História da dança no brasil

 


 

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História da dança no brasil

 

DANÇA

A dança é uma das três principais artes cênicas da Antiguidade, ao lado do teatro e da música. Caracteriza-se pelo uso do corpo seguindo movimentos previamente estabelecidos (coreografia) ou improvisados (dança livre). Na maior parte dos casos, a dança, com passos cadenciados é acompanhada ao som e compasso de música e envolve a expressão de sentimentos potenciados por ela, mas, não é somente através do som de uma música que se pode dançar, pois os movimentos podem acontecer independentes do som que se ouve, e até mesmo sem ele. Podemos dizer então que a dança é a arte de mexer o corpo, através de uma cadência de movimentos e ritmos, criando uma harmonia própria.

 

HISTÓRIA

        A história da dança retrata que seu surgimento se deu ainda na pré-história, quando os homens batiam os pés no chão. Aos poucos, foram dando mais intensidade aos sons, descobrindo que podiam fazer outros ritmos, conjugando os passos com as mãos, através das palmas.

O surgimento das danças em grupo aconteceu através dos rituais religiosos, onde as pessoas faziam agradecimentos ou pediam aos deuses o sol e a chuva. Os primeiros registros dessas danças mostram que as mesmas surgiram no Egito, há dois mil anos antes de Cristo.

Mais tarde, já perdendo o costume religioso, as danças apareceram na Grécia, em virtude das comemorações aos jogos olímpicos. O Japão preservou o caráter religioso das danças, onde as mesmas são feitas até hoje, nas cerimônias dos tempos primitivos. Em Roma, as danças se voltaram para as formas sensuais, em homenagem ao deus Baco (deus do vinho), onde se dançava em festas e bacanais.

Nas cortes do período renascentista, as danças voltaram a ter caráter teatral, que estava se perdendo no tempo, pois ninguém a praticava com esse propósito. Praticamente daí foi que surgiram o sapateado e o balé, apresentados como espetáculos teatrais, onde passos, música, vestuário, iluminação e cenário compõem sua estrutura. No século XVI surgiram os primeiros registros das danças, onde cada localidade apresentava características próprias. No século XIX surgiram as danças feitas em pares, como a valsa, a polca, o tango, dentre outras. Estas, a princípio, não foram aceitas pelos mais conservadores, até que no século XX surgiu o rock’n roll, que revolucionou o estilo musical e, consequentemente, os ritmos das danças.

Assim como a mistura dos povos foram acontecendo, os aspectos culturais foram se difundindo. O maracatu, o samba e a rumba são prova disso, pois através das danças vindas dos negros, dos índios e dos europeus esses ritmos se originaram. Hoje em dia as danças voltaram-se muito para o lado da sensualidade, sendo mais divulgadas e aceitas por todo o mundo. Nos países do oriente médio a dança do ventre é muito difundida e no Brasil, o funk e o samba. Além desses, o Strip-tease tem tido grande repercussão, principalmente se unido à dança inglesa, pole dance, mais conhecida como a dança do cano.

 

CLASSIFICAÇÃO

Várias classificações das danças podem ser feitas, levando-se em conta diferentes critérios.

QUANTO

AO MODO DE DANÇAR

Dança solo (ex.: coreografia de solista no balé, sapateado);

Dança em dupla (ex.: tango, salsa, valsa, forró etc);

Dança em grupo (ex.: danças de roda, sapateado).

 

QUANTO

A ORIGEM

Dança folclórica (ex.: catira, carimbó, reisado etc);

Dança histórica (ex.: sarabanda, bourré, gavota etc);

Dança cerimonial (ex.: danças rituais indianas);

Dança étnica (ex.: danças tradicionais de países ou regiões).

 

QUANTO

A FINALIDADE

dança erótica (ex.: can can, striptease, pole dancing);

dança cênica ou performática (ex.: balé, dança do ventre, sapateado);

dança social (ex.: dança de salão, axé);

dança religiosa/dança profética (ex.: dança sufi).

 

DANÇAS DO MARANHÃO

 

01. BUMBA-MEU-BOI:                                                                                           

 

No Maranhão, o Bumba-meu-boi representa o ponto alto das chamadas festas juninas, que giram em torno das figuras de São João, São Pedro, Santo Antônio e São Marçal, envolvendo intensamente a cidade de São Luís e o interior do Estado. Tradicionalmente, o Bumba-meu-boi maranhense é realizado na intenção de São João, a partir da crença de que agrada a esse santo e organizar um Boi ou brincar num que já esteja organizado. Dentro desse contexto, identifica-se, na “brincadeira”, uma forte marca religiosa, em que o boi funciona como elemento de ligação entre o santo e os devotos, inclusive para pagamento de “promessas”.
O Bumba-meu-boi é considerado uma dança dramática, tendo como ponto central um “auto”, no qual se encenava uma comédia, um drama, através de falas-diálogos, e de cantigas-toadas. Essa representação, assumida por um conjunto de personagens, constituía-se na antiga “matança” do boi, cujo cenário era uma fazenda, onde se desenrolava uma trama em torno da vida, peripécias, morte e ressurgimento de um boi.

Atualmente, essa forma tradicional de apresentação do bumba é raramente feita na sua integridade, dando-se a sua substituição por uma simplificada “meia-lua”, onde predominam as “toadas” e a “tropeada”, no caso, o batuque dos instrumentos.

Nessa perspectiva, na forma de apresentação ora utilizada, o destaque é dado a uma seqüência de toadas, que têm um repertório anual, marcado por certa ordem crescente, iniciando-se com a toada do “guarnecer” (a preparação do grupo para entrar em ação) e prosseguindo com “o lá vai” (o aviso de que a “brincadeira” está a caminho). Vem depois a “chegada” (o anúncio da presença do novilho no terreiro), ganha pique com as “toadas de cordão” (cantigas de temas livres, em torno de assuntos variados), pode passar pela encenação de um arremedo do “auto”, dá ênfase à toada do “urrou” (o grito de renovação da vida do boi) e termina com a “despedida” (uma retirada melancólica e romântica).

O Bumba-meu-boi maranhense apresenta uma dinâmica de funcionamento específica, - o chamado Ciclo da Festa - com determinadas etapas: os ensaios (que começam no Sábado de Aleluia e hoje vão até o Sábado mais próximo do dia de Santo Antonio – 13 de junho); o batismo (que ocorre na véspera do aniversário de São João – 23 de junho); as apresentações públicas (realizadas no período de 24 a 30 de junho, dia de São Marçal, com “pique” no dia de São Pedro – 29 de junho) e a morte do boi (que acontece nos finais de semana dos meses de julho a setembro). Não se pode deixar de falar, atualmente, nas apresentações extra-época, que são feitas por certos grupos fora do tempo peculiar à “boiada”, ou seja, em qualquer época do ano, para atender, sobretudo, as exigências do turismo.

Os Bois maranhenses estão divididos em “sotaques”, que representam os estilos, as formas, a maneira de ser predominante nos grupos. Os “sotaques” provêm de diversas regiões do Estado, ocorrendo entre eles variações quanto ao ritmo, ao bailado, aos instrumentos, ao guarda-roupa, às toadas, ao “auto”... Embora ocorram diferenças de opiniões entre os entendidos a respeito da classificação dos “sotaques”, quatro deles podem ser apontados como principais: matraca, zabumba, orquestra e da Baixada.

O “sotaque de matraca” é peculiar aos “bois da ilha” de São Luís, caracterizando-se pelas matracas, (duas tabuinhas de madeira que, batidas uma contra a outra, causam um som estridente), ao lado dos pandeirões e dos tambores-onças.

O “sotaque de zabumba” tem características mais africanas, ressaltando-se a presença dos tantãs (tambores enormes, de percussão rústica), apresentando um ritmo mais socado.

O “sotaque de orquestra” é marcado por um conjunto de instrumentos sonoros: clarinetes, banjos, saxofones, pistons, entre outros, tendo um ritmo mais alegre e suave.

O “sotaque de Pindaré” advém da região da Baixada Maranhense e nele se destacam o guarda-roupa rico e exuberante, com grandes chapéus de penas, bordados e fitas, além de matracas e pandeiros menores que os usados nos “bois da ilha”, daí o seu ritmo mais lento.

 

02. TAMBOR DE CRIOULA

 

O Tambor de Crioula constitui-se numa dança popular maranhense, marcada por uma grande influência negra, cujos traços estão presentes nos seus vários elementos, ou seja, no ritmo, na música, nos cantos, na coreografia, nos instrumentos e no guarda-roupa. Nessa dança, transparece um sentimento religioso aliado a um caráter profano. A religiosidade concentra-se em torno da figura de São Benedito, o Santo Preto, em louvor de quem, tradicionalmente, se dança o tambor, podendo essa homenagem ser estendida a outros santos, inclusive como forma de pagamento de promessa. O lado profano aparece na característica que tem o tambor de ser uma diversão para os seus brincantes, por ocasião de uma festa de aniversário, matança de bumba-meu-boi, nascimento de uma criança, chegada ou despedida de parente ou amigo, comemoração pela vitória de um time de futebol, ou num final de semana de lua cheia, sendo a dança um motivo de diversão, uma forma de extravasamento das preocupações com a dura luta pela sobrevivência, enfrentada pelas camadas populares.

Sim, porque o Tambor de Crioula é comumente dançado por pessoas inseridas nas camadas populares, tanto da cidade de São Luís, como de diversos municípios do interior do estado do Maranhão. Os participantes organizam-se em grupos de pessoas predominantemente negras de ambos os sexos, embora haja o exercício de funções diferentes por parte de mulheres e homens no decorrer da dança.

O Tambor de Crioula é dançado, geralmente, ao ar livre, na porta de uma casa, numa rua, num pátio, numa praça, ou em qualquer outro lugar que permita a livre movimentação do grupo, dando vazão a uma coreografia solta e variada.

Para dançar o tambor, forma-se uma roda, um círculo, ficando de uma lado as mulheres, que são as dançantes, uma junto da outra, e, de outro lado, os homens, que são tocadores e cantadores. As mulheres, chamadas de “coreiras”, vão se revezando para dançar, uma de cada vez, diante dos tambores, fazendo, inicialmente, uma reverência a estes para depois desenvolverem, de maneira graciosa e faceira, uma dança que mexe com todo o seu corpo. O revezamento se dá através da “punga”, uma batida rápida da mulher que está dançando no meio da roda em outra companheira, como um convite para que esta a substitua. Enquanto isso, os homens, chamados de “coureiros”, ficam cantando as toadas, tocando os tambores e também dançando, com um movimento mais pesado, parecido com a capoeira. Pelo lado de fora da roda fica a “assistência”, formada pelos parentes, amigos, acompanhantes e o público em geral, que é conclamado a participar, cantando o refrão das toadas e movimentando o corpo com os passos da dança.

Quanto aos instrumentos, utilizam-se três tambores feitos de madeira ou, mais modernamente, de grossos canos, cobertos de couro. Esses tambores têm tamanhos diferentes: o tambor grande é chamado de roncador ou rufador, o médio de meião, socador ou chamador e o pequeno de perengue, merengue ou crivador. Os tambores são tocados com as mãos, sendo que cada tocador coloca o tambor entre as pernas e nele vai batendo num ritmo quente e envolvente. No caso do tambor grande, verifica-se, ainda, que um outro tocador bate, na parte posterior, com paus de madeira, - “as matracas”. Para melhor afinação, durante a dança, os tambores são esquentados no fogo.

As “coreiras” usam saias coloridas, estampadas, blusas com bordados e rendas, colares e pulseiras em cores variadas, e os “coureiros” vestem camisas também coloridas, que podem ter estampas semelhantes às das mulheres, e chapéus de palha. Em São Luís, atualmente, o Tambor de Crioula é dançado em qualquer época do ano, embora sua maior incidência seja no carnaval e no período das festas juninas.

03. DANÇA DO CACURIÁ

 

São várias as denominações da Dança do Cacuriá: Bambaê de Caixa, Carimbó de Caixa e Baile de Caixa. Originalmente, a dança faz parte da Festa do Divino Espírito Santo e acontece por ocasião da derrubada do mastro, sendo praticada por um grupo de homens e mulheres. Algumas destas são as responsáveis pelo toque das caixas – único instrumento musical que acompanha a dança - e, por isso, são chamadas de “caixeiras”. Ao tocar, entoam versos espontâneos ou já conhecidos, cada qual com sua característica própria.  Os demais dançantes se dividem em casais para a execução da coreografia, que depende das músicas cantadas, sendo estas profanas na sua totalidade. A dança pode ser realizada ao redor do mastro do Divino, em local fechado ou no próprio salão da festa do Divino. Atualmente, a Dança do Cacuriá acontece fora do ciclo do Divino, constituindo isto uma inovação.


04. DANÇA DO LELÊ

 

Com a denominação de Dança do Péla (de péla porco), essa manifestação folclórica é encontrada na cidade de Rosário, em povoados desse município e de outros que lhe são próximos. Seus brincantes são, geralmente, lavradores de ambos os sexos, pessoas maduras ou idosas, de onde vem a designação de “dança de velhos”. De origem européia, essa dança de salão assemelha-se à quadrilha e apresenta coreografia e cantos bastante variados. É acompanhada por um conjunto musical, que tem o violão, o cavaquinho e o pandeiro são instrumentos básicos, embora outros dele façam parte: a rebeca, o pífano e as castanholas. A Dança do Lelê se divide em quatro partes:

O Chorado: é a parte que inicia a festa e em que os brincantes escolhem seus pares, formando os cordões. É uma espécie de convite à dança, expresso em estrofes cantadas de seis versos, que saúdam a platéia, apresentam os cantadores e os tocadores, louvam os santos, criticam os presentes, etc.

A Dança Grande: É a parte mais longa da festa na qual os brincantes, já muito animados, apresentam uma coreografia diversificada, cujos passos recebem nomes especiais. Cantam-se estrofes de quatro versos envolvendo temas satíricos e diálogos entre os cantadores.

A Talavera: dançada na madrugada, com os brincantes sempre de braços dados. Os cantos, feitos em estrofes de quatro versos, falam dos motivos de estar na festa, sendo as abordagens geralmente românticas.

O Cajueiro: dançado ao alvorecer, quando os brincantes cantam estrofes de quatro versos, saudando os músicos, o dono da casa e os espectadores. No final do Cajueiro, a coreografia é muito variada, sendo conhecida como “juntar castanha e entregar o caju”. Embora possa acontecer em qualquer época do ano, a Dança do Lelê costuma ser apresentada por ocasião das festas católicas (São Benedito, Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora da Conceição, Divino Espírito Santo, etc) e até na época do carnaval. Apesar do seu vigor, no seio da população rural dos municípios citados, essa manifestação folclórica pode desaparecer no futuro.


05. DANÇA-DO-CÔCO

 

Conhecida como Dança-do-coco-babaçu, Dança-do-côco-ariri, Dança-do-côco ou simplesmente Coco, é um folguedo tradicional, ligado ao trabalho escravo. Dele se tem notícias a partir de 1828, em Alagoas, com o nome de Coco Praiano. É dançado por grupos de pessoas, geralmente da periferia da cidade ou da zona rural, constituídos por homens, mulheres e crianças, grupos esses que podem ter até mais de 100 participantes.

A origem africana do Coco é evidenciada nas umbigadas, nas batidas de palmas, de pés, nos meneios do corpo, enquanto a influência portuguesa ou indígena se manifesta no seu movimento de roda. A dança é praticada no mês de junho, durante os festejos juninos, e no período natalino, em algumas regiões. Tendo sido, por algum tempo, uma dança de salão, passou, com o correr dos anos, a ser representada unicamente a céu aberto, ou seja, em praças ou ruas, enfeitadas com ariris e bandeirinhas. A coreografia do Coco caracteriza-se pela pequena movimentação, organizando-se os dançantes em círculo, onde se alternam homens e mulheres. No meio do círculo fica o marcador ou mandador do Coco, que comanda as músicas, faz as marcações e tira os improvisos, sendo o líder do grupo desde os ensaios até a última apresentação.

Há ainda os coordenadores, encarregados de manter a ordem no cordão, observar quem está cantando ou dançando bem e orientar os mais novos no grupo. Há um momento especial na brincadeira: o da comédia ou enredo, variável conforme o Coco, embora seja sempre o mesmo no Coco babaçu. Nesse momento, o grupo que representa a comédia ocupa o centro do círculo, ficando os demais brincantes acocorados até o final da dramatização, após o que voltam a cantar e dançar. A toada é sempre a mesma, enquanto os versos, improvisados pelos cantadores, retratam as coisas e os fatos do dia-a-dia, apresentando um conteúdo satírico. Se a brincadeira é feita como pagamento de uma promessa, podem revelar um conteúdo religioso.

Os instrumentos utilizados na Dança-do-Coco são os seguintes: saxofone, pistom, trombone, banjo, pandeiro, triângulo de ferro, maracá-de-lata e tambor-surdo, que formam uma pequena orquestra. Os homens usam calças e sapatos do cotidiano, camisas iguais, listradas ou estampadas e um facão na cintura. As mulheres usam vestidos da mesma fazenda estampada, com babados e rendas. Enfeitam-se com brincos, colares, chapéus e rosas nos cabelos e calçam tamancos. Na cintura amarram um pequeno cofo com amêndoas e levam na mão a imitação de um machado. A coreografia das mulheres imita os gestos do trabalho cotidiano. O facão, carregado pelos homens, simboliza o papel do desbravador de caminhos; o cofo com amêndoas traduz as relações de produção entre o proprietário e os coletores de coco. 

Quando o grupo é liderado por pessoa ligada à Umbanda ou ao Candomblé, a forma de dançar e o conteúdo dos cantos sofrem influências dessas religiões. O calendário das apresentações do Coco é rigorosamente cumprido, havendo a crença de que, se ele for desrespeitado, advirão castigos para os brincantes.


06. DANÇA DO CAROÇO

 

Praticada na cidade de Tutóia, vizinha do Estado do Piauí, a Dança do Caroço é, segundo alguns depoimentos, de origem africana, segundo outros, de origem indígena. Trata-se de uma dança livre, pouco ou nada ritualizada, cujos participantes, de ambos os sexos e de qualquer idade, apresentam uma coreografia bastante variada. E que depende dos cantos, cuja letra leva os brincantes às respostas, expressas na dança e nas toadas que improvisam. Essas toadas são feitas em versos e envolvem fatos e coisas do cotidiano de Tutóia Velha, isto é, a relação dos seus habitantes com a natureza: o mar, os rios, a vegetação, os animais, a pesca etc. Uma das brincantes, a que melhor dança e canta, faz a puxada da brincadeira. É a Rainha do Caroço, que exerce uma certa liderança no grupo, no qual há um “representante do prefeito”, que leva a este os pedidos do pessoal e avisa os participantes, sempre que essa autoridade marca uma dança. Nesta podem tomar parte até os assistentes, mas são sempre os melhores cantores do grupo que puxam a música, respondendo os demais elementos com as estrofes. Os instrumentos utilizados são: quatro caixas (tambores) e uma curica (cabaça envolta por um trançado de sementes).

Quanto ao traje dos brincantes, vê-se que já foi modernizado: as mulheres usam vestidos de corpo baixo em cor branca, mangas em folhos de fazenda estampada, a mesma da saia, que é curta e tem três folhos; os homens vestem calça branca, de boca estreita, um pouco arregaçada e camisa do mesmo tecido estampado da saia das mulheres.

Os caixeiros (homens e mulheres) calçam sandálias japonesas e os brincantes (homens e mulheres) dançam descalços. Fazendo parte da vida dos brincantes de Tutóia, o Caroço é, no seu próprio dizer, uma “brincadeira”, que pode acontecer quando “dá vontade”, por ocasião de aniversários ou festas religiosas.

Apesar de sua espontaneidade, essa dança vem sofrendo, como é natural, algumas mudanças ao longo do tempo. Basta dizer que ela é, constantemente, apresentada para turistas, em concursos ou através de contratos com particulares.

 

07. DANÇA DE SÃO GONÇALO

 

A dança de São Gonçalo, baile de São Gonçalo, ou simplesmente São Gonçalo é realizada em quase todo o Estado do Maranhão, assumindo características diversas em cada região ou mesmo em cada município. Dela participam lavradores, pescadores, operários, donas de casa, estudantes. Os instrumentos utilizados são o violino, a viola ou o violão.

A dança se realiza em espaço fechado, previamente decorado para tal finalidade, dentro de casa ou em tendas reservadas a festas religiosas. Na frente do salão é colocado um altar com as imagens de São Gonçalo, São Benedito e de outros santos, ao lado do qual permanece o dono da festa, sentado numa cadeira, durante toda a apresentação.

A dança é distribuída em dois cordões de igual número: um formado por homens e outro por mulheres, colocados um ao lado do outro, ficando um espaço no meio para a movimentação, que ocorre com um passo para a direita e outro para a esquerda. Cada casal desenvolve uma série de passos trocados e vai se deslocando até o altar, onde presta a sua reverência ao santo, volta para o cordão, sempre em movimento, cantando músicas religiosas próprias da dança e recitando versos, acompanhados pelos instrumentos musicais.
Ao final, todos se colocam diante o altar, oferecem flores ao santo e, com a platéia, rezam uma ladainha oferecida a São Gonçalo.

 

08. DANÇA DO PAGODE 

 

Encontrada na cidade de Buriti-Bravo, a Dança do Pagode é, segundo fontes orais, uma brincadeira espontânea, praticada por pessoas humildes, que, sem constituírem um grupo organizado, podem reunir-se, em qualquer noite, para o folguedo. Este pode acontecer também em datas festivas, na praça da cidade ou noites de lua, frente à casa de quem o promove. Basta o convite se espalhar pelas ruas para os brincantes aparecerem. São homens e mulheres de qualquer idade, sem predominância de cor, trajados normalmente, como para uma festa.

Dança essencialmente profana, o pagode lembra as festas de salão européias, sobretudo a quadrilha, sendo-lhe concorrente em criatividade e beleza coreográfica. Os brincantes se dividem em duas colunas de igual número: uma de homens e outra de mulheres, que ficam de frente uns para os outros. Na ponta das duas colunas fica o líder, mandador ou comandante (homem ou mulher) que, Ao sinal da marcação, feita por meio de palmas, as pessoas cantam e dançam, viram para um lado e para o outro, gingam e batem com os pés calçados com tamancos. Utilizando um par de castanholas, dirige a dança com gestos e cantos. Ao lado e próximo dos dançantes, ficam sentados dois instrumentistas: um violeiro (cantor-improvisador) e um percussionista, que desempenha o seu papel com uma simples lata (tipo a do leite ninho), contendo alguns grãos de feijão.

A coreografia, difícil e variada, tem como principal característica o sapateado, que se mantém durante todo o tempo de duração da música, com os pares trocando de lugar em sua própria coluna e com a coluna de frente. Essa troca de posição entre as duas colunas se processa, igualmente, durante o tempo de duração da música, garantindo a intensa dinâmica coreográfica do Pagode.

 

09. A DANÇA DA MANGABA

 

A Mangaba, dança de origem africana, veio para o Maranhão, principalmente para o Vale do Mearim, através da gente do Piauí. Antigamente, a Mangaba era denominada Baião, o que a faz ser conhecida até hoje, em algumas regiões, por este nome.

Seus brincantes são de ambos os sexos e de idade variada, embora haja predominância de jovens. As pessoas que praticam a Dança da Mangaba, não constituem um grupo organizado; são as que a conhecem e sabem dançá-la, incluindo aí os cantores e os músicos. O acompanhamento dessa dança é, principalmente, de percussão. Em algumas regiões, onde ela se manifesta, são utilizados caixões de madeira. Em outras regiões, há também o uso de tambores e taróis. Originalmente, faziam parte dessa instrumentação a rabeca e a viola, que desapareceram em virtude da dificuldade de se encontrar quem as toque.

A Dança da Mangaba tem um ritmo contagiante. Sua coreografia apresenta evoluções, formando, no entanto, um núcleo comum. Todos os passos são feitos em redor de uma formação, tomada ao iniciar a brincadeira (a forma do número oito). Mesmo com toda a movimentação da dança, há a exigência de manter a forma do número oito no decorrer do espetáculo. A Mangaba se constitui, principalmente, num divertimento, num lazer, sendo dançada, com mais freqüência, na época junina.

A presença desse folguedo na realidade cultural maranhense demonstra que ele tem conseguido se manter vivo através do tempo, podendo, no entanto, como ocorreu com outras manifestações, desaparecer no futuro, de onde vem a preocupação com o seu registro.

 

10. A MARUJADA

 

A Dança do Marujo ou Marujada, também conhecida como Chegança do Marujo, Barca Fandango, os Fandangos, Nau Clarineta ou apenas Chegança, é de origem portuguesa que se espalhou por todo o Brasil. Chegou ao Maranhão pelo Piauí e fixou-se em Caxias. Os brincantes são do sexo masculino, de idade que varia de 13 a 50 anos e, geralmente, são açougueiros, magarefes e feirantes. A Dança do Marujo apresenta uma coreografia simples, formada por dois cordões de participantes, que pouco falam ou cantam, mas respondem em forma de coro e dançam imitando as ondas do mar. Arrumam-se em forma de barco, ficando, em uma extremidade, o rei Mouro e seus embaixadores (muçulmanos) e, na outra, o chefe de divisão e seus tripulantes (cristãos). O grupo sai cantando do local de ensaio para o de apresentação, entoando uma música denominada cantiga de rua. Dependendo do local de apresentação, os brincantes fazem saudações ao dono da casa ou a algum santo, de preferência São Benedito, e à platéia. A dança é companhada apenas por maracás de latas. A Dança do Marujo, em Caxias, é composta de sete partes independentes entre sí, que são apresentadas com diálogos cantados ou falados. Essas partes são: Mora (Rei Mouro), Piloto, Chiquito, Capitão-General, Rizinga, Mestre-Patrão e Bandereiro.

A dança inicia-se pela saída da nau portuguesa do porto (Mora ou Rei Mouro). Nessa parte há o confronto entre o chefe de divisão e os embaixadores, na tentativa destes serem convertidos ao cristianismo. Finaliza com o batizado dos embaixadores.

A partir da parte do Piloto, a dança gira em torno do navio que fica à deriva, danificado. O piloto embriaga-se. Surge uma série de brigas a desentendimentos, em que estão envolvidos: o piloto, o mestre-patrão, o calafatinho, o contra-mestre, o chefe de divisão, o guarda-marinha e o doutor. O doutor consegue salvar a vida do contra-mestre, que foi esfaqueado pelo piloto, e este, já sóbrio, pede desculpas e é perdoado.

Na parte do Chiquito, este, como personagem central, se apresenta com uma luneta na mão à procura de terra; os demais marujos vivem um período de desolação. Na fase final ou Bandeireiro, a dança apresenta a parte mais curta e o espetáculo fica por conta da coreografia. Ao encerrar a dança, os participantes cantam uma melodia de despedida. A dança do Marujo faz parte das festas natalinas, podendo prolongar-se até 15 de janeiro. De acordo com informações de Enóquio Sousa, esse folguedo encontra-se, hoje, totalmente desativado e, portanto, em fase de completa extinção.

 

DANÇA NA ESCOLA

A Dança na escola, associada à Educação Física, deverá ter um papel fundamental enquanto atividade pedagógica e despertar no alunado uma relação concreta sujeito-mundo. Deverá propiciar atividades geradoras de ação e compreensão, favorecendo a estimulação para ação e decisão no desenrolar das mesmas, e também reflexão sobre os resultados de suas ações, para assim, poder modificá-las defronte a algumas dificuldades que possam aparecer e através dessas mesmas atividades, reforçar a auto-estima, a auto-imagem, a auto-confiança e o auto-conceito.  

Não devemos nos preocupar com a quantidade de atividades que iremos oferecer para os alunos, mas sim, qualidade, adequação e principalmente uma participação espontânea, que acima de tudo proporcione prazer, para não cairmos num processo instrucional mecanicista.

Através das atividades de Dança, pretendemos que o aluno evolua quanto ao domínio de seu corpo, desenvolvendo e aprimorando suas possibilidades de movimentação, descobrindo novos espaços, novas formas, superação de suas limitações e condições para enfrentar novos desafios quanto aos aspectos motores, sociais, afetivos e cognitivos.

Abaixo seguem quadros sobre benefícios que adquirimos com a dança.

a) Domínios do Comportamento Humano.

Desenvolvimento Cognitivo

Desenvolvimento Motor

Desenvolvimento sócio-afetivo

Desenvolvimento das capacidades Perceptivas Motoras e Conceitos Acadêmicos.

Desenvolvimento das capacidades Perceptivas Motoras e Conceitos Acadêmicos.

Formação de um auto-conceito e sociabilização.


b) Variação no tempo-espaço, objeto e eixos do movimento.

Tempo

Espaço

Objeto

Noções de Movimento

lento
moderado
acelerando
acelerado
desacelerando

 

direção: frente, atraz,lado, subindo e descendo.
níveis: alto, médio e baixo.
planos: sagital, frontal e horizontal.
extensões: pequena e grande.

corda
jornal
bola
arco
lençol
instrumentos musicais
sucatas,
e outros.

Vivenciar movi-mentos das articulações da cabeça, cintura escapular, cintura pélvica, cotovelo e outras.

c) Habilidades e Capacidades físico-motoras.

Velocidade

Promover atividade que permita uma sucessão rápida de gestos.

Força

Atividades que possibilite o músculo vencer uma resistência ou produzir uma tensão.

Equilíbrio

Atividades que promovam equilíbrio dinâmico, estático e recuperado.

Agilidade

Atividades que exijam num menor tempo possível, o aluno conseguir mudar o corpo de posição.

Resistência

Atividades aeróbicas, que promovam melhora da capacidade cardio-vascular, respiratória e aumento da capacidade das fibras musculares.

Coordenação

Promover movimentos com várias ações musculares numa seqüência de movimento.

Ritmo

Atividades com variação de ritmo (do lento ao rápido).

Flexibilidade

Atividades que evidencie amplitude dos movimentos das diferentes partes do corpo.

 

 

Fonte do documento: http://www.obompastor.com.br/cbp/wp-content/uploads/2009/12/DAN%C3%87A.doc

Site para visitar: http://www.obompastor.com.br/

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