-práxis e o Poema/processo. Na década de 70, surge a chamada “poesia marginal”, que só a partir da década de 80 começa a ser objeto de apreciações críticas, muito pouco favoráveis.

3 - Teatro

           A encenação de Vestido de noiva, peça de Nelson Rodriges dirigida por Ziembinski, em 1943, é um marco da renovação do teatro brasileiro. Outro passo dado é com a fundação, em 1948, do Teatro Brasileiro de Comédia, que tinha como diretores Ziembinski e Ruggero Jacobbi. A fundação do Teatro de Arena, em 1953, faz com que apareçam importantes nomes na dramaturgia nacional, como Gianfrancesco Guarnieri (Eles não usam black-tie), Oduvaldo Viana Filho (Chapetuba futebol clube) e Augusto Boal (Revolução na América do Sul).
Na década de 60, surgem o grupo Opinião, liderado por Denoy de Oliveira, Ferreira Gullar e Oduvaldo Viana Filho, e o Teatro Oficina, liderado por José Celso Martinezd'água Correa.
Além dos autores citados, destacam-se Jorge Andrade (A moratória), Adriano Suassuna (Auto da Compadecida), Plínio Marcos (Navalha na carne), Dias Gomes (O bem amado) e Chico Buarque de Holanda (Gota d’água, em parceria com Paulo Pontes).

4 - Crônica

           A crônica foi um dos gêneros que mais renovou a partir do final da década de 40, registrando a fala do povo e sua psicologia e retratando o cotidiano, com humor, ironia e lirismo, numa perspectiva crítica e reveladora. Destacam-se: Paulo Mendes Campos, Rubem Braga, Fernando Sabino, Carlos Drummond de Andrade, Carlos Eduardo Novaes, Luís Fernando Veríssimo, Affonso Romano de Sant’Anna e Lourenço Diaféria, entre outros.

           A ficção brasileira encontra em Guimarães Rosa um estilo absolutamente novo, sobretudo no que diz respeito ao tratamento revolucionário da linguagem, rica e inventiva, com vocábulos criados por afixação, hibridismo, justaposição e aglutinação de palavras, além de uma sintaxe peculiar, que tem afastado de seus textos o leitor comum.
Embora voltado para o espaço e as personagens do sertão, Guimarães Rosa soube transcender o mero regionalismo e dar à sua obra um caráter universal, estando ela toda perpassada de uma visão metafísica e de indagações que pertencem ao homem de qualquer tempo e de qualquer região.
Sua obra-prima é o romance Grande sertão: veredas.

2.2 - Contexto Filosófico

Por razões didáticas , costuma-se dividir o Modernismo brasileiro em três fases:
Primeira fase( de 1922 a 1930) ou fase heróica: de combate e destruição, quando ocorre a libertação lingüística e são afirmados os valores estéticos do movimento;
Segunda fase(de 1930 a 1945) ou fase construtiva: de estabilização das conquistas, de preocupação social e de tendência introspectiva;
Terceira fase(de 1945 em diante) fase de reflexão: de ponderação sobre a linguagem, com o retorno a alguns modelos estilísticos tradicionais, ao que se soma uma temática universalista.
A partir de 1950, surgem novas tendências em poesia, como o Concretismo, o Neo-concretismo, a Poesia-práxis e o Poema-processo.

A explosão de fevereiro

           Nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, com a participação de Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Mário de Andrade, Graça Aranha, Guilherme de Almeida, Ronald de Carvalho, Vítor Brecheret, Anita Malfatti, Villa-Lobos, Di Cavalcanti e muitos outros, o Teatro Municipal de São Paulo torna-se o centro de uma verdadeira “atmosfera” das idéias modernistas: são lidos manifestos e poemas, expõem-se quadros e esculturas, e músicas são executadas, tudo diante de um público que reagiu com vaias e apupos. Estava “oficialmente” inaugurado o período de destruição e combate dos primeiros modernistas, que investiam, sobretudo, contra os sólidos valores parnasianos. Manuel Bandeira, que não havia comparecido, teve o seu poema “Os sapos” lido por Ronald de Carvalho, o que exemplifica a intenção dos modernistas em ridicularizar o conservadorismo parnasiano.

As correntes modernistas

           Depois da união inicial em torno da Semana, os modernistas dividiram-se em grupos e movimentos que refletiam orientações estéticas e ideológicas diversas:

1. Movimento Pau-brasil:

Lançado em 1924, com a publicação do Manifesto da Poesia Pau-brasil, faziam parte do movimento Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Raul Bopp, Alcântara Machado e Tarsila do Amaral. Tinha como objetivo a revalorização dos elementos primitivos da nossa cultura, através da crítica ao falso nacionalismo e da valorização de obras que redescobrissem o Brasil, seus costumes, seus habitantes e suas paisagens.

2. Movimento Verde-amarelo:

           Liderado por Plínio Salgado, Cassiano Ricardo e Menotti del Picchia, e tendo uma postura nacionalista, repudiava tudo que fosse importado e tentava mostrar um Brasil grandioso. Entretanto, por revelar uma visão reacionária, sobretudo através de Plínio Salgado, que viria a ser um dos principais líderes do Integralismo, movimento político brasileiro de extrema-direita baseado nos moldes fascistas.

3. Movimento Antropofágico:

           Radicalização das idéias do Pau-brasil, foi lançado em 1928, com a publicação do Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade. Participaram do movimento, além de Oswald, Tarsila do Amaral, Raul Bopp, Alcântara Machado e outros. Esse movimento opunha-se ao conservadorismo do Movimento Verde-amarelo (ou escola da Anta).
Várias foram as revistas de divulgação das idéias desses movimentos:
Revista Klaxon (nome dado à buzina externa dos carros): publicada em 1922, teve nove números, sendo a primeira revista de divulgação de trabalhos e idéias dos modernistas.
Revista Terra Roxa e Outras terras: publicada em 1926, com a participação de Mário de Andrade e Oswald de Andrade.
Revista de Antropofagia: publicada em 1928, foi o órgão de divulgação do Movimento Antropofágico.
Além dessas, surge em 1925, em Belo Horizonte, A Revista, com editorial redigido por Carlos Drummond de Andrade. No Rio de Janeiro, não ocorreram na época rupturas acentuadas, e a revista Festa, publicada em 1927, antes de refletir uma visão modernista, expressava a sobrevivência do espiritualismo simbolista. Dela participaram, entre outros, Tasso da Silveira, Cecília Meireles e Jackson Figueiredo, este último chefe da censura do governo de Artur Bernardes, que governou o país sob estado de sítio.
No período compreendido entre 1930 e 1945, as obras dos poetas da primeira fase atingem a sua maturidade. Nessa fase também se consolida a corrente regionalista da literatura brasileira.
Ao contrário do Modernismo paulista, voltado para o futuro e aberto a toda forma de renovação, o regionalismo de 30 mostrou-se conservador, voltado para as tradições nordestinas, seus valores culturais e morais. Mais preocupado com uma razão sociológica da realidade do que com a renovação da linguagem narrativa, o regionalismo de 30 foi um veículo de denúncia dos problemas sociais do Nordeste.

POESIA 

           Os poetas que aparecem no início da década de 30 já semeavam num campo preparado pela geração de 22. Esta rompera com o academicismo e renovara a linguagem e o estilo, incorporara o verso livre, o prosaico e o cotidiano. A geração de 30, despreocupada com as questões imediatas de 22 (o nacionalismo, o folclore, a destruição dos esquemas do passado etc.), voltava-se para as questões sociais do homem, o “desconcerto do mundo” e os problemas da sociedade capitalista. É o que se dá, por exemplo, na poesia de Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes e Jorge de Lima. Em Vinícius de Morais e Cecília Meireles, a temática universalizante também estará presente, embora suplantada por uma poesia personalista. Por outro lado, alguns dos mais importantes poetas de 30, entre eles Murilo Mendes, Jorge de Lima e Cecília Meireles, incorporariam a religiosidade e o misticismo em seus poemas.
Finalmente, é preciso observar que a geração de 30 não processou uma mudança repentina e tampouco limita-se àquele período. Os poetas de 22, aos de 30, e alguns desses também continuariam produzindo e se renovando até os nossos dias.

PROSA

           Nos anos 30, a ficção dá novo salto qualitativo com o aparecimento de escritores de grande importância, que se distribuem basicamente em três lados: a prosa regionalista, a prosa regionalista, a prosa urbana e a prosa intimista.
a) Prosa regionalista:
As raízes do regionalismo se encontram no século anterior, com O sertanejo, de José de Alencar, e O cabeleira, de Franklin Távora.
Na década de 20, desenvolve-se no Brasil uma revalorização das tradições regionais , sobretudo através de Gilberto Freyre, sociólogo então recém chegado dos Estados Unidos, onde estivera a estudos. Em 1926 cria-se o Centro Regionalista e realiza-se o Primeiro Congresso Brasileiro de Regionalismo. Gilberto Freyre afastara-se, de certa forma, dos modernistas de São Paulo, influenciados por idéias importadas da França, pois sua formação sofrera influências anglo-americanas.
A preocupação com a revalorização do Nordeste deve-se em parte ao deslocamento do eixo econômico e cultural para o Sul, quando a indústria açucareira começa a decair. Por outro lado, o capitalismo impessoal de empresários sem vínculos com a região contribuía para a descaracterização cultural do Nordeste, cuja economia tinha bases patriarcais e paternalistas.
Ainda que os regionalistas tenham assimilado as conquistas modernistas, como a aproximação da linguagem literária à linguagem falada e o uso de neologismos, por exemplo, o movimento regionalista de 30 mostrou-se conservador, voltado, por assim dizer, , para o passado. Mas o regionalismo de 30 soube revelar os problemas sociais do Nordeste: o drama das secas e das retiradas, a submissão do homem ao latifundiário, a ignorância e as mazelas políticas da região.
A bagaceira, de José Américo de Almeida, é a obra inaugural e seu prefácio, intitulado “antes que me falem”, constitui um intenso manifesto do regionalismo, de então. A seguir, publicam-se, entre outros, O quinze(1930), de Raquel de Queirós, O país do carnaval(1931), de Jorge Amado e Menino de engenho(1932), de José Lins do Rego. Em 1938, Graciliano Ramos publica Vidas Secas, a obra máxima do romance nordestino.
b) Prosa urbana:
           José Geraldo Vieira, Érico Veríssimo e Marques Rebelo são os que mais se destacaram ao retratar o ambiente e as personagens das grandes cidades de então.
c) Prosa intimista:
           Os conflitos humanos e as questões psicológicas aparecem nas obras de Lúcio Cardoso, Dionélio Machado e Otávio de Faria. No final do período, surge um dos maiores nomes da literatura brasileira, Clarice Lispector, que merece considerações à parte.

Entre os autores que, na década de 30, buscaram no Nordeste o material para a temática de seus romances, destacam-se Graciliano Ramos e José Lins do Rego.
Ambos procuraram denunciar a degradação humana decorrente de condições sociais e ecológicas adversas. José Lins do Rego, conforme as palavras de Aderaldo Castello , “fixaria o esplendor e decadência do engenho-de-açucar, logo substituído pela usina, num processo de revolução da estrutura social e econômica na paisagem açucareira o Nordeste, latifundiária e patriarcalista”. Graciliano Ramos ora descreve a realidade a partir da visão do sertanejo, como em  Vidas secas, ora questiona o latifúndio e as relações humanas, como em São Bernardo, sempre associando, admiravelmente, a psicologia das personagens com as condições naturais e sociais em que estão inseridas.
A partir de 1945, ocorre uma ruptura dos esquemas narrativos dos anos 30. O romance, que, com poucas exceções, procurava ser uma representação realista da realidade, questiona a sua própria linguagem e subverte os esquemas tradicionais. Essa subversão, contudo, não se dá como a poesia da chamada “geração de 45”, preocupada com o artesanato poético.
Alguns críticos preferem chamar a literatura pós-45 de literatura atual, dada a complexidade de nossa produção literária e o fato de muitos autores estarem produzindo. Outros já estabelecem novos limites. Para estes, se o motor de explosão detonou a revolução moderna, o chip, com o qual o homem ingressa, a partir dos anos 50, na era da Informática, lança-nos num contexto pós-moderno.
Entre os primeiros escritores da terceira fase destacam-se Clarice Lispector e Guimarães Rosa, na prosa e João Cabral de Melo Neto, na poesia.

2.3 - Divisão Das Fases(Autores,Características,obras)
       
2.3.1 - Primeira fase

1 - Mário de Andrade

Mário Raul Morais Andrade, nasceu em São Paulo em 1843 e faleceu também na cidade de origem, em 1945. Além de poeta, romancista e excelente contista, foi crítico literário, professor de piano e de história da música e um estudioso apaixonado pelo folclore brasileiro. Fundou o Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo e o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, tendo sido ainda professor da Universidade do Distrito Federal ( hoje UFRG), onde regeu a caldeira de Filosofia e História da Arte. Participante ativo do movimento modernista brasileiro, e a mais importante figura da geração de 22, deixou-nos uma obra vasta e importante.

OBRAS

Poesia: Há uma gota de sangue em cada poema(1917); Paulicéia desvairada(1922); Losango cáqui(1926); Clã do Jabuti(1927); Remate de males(1930); Lira paulistana(1946); - publicação póstuma.
Ficção: Amar, verbo intransitivo(1927); Macunaíma(1928); Os contos de Belazarte(1934); Contos novos(1946); - publicação póstuma.
Ensaio: A escrava que não é Isaura(1925); Aspectos da literatura brasileira(1943); O empalhador de passarinhos(1944).

CARACTERÍSTICAS DA OBRA

POESIA

O livro de estréia de Mário de Andrade, Há uma gota de sangue em cada poema (1917), apesar de revelar um poeta sensível, motivado pela Primeira Guerra Mundial, é um livro adolescente, de pouco valor estético, apresentando um artista ainda sob influência parnasiano-simbolista.
Em Paulicéia desvairada (1922), vamos encontrar o poeta adulto e renovador, no livro que viria a ser, cronológicamente, o primeiro do Modernismo brasileiro. Nele, o poeta focaliza aspectos humanos, sociais e políticos de São Paulo, em versos livres, de métrica informal, subvertendo os valores estéticos até então vigentes. Palavras, sintagmas, flashes e fragmentos articulam-se numa tentativa de aprender a alma urbana de São Paulo, ora celebrando-lhe a paisagem, ora criticando a burguesia paulistana, ora tentando expressar uma visão totalizante da cidade.

 

FICÇÃO

A obra ficcionista de Mário de Andrade pode ser dividida em duas vertentes: a primeira trata do universo familiar da burguesia paulista e da gente do povo - é o caso do romance Amar, verbo intransitivo (1927) e da série de contos enfeixados em dois livros: Os Contos de Belazarte (1934) e Contos novos (1946) -; a segunda origina-se do aproveitamento de lendas indígenas, mitos, anedotas populares e elementos do folclore nacional, com os quais compôs sua obra-prima, Macunaíma, livro a que chamou de rapsódia, considerando o fato de ter feito uma composição com fragmentos de assuntos variados e heterogêneos.

2 - Oswald de Andrade

José Oswald de Sousa Andrade nasceu em São Paulo, em 1890 e faleceu também na cidade de origem, em 1954. De família tradicional e abastada, Oswald de Andrade pôde, ainda jovem, em 1912, ir à Europa, onde tomou conhecimento dos manifestos futuristas de Marinetti. Em 1917 conhece Mário de Andrade e Di Cavalcanti, com os quais articula o movimento artístico e literário deflagrado oficialmente na Semana de Arte Moderna. Formado em Direito, seus primeiros trabalhos foram publicados no seminário O pirralho (crítica e humor), fundado por ele em 1911. Esquerdista militante, aderiu ao Partido Comunista em 1931, afastando-se da política em 1945, ano em que obtém o título de Livre-docente em Literatura brasileira na Universidade de São Paulo.

OBRAS

Poesia: Pau-brasil (1925); Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade (1927).
Romance: Trilogia do exílio: I. Os condenados (1922), II. A estrela do absinto (1927), III. A escada vermelha (1934); Memórias sentimentais de João Miramar (1924); Serafim Ponte Grande (1933); Marco zero I: A revolução melancólica (1943); Marco zero II: Chão (1946).
Teatro: O homem e o cavalo (1943); O rei da vela (1937); A morta (1937); O rei floquinhos (infantil) (1953).

CARACTERÍSTICAS DA OBRA

POESIA

Oswald de Andrade buscou uma poesia que expressasse o genuinamente brasileiro e percorresse, desde os tempos coloniais, a vida rural e urbana do país, que procurou ver com olhar ingênuo da criança e o da pureza primitiva do índio. Reaproveitando textos dos primeiros viajantes (Caminha, Gândavo e outros), escreveu poemas breves, em versos livres e brancos, com linguagem coloquial, humor e paródia, recusando a estrutura discursiva do verso tradicional.

PROSA

Os romances que compõem a Trilogia do exílio e Marco zero não têm merecido observações muito favoráveis da crítica. O não se pode dizer de “Memórias sentimentais de João Miramar e Serafim Ponte Grande.
Memórias sentimentais de João Miramar é considerado a primeira grande realização da prosa modernista. Rompendo com esquemas tradicionais da narrativa, a obra é construída a partir de fragmentos justapostos, de blocos que rompem com a seqüência discursiva e de capítulos-relâmpagos, assemelhando-se à justaposição das imagens cinematográficas, o que impossibilita uma leitura linear da história e deixa a cargo do leitor a recomposição da narrativa. A paródia, técnica cubista (aproximação de elementos distanciados, como a pintura de um olho sobre uma perna, por exemplo), a frase sincopada, as elipses que devem ser preenchidas pelo leitor, a linguagem infantil é poética, e outras inovações fazem das Memórias uma obra revolucionária para sua época. O recurso metonímico, dentro da técnica cubista, é levado ao extremo, como nesta passagem em que empresta a uma porta as mangas de camisa e as barbas de que foi abri-la:

Um cão ladrou à porta barbuda em mangas de camisa e uma lanterna bicor mostrou os iluminados na entrada da parede.
Ainda que, por razões didáticas, estejam incluídos na primeira fase do Modernismo brasileiro, Manoel Bandeira e Cassiano Ricardo chegaram as experiências poéticas mais recentes, como o Concretismo, por exemplo.
Ambos estrearam sob influências parnasiano-simbolistas, mas logo aderiram definitivamente ao Modernismo, criando uma obra original que lhes deu  o destaque merecido entre os poetas mais importantes da nossa literatura.

3 - Manoel Bandeira

        Manoel  Carneiro de Souza Bandeira Filho, nasceu em Recife (Pe), em 1886 e faleceu no Rio de Janeiro, em 1968. Estudou no colégio Pedro II, no Rio de Janeiro e iniciou o curso de engenharia, em São Paulo, abandonando-o por motivo de saúde. Em busca da cura para a tuberculose, viajou para a Suíça, onde aproximou-se de poetas pró-simbolistas, entre eles Paul Éluard. Em 1917, retornou ao Brasil. Foi professor de literatura no colégio Pedro II e da faculdade Nacional de Filosofia (hoje, UFRJ cinquentanos). Em 1940, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras.

OBRAS

Poesia: A cinza das horas(1917); Carnaval(1919); Ritmo dissoluto(1924);                                               Libertinagem(1930); Estrela da manhã(1936); Lira dos cinquent’anos(1940); Belo belo(1948); Estrela da vida inteira (1966).  
Prosa: Crônicas da província do Brasil(1937); Guia de Ouro Preto(1938); Itinerário de Pasárgada (1954); Andorinha, andorinha(1966).

CARACTERÍSTICAS DA OBRA

           Manoel Bandeiraestreou em 1917, com A cinza das horas, publicando a seguir Carnaval(1919), ambos ainda com resíduos parnasianos e simbolistas, mas já revelando um poeta de espírito renovador.
Com Ritmo dissoluto(1924), aproxima-se mais da estética modernista, graças ao predomínio do verso livre e à procura da “dissolução” da cadência rítmica tradicional, além da incorporação do corriqueiro e cotidiano.
O livro Libertinagem(1930) é definitivamente modernista, caracterizam-no a renovação da linguagem, a fuga do “belo” tradicional em poesia, a incorporação da linguagem coloquial e popular e a temática do dia-a-dia, com poemas tirados de notícias de jornal, de frases corriqueiras, orientados como os demais, por um tom irônico e, ás vezes, trágico. Esses elementos prosseguirão em Estrela da manhã(1936) e estarão presentes nas obras seguintes.
O caráter geral de sua poesia é marcado ainda pelo tom confidencial, pelo desejo insatisfeito, pela amargura e por referências autobiográficas relacionadas com a sua doença, com os lugares onde morou (sobretudo no bairro da Lapa no Rio de Janeiro) e com a família. Profundo conhecedor da técnica de composição poética por vezes aproveita-se  das formas clássicas ou faz incursões às formas mais radicais das vanguardas, sem contudo perder a marca de absoluta simplicidade, predominante em sua obra.
Ainda que se note em várias passagens de sua obra a herança do Romantismo, Bandeira soube evitar o sentimentalismo piegas, edificando uma obra depurada e de grande valor estético.

4 - Cassiano Ricardo

           Cassiano Ricardo Leite, nasceu em São João dos Campos (SP), em 1895, e faleceu no Rio de Janeiro, em 1974. Estudou Direito em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde diplomou-se em 1917. Retorna a São Paulo, dedicando-sse ao jornalismo, à administração pública e à política. Com Menotti del Picchia e Plínio Salgado, funda o Movimento Verde-amarelo, participando da corrente nacionalista do Modernismo brasileiro. Em 1937, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras.

OBRAS

Poesia: Dentro da noite (1915); A Frauta de Pã (1917); Vamos caçar papagaios (1926); Martim-Cererê ou O Brasil dos meninos, dos poetas e dos heróis (1928); O sangue das horas (1943); Um dia depois do outro (1947); Jeremias sem-chorar (1963); Os sobreviventes (1971).

CARACTERÍSTICAS DA OBRA

           Como outros modernistas da primeira fase, Cassiano Ricardo estreou sob influências parnasiano-simbolistas, de que são exemplos os livros Dentro da noite (1915) e A frauta de Pã (1917). Contudo, sua inquietação estética fez com que chegasse a experiências das vanguardas poéticas mais recentes.
Com Vamos caçar papagaios (1926) e Martim-Cererê (1928), o poeta entra em sua fase nacionalista “verde-amarelista”, em que predomina a brasilidade dos temas. Martim-Cererê, o livro mais importante dessa fase, é uma recriação poética da descoberta e colonização do Brasil. Nele, o poeta incorpora ao seu canto a fauna e a flora brasileiras, o índio, o bandeirante, o imigrante, a temática penetração territorial, a fundação das cidades, nossos heróis e o crescimento de São Paulo.
Em O sangue das horas (1943) e Um dia depois do outro (1947), encontramos o poeta voltado para a reflexão sobre o destino humano e para os sentimentos de solidão, melancolia, frustração, angústia e perplexidade diante da vida.

5 - Alcântara Machado

           Antônio Castilho de Alcântara Machado nasceu em São Paulo no ano de 1901 e faleceu no Rio de Janeiro em 1935. Formou-se em Direito, em São Paulo. Ainda estudante, inicia-se no jornalismo. Terra roxa e Outras Terras e, com Oswald de Andrade, fundou a Revista de Antropofagia. Político militante, foi eleito, em 1935, deputado federal por São Paulo, mas não chegou a ser empossado.
Importante contista da primeira fase do Modernismo, Alcântara Machado retratou a vida e as gentes de São Paulo, deixando-nos numa galeria de tipos singulares. O comerciante, o barbeiro, o torcedor de futebol, a criança levada, são algumas das personagens que compõem essa galeria, em que predomina a figura do imigrante italiano. Nos bairros populares da antiga São Paulo, suas personagens vivem as cenas do cotidiano, a partida de futebol, as brigas de rua, as festas etc. Diminuindo a distância entre a língua falada e a escrita, incorporou a linguagem popular, os italianismos e a sintaxe sem artificialismos, o que resultou numa prova leve e num estilo moderno, por vezes elíptico e telegráfico, feito de orações assindéticas e frases curtas.

OBRAS: Pathé Baby (1926); Brás, Bexiga e Barra Funda (1927); Laranja da China (1928); Mana Maria (1936); Novelas paulistanas (1961) - reunião das três obras anteriores. 

6 - Raul Bopp

Raul Bopp,nasceu em Tupanciretã (RS), em 1898. Formado em direito, ingressou na diplomacia, depois da revolução de 30. Participou do movimento Verde-amarelo, aderindo depois ao movimento Antropofágico, cujas idéias estão presentes em Cobra Norato, de 1931.
Escrito em linguagem popular, Cobra Norato descreve a natureza amazônica, sua gente, seus costumes e lendas, seus animais e fenômenos naturais. O poeta, valendo-se de um recurso mágico (enfia-se na pele de Cobra Norato), sai pelo mundo em busca da filha da rainha Luzia.

OBRA PRINCIPAL: Cobra Norato(1931).

7 - Menotti Del Picchia

           Paulo Menotti Del Picchia nasceu em São Paulo, em 1892 e faleceu também , em sua cidade de origem, em 1988. Bacharel em direito, exerceu inúmeras atividades: foi agricultor, advogado, jornalista, editor, industrial, banqueiro e deputado federal e estadual. Um dos líderes da Semana de Arte Moderna, participou com Plínio Salgado e Cassiano Ricardo do movimento nacionalista. Foi membro da Academia de Letras.
Menotti Del Picchia antecipou-se a corrente nacionalista de 22, ao publicar Juca Mulato, romance que canta a terra e o homem brasileiro. Em oposição ao Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, Juca Mulato, camponês simples e humilde, cujo o universo restringe-se a sua fazenda, torna-se o herói de um drama universal, o do amor que arrebata o indivíduo, enfraquecendo-lhe o raciocínio e exasperando-o a força do sofrimento. O amor, tornado em antagonista, leva Juca Mulato a travar uma luta consigo mesmo, da qual sai vencedor, graças a perfeita harmonia com os elementos do seu cotidiano: as plantas, os bichos, enfim o cenário em que vive.

OBRA PRINCIPAL: Juca Mulato(1917).

2.3.2 - Segunda fase

PROSA

1 - Graciliano Ramos

           Graciliano Ramos nasceu em Quebrangulo (AL), em 1892 e faleceu no Rio de Janeiro, em 1953. Fez os primeiros estudos no interior de Alagoas e tentou o jornalismo no Rio de Janeiro. Regressou a Palmeira dos Índios (AL), cidade da qual foi prefeito, em 1928, renunciando ao cargo dois anos depois e passando a dirigir a Imprensa Oficial do Estado. Em 1933, foi nomeado Diretor da Instrução Pública. Por suspeita de ligação com o consumismo, foi demitido e preso em 1936. Remetido ao Rio de Janeiro, permaneceu encarcerado na Ilha Grande, onde escreveu Memórias do cárcere. Em 1945, aderiu ao Partido Comunista Brasileiro.

OBRAS

Romance: Caetés(1933); São Bernardo(1936); Vidas secas(1938).
Conto: Insônia(1947).
Memórias: Infância(1945); Memórias do cárcere(1953); Linhas tortas(1962); Viventes das lagoas(1962). As duas últimas obras foram publicadas postumamente.
Literatura infantil: Histórias de Alexandre(1944); Histórias incompletas(1946).

CARACTERÍSTICAS DA OBRA

           De maneira geral, sus romances caracterizam-se pelo inter-relacionamento entre as condições sociais e a psicologia das personagens; ao que se soma uma linguagem precisa , “enxuta” e despojada, de períodos curtos mas de grande força expressiva.
Seu romance de estréia, Caetés(1933), gira em torno de um caso de adultério ocorrido numa pequena cidade do interior nordestino e não está à altura das obras subseqüentes.
São Bernardo(1934), uma de suas obras-primas, narra a ascensão de Paulo Honório, rico proprietário da fazenda São Bernardo. Com o objetivo de ter um herdeiro Paulo Honório casa-se com Madalena, uma professora de idéias progressistas. O ciúme e a incompreensão de Paulo Honório levam-na ao suicídio. Trata-se de um romance admirável, não só pela caracterização da personagem, mas também pelo tratamento dado à problemática da coisificação dos indivíduos.
Angústia, é a história de uma só personagem, que vive a remoer a sua angústia por ter cometido um crime passional.
Entre suas obras auto-biográficas, destaca-se Memórias do cárcere(1953), depoimento sobre as condições dramáticas de sua prisão durante o governo do ditador Getúlio Vargas.

2 - José Lins do Rego

           José Lins do Rego Cavalcanti nasceu em Pilar (PB), 1901 e faleceu no Rio de Janeiro em 1957. De família ligada à produção açucareira, criou-se no engenho do avô, fato que iria influenciar a sua obra. Formou-se em Direito, no Recife, e foi promotor em Minas Gerais. Exerceu como funcionário do Ministério da Fazenda, o cargo fiscal de bancos, em Maceió, onde conviveu com Graciliano Ramos, Raquel de Queiróz e Jorge Lima. Em 1935, fixou residência no Rio de Janeiro e, em 1953, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras.

OBRAS: Menino de Engenho (1932); Doidinho (1933); Bangüê (1934); O moleque Ricardo (1935); Usina (1936); Pureza (1937); Pedra Bonita (1938); Riacho Doce (1939); Água-mãe (1941); Fogo morto (1943); Eurídice (1947); Cangaceiros (1953).

CARACTERÍSTICAS DA OBRA

           Segundo o próprio autor, sua obra de ficção pode ser dividida em:
a) Ciclo da cana-de-açúcar: Menino de engenho, Doidinho, Bangüê, Usina e Fogo morto;
b) Ciclo do cangaço: do misticismo e da seca: Pedra Bonita e Cangaceiros;
c) Obras independentes: O moleque Ricardo, Pureza e Riacho Doce (que de algum modo associam-se aos ciclos anteriores).
As obras do chamado “ciclo da cana-de açúcar” são as mais importantes, destacando-se em Fogo Morto. Nelas, o autor procura retratar o início da decadência dos senhores de engenho, o advento da usina-de-açúcar, com seus métodos modernos de produção, e a formação de uma nova estrutura econômica e social na região açucareira do Nordeste.
As características marcantes desse ciclo são: o memorialismo, a visão de mundo sob a ótica do senhor de engenho, a linguagem espontânea e certa consciência crítica em relação à miséria e ao subdesenvolvimento do Nordeste.

           Érico Veríssimo, com a maioria da suas obras ambientadas no Rio Grande do Sul, deixou-nos romances urbanos, que registram a vida da pequena burguesia porto-alegrense, romances políticos, que denunciam os males do autoritarismo, e a monumental trilogia histórica O tempo e o vento.
Jorge Amado fala-nos da Bahia, sua gente, seu folclore, sua vida boêmia, seu sincretismo religioso, num universo exótico em que comparecem burgueses e personagens das classes populares.
Ambos são romancistas mais lidos e mais populares da literatura brasileira.

3 - Érico Veríssimo

           Érico Lopes Veríssimo nasceu em Cruz Alta, em 1905 e faleceu em Porto Alegre, em 1975. Concluiu o 1º grau (antigo ginásio) em Porto Alegre. De volta a sua cidade natal, empregou-se no comércio, foi bancário e sócio de uma farmácia. Em 1930, transferiu-se para Porto Alegre, onde, depois de trabalhar algum tempo como desenhista e de publicar alguns contos na imprensa local, empregou-se na Editora Globo como secretário do Departamento Editorial. Viajou duas vezes aos Estados Unidos, onde ministrou cursos de literatura brasileira.

OBRAS

Romance: Clarissa(1933); Caminhos cruzados(1935); Música ao longe(1935); Um lugar ao sol(1936); Olhai os lírios do campo(1938); Saga(1940); O resto é silêncio(1942); O tempo e o vento: I - O continente(1948), II - O retrato(1951), III - O arquipélago(1961); O senhor embaixador(1965); O prisioneiro(1967); Incidente em Antares(1971).
Conto e novela: Fantoches(1932); Noite(1942).
Memórias: Solo de clarineta I(1973); Solo de clarineta II(1975).
Publicou ainda várias obras de ficção didática e literatura infantil, além de narrativas de viagens.

CARACTERÍSTICAS DA OBRA

           Costuma-se dividir a obra de Érico Veríssimo em três grupos:
1) Romance urbano: Clarissa, Caminhos cruzados, Um lugar ao sol, Olhai os lírios do campo, Saga e o Resto é silêncio. As obras desta fase registram a vida da pequena burguesia porto-alegrense, com uma visão otimista, às vezes lírica, às vezes crítica, e com uma linguagem tradicional, sem maiores inovações estilísticas.
Desta fase destaca-se Caminhos cruzados, considerado um marco na evolução do romance brasileiro. Nele, Érico Veríssimo usa a técnica do contraponto, desenvolvida por Aldous Huxley (de quem fora tradutor) e que consiste mesclar pontos de vista diferentes (do escritor e das personagens) com a representação fragmentária das situações vividas pelas personagens, sem que haja no texto um centro catalisador.
2) Romance histórico: O tempo e o vento. A trilogia de Érico Veríssimo procura abranger duzentos anos da história do Rio Grande do Sul, de 1745 a 1945. O primeiro volume (O continente), narra a conquista de São Pedro pelos primeiros colonos e é considerado o ponto mais alto de sua obra.
3) Romance político: O senhor embaixador, O prisioneiro e Incidente em Antares. Escrito durante o período da ditadura militar, iniciada em 1964, denunciam os males do autoritarismo e as violações dos direitos humanos. Desta série destaca-se Incidente em Antares.

4 - Jorge Amado

           Jorge Amado de Faria, nasceu em Ferradas (hoje Itabunas (BA)), em 1912. Fez os primeiros estudos em Ilhéus e Salvador, concluindo-os no Rio de Janeiro, onde se formou em direito. Militante de esquerda , exilou-se várias vezes, fugindo de perseguições políticas. Em 1945, é eleito deputado, em São Paulo, pelo Partido Comunista, perdendo o mandato quando o partido é posto na ilegalidade. Obteve o Prêmio Stalin de Literatura e a Legião de Honra da França. É membro da Academia  Brasileira de Letras desde 1959. Suas obras alcançam mais de trezentas edições em línguas estrangeiras, com milhões de exemplares vendidos em todo o mundo.

OBRAS

Romance: O país do carnaval(1931); Cacau(1933); Suor(1934); Jubiabá(1935); Mar Morto(1936); Capitães da areia(1937); Terras do sem-fim(1942); São Jorge dos Ilhéus(1944); Seara vermelha(1946); Os subterrâneos da liberdade(1952); Gabriela, cravo e canela(1958); Dona flor e seus dois maridos(1967); Tenda dos milagres(1970); Teresa Batista cansada de guerra(1973); Tieta do agreste(1977); Farda, fardão e camisola de dormir(1979).
Novela: Os velhos marinheiros(1961); Os pastores da noite(1964).
Biografia: ABC de Castro Alves(1941); Vida de Luís Carlos Prestes, o cavaleiro da esperança(1945).
Teatro: O amor de Castro Alves, reeditado como O amor do soldado(1947).

CARACTERÍSTICAS DA OBRA

           Costuma-se dividir a obra de Jorge Amado em duas fases. A primeira iniciada com o romance O país do carnaval(1931), caracteriza-se pelo forte conteúdo político e pela denúncia das injustiças sociais, o que muitas vezes dá um caráter panfletário e tendencioso às obras aí incluídas. O esquematismo psicológico das obras dessa primeira fase leva a uma divisão do mundo em heróis (marginais, vagabundos, operários, prostitutas, meninos abandonados, marinheiros etc.) e vilões (a burguesia urbana e os proprietários rurais).
Terras do sem-fim(1942) é uma exceção entre os romances da primeira fase, constituindo uma das obras-primas do autor.
A segunda fase, inicia-se com a publicação de Gabriela, cravo e canela(1958). Fugindo o panfletarismo e ao esquematismo psicológico, Jorge Amado constrói seus romances com elementos folclóricos e populares: os costumes afro-brasileiros, a comida típica, o candomblé, os terreiros, a capoeira etc. O mundo dos marginalizados torna-se então um mundo feliz, pois seus heróis levam uma vida sem preconceitos, sem regras severas de conduta social, o que lhes permite um elevado grau de  liberdade existencial.
A partir de então, como se houvesse descoberto uma fórmula, Jorge Amado insiste nos mesmos esquemas, repetindo com pequenas variações, a mesma “receita”.

5 - Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira (MG), 1902 e faleceu no Rio de Janeiro em 1987. Realizou os primeiros estudos em Itabira, Belo Horizonte e Nova Friburgo, formando-se em farmácia, em 1925. Sem interesse pela profissão de farmacêutico, lecionou Geografia e português, dedicando-se também ao jornalismo, atividade que encerrou em 1985. Em 1928, ingressou no funcionarismo público, tendo exercido, entre outros cargos, a chefia de gabinete do ministro da Educação Gustavo Capanema. Apesar de inúmeros convites, nunca se candidatou a uma vaga na Academia Brasileira de Letras. Morreu no Rio de Janeiro, Onde residia desde 1933.

OBRAS:

Poesia: Alguma poesia (19300; Brejo das almas (1934); Sentimento do mundo (1940); Poesias (1942); A rosa do povo (1945); Viola de bolso (1952); Fazendeiro do ar e poesia até agora (1953); Viola de bolso novamente encordoada (1955); Poemas (1959); A vida passada a limpo (1959); Lição de coisas (1962); Versiprosa (1967); Boitempo (1968); Menino antigo (1973); As impurezas do branco (1973); Discurso de primavera e algumas sombras (1978); A paixão medida (1980); Corpo (1984).

Prosa: Confissões de Minas (1944); Contos de aprendiz (1951); Passeios na ilha (1952); Fala, amendoeira (1957); A bolsa e a vida (1962); Cadeira de balanço (1966); Caminhos de João Brandão (1970); O poder ultrajovem (1972); De notícias & não-notícias faz-se a crônica (1974); 70 historinhas (1978); Boca de luar (1984).

 

CARACTERÍSTICAS DA OBRA

           Drummond é sem dúvida, o maior poeta brasileiro contemporâneo. Sua estréia deu-se em 1930, com Alguma poesia. De maneira geral, os poemas desse livro procuram retratar a vida à sua volta. O poeta, livre de preconceitos literários anteriores, procura “trabalhar a realidade com as mãos puras”; fala-nos de cenas do cotidiano, de paisagens, de lembranças, fotografando a realidade, retratando a “vida besta”.
Por outro lado, o poeta manifesta o seu pessimismo e a sua personalidade reservada, tímida, desconfiada, de um poeta que nasceu “para ser um gauche na vida”; outras vezes, deixa transparecer uma fina ironia e humor, utilizando-se também do poema-piada, herança dos modernistas da primeira fase.
Em Brejo das almas (1934), o poeta evolui, abandonando o descritivismo, e acentua o humor de seus versos. Drummond interioriza-se, manifestando um sentimento de decepção e amargura, de falta de sentimento da existência ou de solução para o destino. Além disso, acentua a temática amorosa, num lirismo contido por vezes irônico.

POESIA

Murilo Mendes e Jorge de Lima foram amigos inseparáveis. Juntos publicaram o livro Tempo e eternidade, com poemas de inspiração católica, através dos quais procuravam “restaurar a poesia em Cristo”. Como Jorge de Lima ficasse mais perto do tempo, enquanto Murilo Mendes preocupava-se mais com a eternidade, Wagner Dutra, um amigo comum, ao vê-lo chegar, costumava dizer: “Lá vem Tempo e Eternidade!”
A obra de ambos, porém, não se restringiu apenas à temática de conteúdo cristão. Murilo Mendes deixou-nos uma grande variedade de poemas que demonstram sua preocupação constante com evolução das formas de expressão, chegando às experiências renovadoras mais atuais. Jorge de Lima legou-nos o poema épico-lírico Invenção de Orfel, síntese grandiosa da sua trajetória poética e que o coloca também entre os maiores poetas de nossa literatura.

6 - Murilo Mendes

           Murilo Monteiro Mendes nasceu em Juiz de Fora (MG), 1901 a faleceu em Lisboa no ano de 1975. Fez os primeiros estudos em sua cidade natal, mudando-se para o Rio de Janeiro em 1920. Lecionou, desde 1957, estudos brasileiros em Roma. Em 1972, recebeu o Prêmio internacional de Poesia Etna-Taormina.

Obras: Poemas (1930); História do Brasil (1932); Tempo e eternidade (1935) - em colaboração com Jorge de Lima; A poesia em pânico (1938); O visionário (1941); As metamorfoses (1944); Mundo enigma (1945); Poesia liberdade (1947); Contemplação de Ouro Preto (1954); Poesias (1959); Siciliana (1959); Tempo espanhol (1959); Poliedro (1962); Convergência (1970).
Prosa: Na idade do serrote (1968); Transistor (1980) - antologia.

CARACTERÍSTICAS DA OBRA

           Partindo das primeiras experiências modernistas, Murilo Mendes, sempre preocupado em renovar permanentemente a sua expressão poética, chegou em seus últimos trabalhos a uma total liberdade de criação e experimentação.
Seu livro de estréia, Poemas (1930), contém uma crítica irônica à sociedade técnica e mecanizada. Nele, encontramos a figura da mulher simbolizando a “seiva da vida”. Essa visão crítica será retomada em  O visionário (publicado em 1941, mas com poemas escritos entre 1930 e 1933), no qual se acentua a tentativa de expressão surrealista, já manifestada no primeiro livro, exprimindo um sentimento de angústia diante de um modo absurdo e conturbado.
História do Brasil (1932) contém poemas satíricos que criticam fatos e personagens de nossa história, com um humor bem ao gosto da literatura da primeira fase modernista.
Com  Tempo e eternidade (1935), escrito em colaboração com Jorge de Lima, inicia-se uma vertente significativa da poesia de Murilo Mendes: a religiosidade. Para José Guilherme Merquior, trata-se de “uma religiosidade verticalmente empenhada na crítica da desumanização da vida no mundo contemporâneo”, crítica que também está presente no livro A poesia em pânico (1938).

7 - Jorge Lima

           Jorge Matheos de Lima nasceu em União (AL), 1895 e faleceu no Rio de Janeiro em 1953. Formado em Medicina, foi deputado estadual em Alagoas e professor universitário. Em 1930, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi presidente da Câmara de Vereadores do antigo Distrito Federal.

OBRAS:

Poesia: XIV alexandrinos (1914); O mundo do menino impossível (1925); Poemas (1927); Novos poemas (1929); Poemas escolhidos (1932); Tempo e eternidade (1935) - em colaboração com Murilo Mendes; Quatro poemas negros (1937); A túnica inconsútil (1938); Poemas negros (1947); Livro de sonetos (1949); Anunciação e encontro de Mira-celi (1950); Invenção de Orfel (1952).
Romance: O anjo (1934); Calunga (1935).

 

 

 

CARACTERÍSTICAS DA OBRA

           Em estudo recente, Gilberto Mendonça Teles divide a obra de Jorge de Lima em três fases:

a) Fase de formação

           Abrange o início de sua atividade poética até 1932. Dessa fase são os livros: XIV alexandrinos (1914),  Poemas (1927), Novos poemas (1929), Poemas escolhidos (1932) e Poemas negros, que, embora publicado em 1947, tem marcas estilísticas da primeira fase.
Num primeiro momento dessa fase, o poeta, ainda sob influência parnasiana, privilegia o soneto e esmera-se num vocabulário bem ao gosto parnasiano.
A partir de Poemas (1927), Jorge de Lima adere ao Modernismo, com textos marcados por cenas da infância, pelo sentimento nacionalista, por referências ao Nordeste e pela forte influência de elementos do folclore negro.

 b) Fase de Transformação

           Pertencem a essa fase os livros: Tempo e eternidade (1935), A túnica inconsútil (1938), Associação e encontro de Mira-Celi (1943) e  Livro de sonetos (1949). Nessa fase, o poeta apresenta-se bastante envolvido com problemas religiosos e metafísicos, engajando-se plenamente no tema do catolicismo e aprimorando o verso livre e a expressão metafórica. A essa fase pertence o poema “A ave”.

c) Fase de Confirmação

           Nessa fase, o poeta consolida-se, afirma-se e recupera-se, como que confirmando todas suas qualidades. Dessa fase é o poema épico-lírico Invenção de Orfeu (1952), um dos mais belos livros de nossa literatura. Trabalhando conscientemente sobre o modelo épico de Camões, Jorge Lima, preocupado com a metalinguagem, apropria-se dos clássicos, numa técnica de colagem em que aparece, além de Camões, Dante, Milton e Virgílio. Além disso, o poeta atualiza elementos de nossa cultura - mitos luso-brasileiros fundem-se com suas leituras e seu conhecimento histórico - e procura interpretar simbolicamente a relação do homem com o universo.
Cecília Meireles e Vinícius de Morais têm um ponto em comum: a música. Tendo ingressado no Conservatório de Música, Cecília Meireles estudou canto, violino e piano. Vinícius compôs o seu primeiro samba (música e letra) em 1953, participou do movimento Bossa Nova e, com inúmeros parceiros, continuou compondo até seus últimos dias. Isso talvez explique o fato de ambos serem poetas líricos por excelência (de lira, instrumento musical de cordas). Lirismo que, a princípio, fora em ambos expressão de um sentimento religioso, mas que aos poucos estendeu-se aos temas universalizantes e cotidianos, como veremos a seguir.

8 - Vinícius de Morais

           Marcus Vinícius de Melo Morais nasceu no Rio de Janeiro, em 1913 e faleceu no Rio de Janeiro no ano de 1980. Bacharelou-se em Letras no Colégio Santo Inácio (RJ), em 1929, e formou-se em Direito, em 1933. Dez anos depois, ingressou na carreira diplomática, tendo servido em diversos países. Dedicou-se ao cinema e a música, destacando-se no movimento de renovação da música popular brasileira que se convencionou chamar Bossa Nova.

OBRAS:

Poesia: O caminho para a distância (1933); Forma e exegese (1935); Ariana, a mulher (1936); Novos poemas (1938); Cinco elegias (1943); Poemas, sonetos e baladas (1946); Pátria minha (1949); Livro de sonetos (1957); Novos poemas-II (1957).
Crônica: Para viver um grande amor (1962); Para uma menina como uma flor (1966).
Teatro: Orfel da Conceição (1960) - em versos; Procura-se uma rosa (1961) - de colaboração com Pedro Bloch e Gláucio Gil; Cordélia e o peregrino (1965) - em versos.
Obra completa: Publicada em vida do autor e organizada com a sua assistência, reagrupa com outros títulos as suas obras e incorpora texto esparsos e o conjunto de suas canções.

CARACTERÍSTICAS DA OBRA

           Compreende os livros: O caminho para a distância (1933), Forma e exegese (1935), Adriana, a mulher (1936), Novos poemas (1938) e Cinco elegias (1943); este último, um livro de transição.
Em O caminho para a distância, o poeta manifesta sua preocupação religiosa e sua angústia diante do mundo, revelando também o seu conflito entre o sensualismo e o sentimento religioso. O amor é tido como um elemento negativo que, ligando-o ao mundo terreno, impede a libertação do espírito. O livro guarda um tom adolescente e as imagens não têm o vigor que alcançariam mais tarde. Trata-se de uma obra imatura.
A partir de Forma e exegese, os versos ganham liberdade expressiva e tornam-se mais extensos. O poeta volta-se para o cotidiano, sem contudo abandonar o desejo de transcendência. A mulher torna-se figura central de sua poesia - mais ainda envolta por um forte misticismo, que contribui para a sua caracterização como ser divinizado -, e o poeta procura harmonizar sensualismo e erotismo com apelos espirituais.
O tom declamatório e os versos longos, que nos lembram versículos bíblicos, mantêm o poeta ainda distante das conquistas expressivas mais modernas.
Essa primeira fase, segundo o próprio Vinícius, termina com Ariana, a mulher. Cinco elegias seria o livro de transição.
Nessa fase sua temática ganha novas características universalizantes e sociais, o que se exemplifica no poema “O operário em construção”.
Poeta lírico por excelência, Vinícius alia temas modernos à mais apurada forma clássica de composição, o soneto, deixando-nos obras-primas.

  1. Cecília Meireles

 

           Cecília Meireles nasceu no Rio de janeiro em 1901 e faleceu na mesma cidade no ano de 1964. Diplomou-se como professora pela Escola Normal (Instituto de Educação-RJ) em 1917. Além de se dedicar ao magistério primário, colaborou nos principais jornais cariocas e deu cursos de Literatura brasileira nos Estados Unidos e no México. Premiada duas vezes pela Academia Brasileira de Letras, soma-se também à sua biografia o título de doutora honoris causa, da Universidade de Delhi (Índia).

OBRAS:

Poesia: Espectros (1919); Nunca mais... e Poema dos poemas (1923); Baladas para El-rei (1925); Viagem (1939); Vaga música (1942); Mar absoluto (1945); Retrato natural (1949); Amor em Leonoreta (1951); Doze noturnos da Holanda e O aeronauta (1952); Romanceiro da Inconfidência (1953); Pequeno oratório de Santa Clara (1955); Pistóia, cemitério militar brasileiro (1955); Canções (1956); Romance de Santa Cecília (1957); Metal rosicler (1960); Poemas escritos na Índia (1961); Solombra (1963); Ou isto ou aquilo (1965); Crônica trovada (1965). As duas últimas obras foram publicadas postumamente.
Publicou também crônicas, textos para teatro, prosa poética e ficção.

CARACTERÍSTICAS DA OBRA

           Cecília Meireles estréia em 1919, com Espectros, livro de influências parnasianas; lança a seguir Nunca mais... e Poema dos poemas (1923) e Baladas para El-rei (1925), ambos de temática predominantemente mística e que refletem a sua ligação com o grupo espiritualista da revista Festa. Esses três primeiros livros seriam, mais tarde, postos de lado pela poetisa, que não os inclui na edição de sua Obra poética, coletânea de 1958.
Cremos, portanto, que Cecília Meireles preferiu tomar como ponto de partida de sua trajetória poética o livro Viagem (1939), pelo qual recebeu o prêmio da Academia Brasileira de Letras.
Viagem, livro que demonstra uma maior maturidade poética, apesar de manter-se dentro dos padrões tradicionais, ultrapassa o primeiro momento do Modernismo brasileiro (anedótico e nacionalista). Ao gosto pela tradição, soma-se uma visão filosófica e universalizante. As indagações sobre a brevidade da vida, o sentido da existência, a solidão e a incompreensão humana, presentes em Viagem, permaneceriam em quase toda sua obra, perpassada por um sentimento de pessimismo e desencanto.

2.3.3 - Terceira fase

 

1 - Guimarães Rosa

           João Guimarães Rosa nasceu em Cotisburgo (MG) em 1908 e faleceu em 1967 no Rio de Janeiro. Formou-se em Medicina e exerceu a profissão até 1934, quando ingressa na carreira diplomática, servindo na Alemanha, Colômbia e França. Em 1963, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, adiando a posse até 1967. Morreu neste ano três dias depois da solenidade de posse, vítima de um colapso cardíaco.

OBRAS:

Conto: Sagarana (1946); Primeiras estórias (1962); Tutaméia: terceiras estórias (1967); Estas estórias (1969) - publicação póstuma.
Novela: Corpo de baile (1956) - publicado posteriormente em três volumes: Manuelzão e Minguilim; No urubuquaquá, no Pinhém; Noites do sertão.
Romance: Grande Sertão: veredas (1956).
Diversos: Com vaqueiro Mariano (1952); Ave, palavra (1970) - publicação póstuma; O ministério dos MMM (em colaboração).

CARACTERÍSTICAS DA OBRA

           Embora de caráter regionalista, a obra de Guimarães Rosa supera o regionalismo tradicional, que ora idealizava o sertanejo, ora se comprazia com aspectos meramente pitorescos, com o realismo documental ou com a transcrição da linguagem popular e coloquial.
Essa superação deve-se à riqueza de sua linguagem e ao caráter universal das questões morais e metafísicas presentes em sua  obra.
Criando um estilo absolutamente novo na ficção brasileira, Guimarães Rosa estiliza o linguajar sertanejo, recria e inventa palavras, mescla arcaísmos com vocábulos eruditos, populares e modernos, combina de maneira original as palavras, prefixos e sufixos, constrói uma sintaxe peculiar e explora as possibilidades sonoras da linguagem, através de aliterações, onomatopéias, hiatos, ecos, homofonias etc.
No cerne dessa linguagem nova, na qual prosa e poesia confundem-se, estão as indagações universais do homem: o sentido da vida e da morte, a existência ou não de Deus e do diabo, o significado do amor, do ódio, da ambição etc.

           A exemplo de Guimarães Rosa, Clarice Lispector teve grande destaque na terceira fase do Modernismo brasileiro. Em sua obra, encontramos mudanças significativas na prosa brasileira; mudanças essas que se verificam tanto ao nível da construção como ao nível da temática. No que se refere à construção narrativa, observamos o predomínio da introspecção, o rompimento com a linearidade episódica, que se fragmenta em sua estrutura, a valorização dos aspectos psicológicos das personagens em detrimento das ações e a opção pelo fluxo de consciência como elemento norteador do processo narrativo. Quanto à temática, esta apresenta-se profundamente marcada pelo existencialismo, questionando sempre o “estar no mundo” e o sentido da existência e focalizando a solidão do homem e sua angustiante dualidade entre uma existência autêntica ou inautêntica.

  1.  

2 - Clarice Lispector

           Clarice Lispector nasceu na Ucrânia na cidade de Tchetchelnik no ano de 1926 e faleceu no Rio de Janeiro em 1977. Clarice Lispector tinha apenas dois meses de idade quando seus pais chegaram ao Brasil. Criou-se no Recife, mudando-se para o Rio de Janeiro aos doze anos. Formou-se em Direito e pôde conhecer vários países da Europa, acompanhando o marido, que era diplomata. Aos dezessete anos de idade, escreveu seu primeiro livro, o romance Perto do coração selvagem.

OBRAS:

Romance: Perto do coração selvagem (1944); O lustre (1946); A cidade sitiada (1949); A maçã no escuro (1961); A paixão segundo G.H. (1964); Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres (1969); Água viva (1973); A hora da estrela (1977).
Conto: Alguns contos (1952); Laços de família (1960); A legião estrangeira (1964); Felicidade clandestina (1971); Imitação da rosa (1973); A via-crucis do corpo (1974); A bela e a fera (1979) - publicação póstuma.
Crônica: Visão do esplendor (1975); Para não esquecer (1978) - publicação póstuma.
Literatura infantil: O mistério do coelho pensante (1967); A mulher que matou os peixes (1969); A vida íntima de Laura (1974); Quase verdade (1978) - publicação póstuma.

CARACTERÍSTICAS DA OBRA

           Na obra de Clarice Lispector, a caracterização das personagens e as ações são elementos secundários. Importa-lhe captar a vivência interior das personagens e da complexidade de seus aspectos psicológicos. Daí resultam uma narrativa introspectiva e o monólogo interior, em que muitas vezes percebe-se o envolvimento do narrador, ficando difícil estabelecer fronteiras entre narrador e personagens. Essa centralização na consciência contribui para a digressão, a fragmentação dos episódios e o desencadeamento do “fluxo de consciência”, isto é, a expressão direta dos estados mentais, nos quais parece manifestar-se diretamente o inconsciente, do que resulta certa perda de seqüência lógica.
Na trilha filosófica do existencialismo, Clarice enfatiza a angústia do homem diante sua liberdade para escolher o curso que deseja dar à sua vida. Essa escolha é necessária, já que sua existência não está predeterminada, e a maneira de cada indivíduo ser e estar no mundo e entendê-lo resulta de sua própria opção. Assim, ele tem a liberdade de optar por uma vida autêntica e questionadora, mas isso provavelmente o levará a enxergar um mundo absurdo em que nada faz sentido e, conseqüentemente, a afundar-se num abismo de perplexidades. Por outro lado, pode refugiar-se da banalidade do cotidiano e nos interesses imediatos, limitados e efêmeros, os quais certamente nunca o deixarão plenamente satisfeito. 
As narrativas de Clarice Lispector quase sempre focalizam um monumento de revelação, um momento especial em que a personagem defronta-se subitamente com verdade. Esse momento especial é o que James Joyce chamou de epifania (que, no vocabulário religioso, refere-se à manifestação divina). A epifania é uma manifestação espiritual súbita, provocada por uma experiência que, a princípio, mostra-se simples e rotineira, mas acaba por mostrar a força de uma inusitada revelação. Os objetos mais simples, os gestos mais banais e as situações mais cotidianas provocam uma iluminação repentina na consciência da personagem.

           Situado na chamada “geração de 45”, João Cabral de Melo Neto dela se destaca com uma poesia cujo traços essências são a concisão e a precisão. Preocupado com a organização do texto, com rigor de sua construção, João Cabral identifica-se com o “poeta-engenheiro” da forma poética, abdicando o sentimentalismo pela contenção da subjetividade.
Dois aspectos principais norteiam a sua poesia: auto-análise da composição poética, do que resultaram inúmeros poemas metalingüísticos, e a temática social, voltada para o sofrimento do homem nordestino.

3 - João Cabral de Melo Neto

           João Cabral de Melo Neto nasceu no Recife (PE) no ano de 1920. Passou a infância em Pernambuco e estudou com os Irmãos Maristas, em Recife, mas não fez nenhum curso superior. Em 1942, mudou-se para o Rio de Janeiro. Foi nomeado por concurso, Assistente de seleção do DASP, em 1943, e diplomata, em 1945. Em 1947, foi servir em Barcelona, depois em Londres, Servilha, Marcelha, Madri, Genebra, Berna e Assunção. Promovido  a embaixador, em 1976, sua primeira representação foi no Senegal. Atualmente ainda é membro do corpo diplomático. Em 1968, foi eleito por unanimidade pela Academia Brasileira de Letras.

OBRAS:

Poesia: Pedra no sono (1942); O engenheiro (1945); Psicologia da composição (1947); O cão sem plumas (1950); O rio (1954); Morte e vida severina (1956); Paisagens com figuras (1956); Uma faca só lâmina (1956); Terceira feira (1961), reunindo Quaderna, Dois parlamentos e serial; A educação pela pedra (1966); Museu de tudo (1975); Poesia crítica (1982) - antologia; Auto do frade (1984).

CARACTERÍSTICAS DA OBRA

           “Saio de meu poema / como quem lava as mãos”. Esses versos que iniciam o poema “Psicologia da composição”, revelam que para João Cabral de Melo Neto a poesia deixa de ser fruto de um momento de inspiração e passa a ser o resultado de um esforço cerebral, um trabalho de artesão da palavra. O ato de “lavar as mãos” ao terminar um poema identifica-se com o fim do artesanato do escultor, do modelador. E é à semelhança deles que João Cabral engendra a sua poesia, fazendo-a com suor, preocupando-se com a organização do texto, a concisão e a precisão da linguagem, e buscando a palavra objetiva, exata, para a concretização de uma composição poética que mantém sob contenção a musicalidade fácil e repudia o exagero metafórico.
Seu primeiro livro, Pedra do sono (1942), reúne vinte poemas curtos, escritos aos vinte anos, nos quais predominam imagens surrealistas.
Com O engenheiro (1945) começam a se revelar os traços essenciais de sua poesia: o racionalismo e a construção artesanal do poema. Desse livro é o poema “A lição de poesia”.
Com Psicologia da composição (1947), João Cabral dá o passo definitivo em direção à objetividade poética que marca toda a sua obra a partir de então. O livro contém, em sua maioria, poemas sobre o fazer poético, nos quais leva mais adiante a sua objetividade, rejeitando a poesia como fruto de inspiração. 

 

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