Revoluções burguesas inglesa e francesa resumo

 


 

Revoluções burguesas inglesa e francesa resumo

 

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Revoluções burguesas inglesa e francesa resumo

 

REVOLUÇÕES BURGUESAS -

INGLESA E FRANCESA

 

 As revoluções burguesas são um momento significativo na história do capitalismo, na medida em que serão elas que contribuirão para abrir caminho para a superação dos resquícios feudais e, portanto, para tornar possível à consolidação do modo de produção capitalista. Tais revoluções ocorreram em vários  países europeus, no entanto, neste resumo, vai-se dar ênfase especial a duas delas: a Revolução Inglesa, ocorrida no século XVII, e a Revolução Francesa, n final do século XVIII.

 

REVOLUÇÃO INGLESA

 

Para se compreender a Revolução que ocorreu na Inglaterra, é necessário compreender o quadro social lá existente, além das questões políticas e econômicas derivadas de uma sociedade onde as forças capitalistas avançavam com rapidez, mas esbarravam numa estrutura ainda eminentemente feudal. Nesse sentido, devido à crise que ocorreu no século XVII, na Europa, e em razão do avanço dessas forças capitalistas, a Inglaterra pode conhecer uma revolução, que boa parte dos autores considera burguesa, pelos efeitos sobre a estrutura econômica inglesa.

As razões que propiciaram a eclosão do movimento revolucionário, sumariamente, são:

 

  1. o Estado absolutista inglês (desde 1603 o governo estava nas mãos da dinastia Stuart) era, apesar disso, tremendamente frágil: não possuir rendimentos financeiros pouco expressivos; as tentativas dos reis Jaime I e Carlos I em aumentarem os impostos e terem um exército à sua disposição, eram vistas com desconfiança pelo Parlamento:
  2. as condições econômicas da Inglaterra, devido ao período mercantilista. Sob o governo da dinastia Tudor (1485-1603), a Inglaterra tornou-se uma grande potência marítima. Foi potência marítima. Foi também neste período que o sistema de “puting-out” ou indústria domestica surgiu, determinando mudanças na estrutura da produção;
  3. a Reforma religiosa na Inglaterra determinou a perda das terras da Igreja, que foram tomadas pelo Estado e vendidas para a nova nobreza (gentry) que estavam preocupadas com o cercamento das terras para a criação de ovelhas, cuja lã atendias às manufaturas. Assim, passou a haver uma estreita associação de interesses entre a burguesia mercantil e a gentry;
  4. as transformações na estrutura social, derivadas das transformações econômicas citadas acima. A diferenciação social entre cidade e campo era bastante nítida. No campo estavam os Pares (aristocracia, ou alta nobreza, essencialmente feudal); a gentry (nobreza de status); os yeomem (pequenos e médios proprietários rurais); os arrendatários e os jornaleiros. Os arrendatários eram empresários, mas não possuíam terras. Os jornaleiros eram servos expropriados e que viviam de “jornal”, isto é, vendiam o seu dia de trabalho. Nas cidades, encontravam-se a burguesia mercantil, setores da gentry (comerciantes/manufatureiros), a burguesia manufatureira e os jornaleiros. Havia ainda, nas cidades, os elementos ligados às corporações de ofícios.

A Revolução Inglesa tem início no governo de Carlos I (1625-1640), devido às tentativas desse rei em aumentar os impostos. Em 1637 ele lançou  o “ship money” e a população se rebelou. Paralelamente, a monarquia procurava restringir os cercamentos, afastar a gentry da Corte e reforçar os privilégios dos Pares. Os protestos do Parlamento levaram Carlos I a dissolvê-lo, convocando um outro, que ficou conhecido como Short Parliement (Parlamento curto), logo dissolvido por se recuar a permitir novos impostos. O parlamento convocado a seguir, conhecido como Long Parliement (Parlamento Longo), toma medidas drásticas: depõe o primeiro-ministro, revoga os impostos que o rei havia decretado e estabelece que apenas o Parlamento poderia se autodissolver; o rei não poderia mais tomar tal atitude.

 

Em 1640, para vencer os irlandeses, o rei organiza um exército próprio, que será levado a lutar contra o Parlamento, Tem início a Revolução, que passa pelas seguintes etapas:

 

  1. 1640-42 – a Grande Rebelião. O Longo Parlamento toma medidas (como as citadas acima) francamente hostis ao monarca.

 

  1. 1642-48 – a Guerra  Civil. Do lado do rei alinham-se anglicanos e católicos, portanto, essencialmente os Pares e alguns setores da gentry, principalmente os das regiões Norte e Oeste da Inglaterra; ao lado do Parlamento encontramos presbiterianos e seitas radicais; os yeomen, a burguesia mercantil e setores da gentry, especialmente os do Sul e do Leste da Inglaterra. A vitória do Parlamento só se tornou possível pela organização do New Model Army (Novo exército modelo), de Cromwell. Foi graças a esse exército, onde a promoção ao oficialato se fazia pelo mérito, que o Parlamento conseguiu vencer as tropas reais. Após a prisão do rei, surgiram conflitos entre os vencedores, pois alguns defendiam a condenação à morte do rei (radicais), enquanto os moderados insistiam na continuação da monarquia, Os radicais conseguiram se impor e Carlos I foi condenado.

 

  1. 1648-58 -  a República de Cromwell. Oliver Cromwell esmagou violentamente os movimentos radicais dentro do exército; decretou os Atos de Navegação que consolidaram a marinha inglesa e permitiram, em breve, à Inglaterra dominar os mercados mundiais; seu governo era uma república ditatorial, denominada Protetorado.

 

  1. 1658-60  - o fim da República. Após a morte de Cromwell, seu filho Ricardo foi deposto pelo exército, num golpe tramado pelo Parlamento. Optou-se pela restauração da dinastia Stuart.

 

  1. 1660-88 – a restauração Stuart. O parlamento é depurado dos elementos radicais. Tenta-se a monarquia limita, mas, quando Jaime II tenta restaurar o absolutismo e o catolicismo a situação chega ao limite.

 

  1. 1688-89 – a Revolução Gloriosa. Esta “revolução” nada mais foi do que um golpe do Parlamento contra Jaime II. Colocando no poder Guilherme de Orange, genro de Jaime II, a gentry e a burguesia, na realidade, estão assumindo o poder, uma vez que pelo “Bill of Rights” (Declaração de Direitos), de 1989, fica definitivamente limitado o poder monárquico na Inglaterra, caminhando-se, portanto, para a instalação do Parlamentarismo.

 

Por este breve resumo, pode-se perceber por que a Revolução Inglesa é considerada uma revolução burguesa. Foi ela, na realidade, que abriu as condições para a instauração do modo de produção capitalista, via Revolução Industrial, na medida em que estabeleceu a plena propriedade sobre a terra, permitiu à marinha inglesa controle sobre os mercados mundiais e, ao intensificar os cercamentos, proletarizou uma grande massa de pessoas.

 

 

 

REVOLUÇÃO FRANCESA  1789-1799

 

Revolução Francesa é o nome dado ao conjunto de acontecimentos que entre cinco de Maio de 1789 e 9 de Novembro de 1799 alteraram o quadro político e social da França. Em causa estavam o Antigo Regime (Ancien Regime) e a autoridade do clero e da nobreza. Foi influenciada pelos ideais do Iluminismo e da Independência Americana (1776).

A Revolução é considerada como o acontecimento que deu início à Idade Contemporânea. Aboliu a servidão e os direitos feudais na França e proclamou os princípios universais de "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" (Liberté, Egalité, Fraternité), frase de autoria de Jean Nicolas Pache. Há quem vaticine que os revolucionários instituíram à força das armas estas três premissas, que não se completam sem uma quarta: a Morte. Assim era o grito da revolução: "Liberdade, Igualdade, Fraternidade ou a Morte!"

Terminaram os privilégios da nobreza e do clero, um primeiro passo no sentido do igualitarismo. É importante lembrar que a Revolução Francesa semeou novas ideologias na Europa, conduziu a guerras, mas foi até certo ponto derrotada pela tentativa de retornar aos padrões políticos, sociais e institucionais do Antigo Regime através de um movimento denominado de Restauração ou Contra-Revolução. Nesse período, o rei francês Luís XVIII outorgou a seus súditos uma Carta Constitucional.

A Revolução Francesa pode ser subdividida em quatro grandes períodos: a Assembléia Constituinte, a Assembléia Legislativa, a Convenção e o Diretório.

 

Causas da Revolução

 

Os sans-culottes eram artesãos, trabalhadores e até pequenos proprietários que viviam nos arredores de Paris. Recebiam esse nome porque não usavam os elegantes calções que a nobreza vestia, mas, uma calça de algodão grosseira.As causas da revolução são remotas e imediatas. Entre as do primeiro grupo, há que considerar que a França passava por um período de crise econômica após anos de prosperidade. A participação francesa na guerra da independência norte-americana e os elevados custos da Corte de Luís XVI tinham deixado as finanças do país em mau estado.

 

Sociais

 

A sociedade francesa da segunda metade do século XVIII era composta por dois grupos privilegiados:

 

o Clero ou Primeiro Estado, composto por Alto Clero, que representava 0,5% da população francesa e identificado com a nobreza além de negar reformas, e pelo Baixo Clero, identificado com o povo, e que as reclamava;

a Nobreza, ou Segundo Estado, composta por uma camada palaciana ou cortesã, que sobrevivia à custa do Estado, por uma camada provincial, que se mantinha com as rendas dos feudos, e uma camada chamada Nobreza Togada, onde alguns juízes e altos funcionários burgueses adquiriram os seus títulos e cargos, transmissíveis aos seus herdeiros. Aproximava-se de 1,5% dos habitantes.

Estes dois grupos (ou Estados) oprimiam e exploravam o Terceiro Estado, grupo constituído por burgueses, camponeses sem terra e os "sans-culottes", uma camada heterogênea composta por artesãos, aprendizes e proletários, que tinham este nome graças às calças simples que usavam, diferentes dos tecidos nobres utilizados pelos nobres. Os impostos e contribuições para o Rei, o Clero e a Nobreza, incidiam sobre o Terceiro Estado, uma vez que o Clero e a Nobreza, não só tinham isenção tributária como ainda usufruíam do Tesouro Real através de pensões e cargos públicos.

A reavaliação das bases jurídicas do Antigo Regime foi montada à luz do pensamento Iluminista, representada por Voltaire, Diderot, Montesquieu, John Locke etc. Eles forneceram pensamentos para criticar as estruturas políticas e sociais absolutistas, e sugeriram a idéia de uma ordem liberal burguesa.

 

Econômicas

 

O rei francês Luís XVI.Os historiadores colocam o ano de 1789 como o início da Revolução Francesa. Mas essa, por uma das "ironias" da história, começou dois anos antes, com uma reação dos notáveis franceses - clérigos e nobres - contra o absolutismo, que pretendia reformar-se e para isso buscava limitar seus privilégios. Luís XVI convocou a nobreza e o clero para contribuírem no pagamento de impostos, na altamente aristocrática Assembléia dos Notáveis (1787). Em meio ao caos econômico e ao descontentamento geral, Luís XVI de França não conseguiu promover reformas tributárias, impedido pela nobreza e pelo clero, que não queriam dar os anéis para salvar os dedos. Não percebendo que seus privilégios dependiam do absolutismo, os notáveis pediram ajuda à burguesia para lutar contra o poder real - era a Revolta da Aristocracia ou dos Notáveis (1787-1789). Eles iniciaram a revolta ao exigir a convocação dos Estados Gerais para votar o projeto de reformas.

Jacques Necker.Por sugestão do Ministro Jacques Necker, convocou a Assembléia dos Estados Gerais, instituição que não era reunida desde 1614, sob o reinado de Filipe, o Belo. Os Estados Gerais se reuniram em Maio de 1789 no Palácio de Versalhes, com o objetivo não declarado de conseguir que o Terceiro Estado pagasse os impostos que o Clero e a Nobreza se recusavam a pagar.

As causas econômicas também eram estruturais. As riquezas eram mal distribuídas; a crise produtiva manufatureira estava ligada ao sistema corporativo, que fixava quantidade e condições de produtividade. Isso descontentou a burguesia.

Outro fator econômico foi à crise agrícola, que ocorreu graças ao aumento populacional. Entre 1715 e 1789, a população francesa cresceu consideravelmente, entre 8 e 9 milhões de habitantes. Como a quantidade de alimentos produzida era insuficiente, o fantasma da fome pairou sobre os franceses.

 

Políticas

 

Os próprios servidores do Parlamento contestavam o regime e organização absolutistas, onde o poder era Real. O monarca estabelecia leis que podiam ser analisadas, julgadas e, se preciso, vetadas pelo Parlamento. O ministério propôs então a reforma que faria com que o clérigo e a nobreza pagassem impostos e se igualassem ao Terceiro Estado, mas que foi vetada pelo Parlamento. Para justificar esta decisão, afirmaram que só a Assembléia Constituinte poderia decidir sobre a criação de novos impostos.

O processo eleitoral compreendia duas fases, onde na primeira os eleitores votavam nos que, numa segunda fase, escolheriam os deputados. Numa sessão especial, Luís XVI reafirmou seu poder absoluto, obrigando o complexo cerimonial a se rebaixar. Então o Parlamento se exilou. Como o rei não poderia mais efetuar a reforma sem os magistrados, pediu então um empréstimo, que foi também negado e considerado ilegal. Em 1788, o rei reduziu o número de parlamentares; a porção rebelde deles obteve a duplicação dos representantes do Terceiro Estado, apesar de ser insuficiente.

 

 

A Assembléia Constituinte

 

Os deputados dos três estados eram unânimes em um ponto: desejavam limitar o poder real, à semelhança do que se passava na vizinha Inglaterra e que igualmente tinha sido assegurado pelos norte-americanos nas suas constituições. No dia 5 de maio, o rei mandou abrir a sessão inaugural dos Estados Gerais e, no seu discurso, advertiu que não se deveria tratar de política, isto é, da limitação do poder real, mas apenas da reorganização financeira do reino e do sistema tributário.

O Juramento da Péla.O Clero e a Nobreza tentaram diversas manobras para conter o ímpeto reformista do Terceiro Estado, cujos representantes comparecem à Assembléia apresentando as reclamações do povo (materializadas nos "Cahiers de Doléances"). Os deputados da nobreza e do clero queriam que as eleições fossem por estado (clero, um voto; nobreza, um voto; e povo, um voto), pois assim, já que clero e nobreza comungavam os mesmos interesses, garantiriam seus privilégios. O terceiro estado queria que a votação fosse individual, por deputado, porque, contando com votos do baixo clero e da nobreza liberal, conseguiria reformar o sistema tributário do reino. Diante da impossibilidade de conciliar tais interesses, Luís XVI tentou dissolver os Estados Gerais, impedindo a entrada dos deputados na sala das sessões. Os representantes do Terceiro Estado rebelaram-se e invadiram a sala do jogo da péla (espécie de tênis em quadra coberta), em 15 de Junho de 1789, e transformaram-se na Assembléia Nacional, jurando só se separar após a votação de uma constituição para a França (Juramento da Sala do Jogo da Péla). Em 9 de Julho de 1789, juntamente com muitos deputados do baixo clero, os Estados Gerais autoproclamaram-se Assembléia Nacional Constituinte.

Esta decisão incitou o rei a tomar medidas mais drásticas, entre as quais a demissão do ministro Jacques Necker, conhecido por suas posições reformistas. Ao descobrirem o ato, as massas parisienses mobilizaram-se e tomaram as ruas da cidade. Os ânimos exaltaram-se e aumentaram as propostas de tomar as armas.

O rei decidiu reagir fechando a Assembléia, mas foi impedido por uma sublevação popular em Paris, reproduzida a seguir em outras cidades e no campo.

Em 13 de Julho, organizou-se a Guarda Nacional, uma milícia burguesa para resistir ao rei e liderar a população civil, cujo comando coube ao deputado da Assembléia e herói da independência dos Estados Unidos, o Marquês de La Fayette.

A Queda da Bastilha, símbolo mais radical e abrangente das revoluções burguesas.Enquanto isso, os acontecimentos precipitaram-se e a agitação tomou conta das ruas: a 13 de Julho constituíram-se as Milícias de Paris, organizações militares-populares. No dia 14 de Julho, populares armados invadiram o Arsenal dos Inválidos, à procura de munições e, em seguida, invadiram a Bastilha, uma fortaleza que tinha sido transformada em prisão política, mas que já não era a terrível prisão de outros tempos. Os rebeldes tomaram a Bastilha por causa da pólvora que lá estava armazenada. Caiu assim um dos símbolos do absolutismo. A Queda da Bastilha causou profunda emoção nas províncias e acelerou a queda dos intendentes. Novas municipalidades e guardas nacionais foram organizadas.

Sans-culottes.A partir de então, a Revolução estendeu-se ao campo, com maior violência: os camponeses saquearam as propriedades feudais e invadiram e queimaram os castelos e cartórios, para destruir os títulos de propriedade das terras (fase do Grande Medo). Temendo o radicalismo, à noite de 4 de agosto, a Assembléia Nacional Constituinte aprovou a abolição dos direitos feudais, gradual e mediante amortização, além das terras da Igreja terem sido confiscadas. Daí por diante, a igualdade jurídica seria regra.

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.Inspirada na Declaração de Independência dos Estados Unidos, em 26 de agosto, a Assembléia divulgou a primeira Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, (a que não terá sido estranha à ação do então embaixador dos EUA em Paris, Thomas Jefferson), síntese do pensamento iluminista liberal e burguês. Nesse documento, onde se pode ver claramente a influência da Revolução Americana, era defendido o direito de todos à liberdade, à propriedade, à igualdade - igualdade jurídica, e não social nem econômica - e de resistência à opressão. A desigualdade social e de riqueza continuava existindo. O nascimento, a tradição e o sangue não eram mais critérios para diferenciar socialmente os homens; foram substituídos pelo dinheiro e pela propriedade, que a partir daí passam a garantir a seus possuidores o prestígio social, embora, perante a lei, todos, desde o miserável ao milionário, fossem teoricamente iguais.

Palácio das Tulherias.Pressionado pela opinião pública, Luís XVI deixou Versalhes, estabelecendo-se no Palácio das Tulherias, em Paris (outubro de 1789). Ali era mais facilmente admoestado pelas massas parisienses.

Fervilhavam os clubes: a imprensa tinha um papel cada vez maior nos acontecimentos políticos. Jean-Paul Marat e René Hébert escreviam artigos incendiários.

Cópia de um dos assignats (bônus do tesouro), que visavam recuperar as finanças do Estado francês.A nobreza conservadora e o alto clero abandonaram a França, refugiando-se nos países absolutistas, de onde conspiraram contra a revolução. Numa reação contra os privilégios do clero e buscando recursos para sanar o déficit público, o governo desapropriou os bens da Igreja, colocando-as à venda e, com o seu produto, emitiu bônus do tesouro, os assignats, valendo como papel-moeda, logo depreciado. As propriedades da Igreja logo passaram para as mãos da burguesia. Para os camponeses pobres, restaram às propriedades menores, que puderam ser adquiridas mediante facilitações.

Em agosto de 1790, foi votada a Constituição Civil do Clero, separando Igreja e Estado e transformando os clérigos em assalariados do governo, a quem deviam obediência. Ela determinava também que os bispos e padres de paróquia seriam eleitos por todos os eleitores, independente de sua filiação religiosa. O papa opôs-se a isso. Os clérigos deveriam jurar a nova Constituição. Os que fizeram isso ficaram conhecidos como juramentados; os que se recusaram passaram a ser chamados de refratários e engrossaram o campo da Contra-Revolução.

Procurando frear o movimento popular, a Assembléia Nacional Constituinte, pela Lei de Le Chapelier, proibiu associações e coalizões profissionais.

O retorno de Luís XVI a Paris após sua desastrada fuga.No palácio real, conspirava-se abertamente. O rei, a rainha, os seus conselheiros, os embaixadores da Áustria e da Prússia eram cabeças da conspiração. A Áustria e a Prússia, países absolutistas invadiram a França, que foi derrotada porque oficiais ligados à nobreza permitiram o fracasso do exército francês. Denunciou-se a traição na Assembléia. Em junho de 1791 a família real tentou fugir para a Áustria. O rei foi descoberto na fronteira, em Varennes, e é obrigado a voltar. A assembléia absolveu Luís XVI, mantendo a monarquia. Para justificar essa decisão, alegou que o rei fora seqüestrado. A Guarda Nacional, comandada por La Fayette, reprimiu violentamente a multidão que queria a deposição do rei.

 

A Constituição de 1791

 

Em setembro de 1791, foi promulgada a primeira Constituição da França que resumia as realizações da Revolução.

Influenciada pelo exemplo dos Estados Unidos, a França implantou uma monarquia constitucional, isto é, o rei perdia os seus poderes absolutos. A carta estabelecia uma clara separação entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e concedia direitos civis completos aos cidadãos.

A população foi dividida em cidadãos ativos e passivos. Somente os cidadãos ativos, que pagavam impostos e possuíam dinheiro ou propriedades, participavam da vida política. Era o voto censitário. Os passivos eram os não-votantes, como mulheres, trabalhadores, desempregados e outros.

Apesar de ter limitado os poderes do rei, este tinha ainda o direito de designar seus ministros.

De mais, a constituição abolia o feudalismo, nacionalizava os bens eclesiásticos e reconhecia a igualdade civil e jurídica.

Em síntese, a Constituição de 1791 visava a criar, na França, uma sociedade burguesa e capitalista, em lugar da anterior, feudal e aristocrática.

Apesar disso, este projeto não teve muita sustentação. Alguns setores urbanos queriam continuar com o processo revolucionário, enquanto nobres fugiam e se refugiavam no exterior, planejando à distância organizar violentamente uma revanche armada. Os emigrados tinham apoio de Estados Absolutistas como Áustria e Prússia, que viam a Constituição como perigosa.

Em agosto de 1791, após a tentativa frustrada de fuga da família real para a Áustria, os países que até então apoiavam a França lançaram a Declaração de Pillnitz, que afirmava (e apoiava) a restauração da monarquia francesa como um projeto de interesse comum a todos os Estados europeus. A população francesa ficou enfurecida, pois enxergava esta ação como uma intromissão direta aos assuntos do país.

 

 

A Assembléia Legislativa (1791-1792)

 

Em 1791 iniciou-se a fase denominada Monarquia Constitucional. Nas eleições de outubro de 1791, as cadeiras da Assembléia Legislativa foram ocupadas predominantemente por elementos da burguesia.

Embora a burguesia tivesse de enfrentar, dentro da Assembléia, a oposição da aristocracia, cujos deputados ocupavam o lado direito de quem entrava no recinto de reuniões, e também dos democratas, que ocupavam o lado esquerdo, as maiores dificuldades estavam fora da Assembléia.

À extrema direita, o rei e a aristocracia se recusavam a aceitar qualquer compromisso. À extrema esquerda, a pequena e média burguesia sentiam-se lesadas e enganadas.

Os camponeses, desesperados, porque tinham de pagar pela extinção dos direitos feudais, retomaram a violência.

 

O confisco dos bens da Igreja e a Constituição do Clero, que faziam com que os religiosos rompessem com o papado, levaram a maior parte do clero para o campo da Contra-Revolução.

Apesar de todas as dificuldades, a alta burguesia se mantinha no poder.

 

A Queda da Monarquia

 

Os emigrados buscavam apoio externo para restaurar o Estado absoluto. As vizinhas potências absolutistas apoiavam esses movimentos, pois temiam a irradiação das idéias revolucionárias francesas para seus países. Os emigrados e as monarquias absolutistas formaram uma aliança destinada a restaurar, na França, os poderes absolutos de Luís XVI. Alegando a necessidade de se restaurar a dignidade real da França, na Declaração de Pillnitz (1791) esses países ameaçaram a França de uma intervenção.

Em 1792, a Assembléia Legislativa aprovou uma declaração de guerra contra a Áustria. É interessante salientar que a burguesia e a aristocracia queriam a guerra por motivos diferentes. Enquanto para a burguesia a guerra seria breve e vitoriosa, para o rei e a aristocracia seria a esperança de retorno ao velho regime. Palavras de Luís XVI: "Em lugar de uma guerra civil, esta será uma guerra política" e da rainha Maria Antonieta: "Os imbecis [referia-se à burguesia]! Não vêem que nos servem". Portanto, o rei e a aristocracia não vacilaram em trair a França revolucionária.

Diante da aproximação dos exércitos coligados estrangeiros, formaram-se por toda a França batalhões de voluntários.

Luís XVI e Maria Antonieta foram presos, acusados de traição ao país por colaborarem com os invasores.

A Batalha de Valmy.Verdun, última defesa de Paris, foi sitiada pelos prussianos. O povo, chamado a defender a revolução, saiu às ruas e massacrou muitos partidários do Antigo Regime. Sob o comando de Danton, Robespierre e Marat, foram distribuídas armas ao povo e foi organizada a Comuna Insurrecional de Paris. As palavras de Danton ressoaram de forma marcante nos corações dos revolucionários. Disse ele: "Para vencer os inimigos, necessitamos de audácia, cada vez mais audácia, e então a França estará salva". Aconteceu aquilo que parecia impossível: as tropas revolucionárias, famintas, mal vestidas, mas alimentadas pelo ardor revolucionário, derrotaram, ao som da Marselhesa (o hino da revolução), a coalizão anti-francesa na Batalha de Valmy.

 

 

A Convenção (1792-1795)

 

 

Georges Jacques Danton.Em 10 de agosto de 1792, a Assembléia foi dissolvida e a monarquia extinta. Criou-se uma nova Assembléia Nacional Constituinte (a Convenção Nacional), entrando numa fase radical. As primeiras medidas tomadas pela Convenção foram a Proclamação da República e a promulgação de uma nova Constituição (21 de setembro de 1792). Eleita sem a divisão dos eleitores em passivos e ativos, a alta burguesia monarquista foi derrotada. A Convenção contava com o predomínio dos representantes da burguesia.

Maximilien François Marie Isidore de Robespierre.Entre os revolucionários de 1789, houve uma divisão. A grande burguesia não queria aprofundar e radicalizar a revolução, temendo o radicalismo popular. Aliada aos setores da nobreza liberal e do baixo clero, formou o Clube dos Girondinos. O nome "girondino" (do francês girondin) deve-se ao fato de Brissot, principal líder dessa facção, representar o departamento da Gironda e de seus principais líderes serem provenientes de lá. Eles ocupavam os bancos inferiores no salão das sessões. Os jacobinos (do francês jacobin) — assim chamados porque se reuniam no convento de Saint Jacques — queriam aprofundar a revolução, aumentando os direitos do povo; eram liderados pela pequena burguesia e apoiados pelos sans-culottes, as massas populares de Paris. Ocupavam os assentos superiores no salão das sessões, recebendo o nome de montanha. Seus principais líderes forma Danton, Marat e Robespierre. Sua facção mais radical era representada pelos raivosos, liderados por Hebert, que queriam o povo no poder. Havia ainda um grupo de deputados sem opiniões muito firmes, que votavam na proposta que tinha mais chances de vencer. Eram chamados de planície ou pântano. Havia ainda os cordeliers (camadas mais baixas) e os feuillants (a burguesia financeira).

Jean Paul Marat.As modernas designações políticas de direita, centro e esquerda surgem neste momento: com relação à Mesa da Presidência identificavam-se à direita os girondinos, que desejavam consolidar as conquistas burguesas, estancar a revolução e evitar a radicalização; ao centro, a Planície ou Pântano, grupo de burgueses sem posição política definida; e à esquerda, a Montanha, composta pela pequena burguesia jacobina que liderava os sans-culottes, e que defendia o aprofundamento da revolução.

Dirigida inicialmente pelos girondinos, a convenção realizava uma política contraditória: era revolucionára na política externa — ao combater os países absolutistas — mas conservadora na interna — ao procurar se acomodar com a nobreza, tentar salvar a vida do rei e combater os revolucionários mais radicais. Nesse primeiro período, foram descobertos documentos secretos de Luís XVI, no palácio das Tulherias, que provaram seu comprometimento com o rei da Áustria. O fato acelerou as pressões para que o rei fosse julgado como traidor. Na Convenção, a Gironda dividiu-se: alguns optaram por um indulto, outros pela pena de morte. Os jacobinos reforçados pelas manifestações populares, exigiam a execução do rei, indicando o fim da supremacia girondina na Revolução.

 

República Jacobina

 

A grande guilhotina desce sobre a cabeça de Luís XVI, que é exibida ao povo, como se costumava fazer com todos os executados.Os jacobinos, com apoio dos sans-culottes e da Comuna de Paris (designação que foi dada ao novo governo local da cidade), assumiram o poder no momento crítico da Revolução.

A Convenção reconheceu a existência do Ser Supremo e da imortalidade da alma. A virtude seria o elemento essencial da República.

Em 21 de janeiro de 1793, Luís XVI foi guilhotinado na praça da Revolução. Vários países europeus, como a Áustria, Prússia, Holanda, Espanha e Inglaterra, indignados e temendo que o exemplo francês se refletisse em seus territórios, formaram a Primeira Coligação contra a França. Encabeçando a Coligação, a Inglaterra financiava os grandes exércitos continentais para conter a ascensão burguesa da França, seu potencial concorrente nos negócios europeus.

Louis Antoine Léon de Saint-Just.No departamento de Vendéia, no oeste da França, camponeses contra-revolucionários, instigados pela Igreja, pela nobreza e pelos ingleses, tomaram o poder. Os girondinos tentaram frear a proposta de mobilização geral do povo francês, temendo a perda do poder e a radicalização da revolução, que ameaçaria suas propriedades e bens. Em resposta, em 2 de Junho de 1793, a população de Paris, agitada pelos partidários de Hebert, cercou o prédio da convenção, pedindo a prisão dos deputados girondinos. Os membros da Gironda foram expulsos da convenção deixando uma triste herança: inflação, carestia e avanço da contra-revolução, tudo isso agravado pela guerra no plano externo. Marat, Hébert, Danton, Saint-Just e Robespierre assumiram o poder, dando início ao período da Convenção Montanhesa.

A Morte de Marat, por Jacques-Louis David.A Contra-Revolução Camponesa da Vendéia e a ameaça externa colocavam a revolução à beira do abismo. Para combater essa situação, os jacobinos organizaram os comitês, cujos objetivos eram controlar o governo, combater os contra-revolucionários e mobilizar a França para uma guerra total em defesa da revolução.

Devido ao predomínio da atuação popular, esse período caracterizou-se por ser o mais radical de toda a Revolução. O governo jacobino dirigia o país por meio do Comitê de Salvação Pública, responsável pela administração e defesa externa do país, de início comandado por Danton, seu criador. Abaixo, vinha o Comitê de Salvação Nacional ou de Segurança Geral, que cuidava da segurança interna, e a seguir o Tribunal Revolucionário, que julgava os opositores da revolução em julgamentos sumários.

Decretada a mobilização geral, criou-se uma economia de guerra, com o racionamento das mercadorias e o combate aos especuladores, que, aproveitando-se da situação, escondiam os produtos para aumentar os preços.

Morte pela guilhotina: entre 35.000 e 40.000 pessoas foram executadas durante o período do "Terror".Os jornais populares utilizavam-se de linguagem grosseira para caracterizar os aristocratas e inimigos da revolução. Ao mesmo tempo em que pediam que fossem punidos, pregavam as virtudes revolucionárias, o patriotismo e a defesa intransigente da revolução. O mais importante desses jornais era O amigo do povo, dirigido pelo jacobino Marat.

Quando, em julho, Marat foi assassinado pela jovem Charlote Corday, os ânimos se exaltaram. Considerado excessivamente moderado, Danton foi substituído por Robespierre e expulso do partido. O Comitê de Salvação Pública, liderado por Robespierre, assumiu plenos poderes. Tinha início o Grande Terror, Terror Jacobino ou, simplesmente, Terror. Milhares de pessoas — a ex-rainha Maria Antonieta, aristocratas, clérigos, girondinos, especuladores, inimigos reais ou presumidos da revolução — foram detidas sumariamente e guilhotinadas. Os direitos individuais foram suspensos e, diariamente, realizavam-se, sob aplausos populares, execuções públicas e em massa. O líder jacobino Robespierre, sancionando as execuções sumárias, anunciara que a França não necessitava de juízes, mas de mais guilhotinas. O resultado foi à condenação à morte de 35 mil a 40 mil pessoas. A Insurreição camponesa da Vendéia foi esmagada. O exército francês começou a ganhar terreno nos campos de batalha em 1794 e a coalizão antifrancesa foi derrotada.

Interior de um comitê revolucionário durante o terror.Embora utilizassem o terror para combater a contra-revolução, os jacobinos não foram os sanguinários que muitos conservadores pintam. Eles cometeram muitos erros, provavelmente muitas injustiças em seus julgamentos sumários, mas defendiam a revolução, aprofundaram a democracia e realizaram muitas reformas sociais para obter o apoio das camadas populares. As principais realizações desse período foram:

 

a) Abolição da escravidão nas colônias francesas, talvez o maior feito social dos jacobinos. Os girondinos, embora falassem em igualdade de todos perante a lei, haviam mantido os escravos nas colônias da França, pois muitos deles eram proprietários de engenhos escravistas nas colônias. Os jacobinos, por não terem interesses nesses engenhos, realizaram plenamente os ideais iluministas de dignidade humana e de igualdade de todos perante a lei, ao abolir a escravidão;

b) Reforma Agrária: confisco das terras da nobreza emigrada e da Igreja, que foram divididas em lotes menores e vendidas a baixo preço aos camponeses pobres. Os pagamentos foram divididos em 10 anos;

 

c) Lei do Máximo ou Lei do Preço Máximo, estabelecendo um teto máximo para preços e salários;

 

d) Venda de bens públicos e dos emigrados para recompor as finanças públicas;

 

e) Entrega de pensões anuais e assistência médica gratuita a crianças, velhos, enfermos, mães e viúvas;

 

f) Auxílio aos indigentes, que participaram da distribuição dos bens dos condenados;

 

g) Desenvolvimento de um culto revolucionário fundado na razão e na liberdade. A Catedral de Notre Dame (Paris), por exemplo, foi transformada no "templo da razão";

 

h) Proclamação da Primeira República Francesa (setembro de 1792);

 

i) Organização de um exército revolucionário e popular que liquidou com a ameaça externa;

 

j) Organização dos seguintes comitês: o Comitê de Salvação Pública, formado por nove membros e encarregado do poder executivo, e o Comitê de Salvação Nacional ou de Segurança Geral, encarregado de descobrir os suspeitos de traição;

 

l) Criação do Tribunal Revolucionário, que julgava os opositores da Revolução;

 

m) Elaboração da Constituição do Ano I (1793), que pregava uma ampla liberdade política e o sufrágio universal masculino. Essa Carta, inspirada nas idéias de Rousseau, era uma das mais democráticas da história;

 

n) Elaboração de uma outra Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, escrita por Robespierre, em que se afirmava que a finalidade da sociedade era o bem comum e que os governos só existem para garantir ao homem seus direitos naturais: a liberdade, a igualdade, a segurança e a propriedade;

 

o) Criação do ensino público gratuito;

 

p)Fundação do Museu do Louvre, da Escola Politécnica e do Instituto da França;

 

q) Calendário republicano de 1794.Instituição de um novo calendário, para romper com o passado e simbolizar o início de uma nova era na história da humanidade. Este calendário tinha características marcadamente anticlericais e passou a basear-se nos fenômenos da natureza. Cada mês recebeu uma denominação baseada nas características da natureza, e o primeiro dia dessa nova era — 22 de Setembro de 1792 — foi à data da proclamação da república. O primeiro mês chamava-se vindário (em referência a Víndima ou colheita de uvas), seguiam-se o brumário (relativo à bruma ou nevoeiro), o frimário (Mês das geadas ou frimas em francês), o nivoso (referente à neve), o pluvioso (chuvoso), o ventoso, o germinal (relativo à germinação das sementes), o floreal (mês das flores), o pradial (em referência a prados), o messiador (nome originário de messis, palavra latina que significa colheita), o termidor (referente ao calor) e o frutidor (relativo aos frutos). Como cada mês tinha trinta dias, sobravam cinco dias no final do ano (de 17 a 21 de setembro): eram os dias dos sans-culottes, considerados feriados nacionais.

Cansada do terror, execuções, congelamento de preços e dos excessos revolucionários, a burguesia queria paz para seus negócios. Essa posição era defendida pelos jacobinos liderados por Danton. Os sans-culottes — que eram a plebe urbana — pretendiam radicalizar mais a revolução, posição defendida pelos raivosos. A falta de habilidade política de Robespierre ficou evidente quando, declarando a "pátria em perigo", tomou uma série de medidas impopulares para evitar as radicalizações — os partidários e políticos mais radicais, como a ala esquerda, dos partidários de Herbert, e da ala direita, que tinha como líder Danton, foram executados. A facção de centro, liderada por Robespierre e Saint-Just, triunfou, porém ficou isolada. Esse é o mal de quase todas as revoluções ocorridas até hoje: começam executando os inimigos e acabam executando os revolucionários, sina da quais os incorruptíveis e bem-intencionados jacobinos não conseguiram escapar.

 

Reação Termidoriana

 

Os eventos da noite de 9 Termidor.

Prisão de Robespierre.

Execução de Robespierre.Muitos girondinos que haviam sobrevivido ao terror, aliados aos deputados da planície, articularam um golpe. Em 27 de Julho (9 Termidor, de acordo com o calendário revolucionário francês) a Convenção, numa rápida manobra, derrubou Robespierre e seus partidários. Robespierre apelou para que as massas populares saíssem em sua defesa. Mas os que podiam mobilizá-las — como os raivosos — estavam mortos, e os sans-culottes não atenderam ao chamado. Robespierre e os líderes jacobinos foram guilhotinados sumariamente. A Comuna de Paris e o partido jacobino deixaram de existir. Era o golpe de 9 Termidor, que marcou a queda da pequena burguesia jacobina e a volta da grande burguesia girondina ao poder. O movimento popular entrou em franca decadência.

A Convenção Termidoriana (1794-1795) foi curta, mas permitiram a reativação do projeto político burguês, com a anulação de várias decisões montanhesas, como a Lei do Preço Máximo (congelamento da economia) e o encerramento da supremacia do Comitê de Salvação Pública. Foram extinguidas as prisões arbitrárias e os julgamentos sumários. Todos os clubes políticos foram dissolvidos e os jacobinos passaram a ser perseguidos.

Em 1795, a Convenção elaborou uma nova constituição - a Constituição do Ano III -, suprimindo o sufrágio universal e resgatando o voto censitário para as eleições legislativas, marginalizando, assim, grande parcela da população. A carta reservava o poder à burguesia. No final de 1795, de acordo com a nova Constituição, a Convenção cedeu lugar ao Diretório, formado por cinco membros eleitos pelos deputados. Iniciou-se, assim, a República do Diretório.

 

 

O Diretório (1795-1799)

 

O Diretório (1794 a 1799) foi uma fase conservadora, marcada pelo retorno da Alta Burguesia ao poder e pelo aumento do prestígio do Exército apoiado nas vitórias obtidas nas Campanhas externas.

 

Uma nova constituição entregou o Poder Executivo ao Diretório, uma comissão constituída de cinco diretores eleitos por cinco anos. Esta carta prevê o direito de voto masculino aos alfabetizados. O poder legislativo era exercido por duas câmaras, o Conselho dos Anciãos e o Conselho dos Quinhentos.

Era a república dos proprietários, que tiveram de enfrentar uma grave crise financeira. Registra-se uma oposição interna ao governo, devido à crise econômica e à anulação das conquistas sociais jacobinas. O governo teve de enfrentar tentativas de golpes à direita (monarquistas ou realistas) e à esquerda (jacobinos).

Graco Babeuf, líder da Conjuração dos Iguais.As ações contra o novo governo se sucediam. Em 1795, um golpe realista foi abortado em Paris. Aproveitando o descontentamento dos sans-culottes, os remanescentes jacobinos tentaram organizar em 1796 a chamada Conjuração ou Conspiração dos Iguais, liderada por François Noël Babeuf (mais conhecido como Graco Babeuf). Os seguidores desse movimento popular, com algumas pinceladas socialistas, desejavam não apenas igualdades de direitos (igualdade perante a lei), mas também igualdade nas condições de vida. Babeuf achava que a única maneira de alcançar a igualdade era com a abolição da propriedade privada. A insurreição foi denunciada antes mesmo de se iniciar e seus líderes, Graco Babeuf e Buonarroti, foram condenados à guilhotina. As idéias de Babeuf, entretanto, serviram de base para a luta da classe operária no século XIX.

Externamente, entretanto, o exército acumulava vitórias contra as forças absolutistas de Espanha, Holanda, Prússia e reinos da  Itália, que, em 1799, formaram a Segunda Coligação contra a França revolucionária.

 

Napoleão Bonaparte no Poder

 

Destacando-se no assédio de Toulon, em 1793, Napoleão Bonaparte tornou-se general. Em 1796, Bonaparte esmagou uma insurreição monarquista.O governo não era respeitado pelas outras camadas sociais. Os burgueses mais lúcidos e influentes perceberam que com o Diretório não teriam condição de resistir aos inimigos externos e internos e manter o poder. Eles acreditavam na necessidade de uma ditadura militar, uma espada salvadora, para manter a ordem, a paz, o poder e os lucros.

 

A figura que sobressai ao final do período é a de Napoleão Bonaparte. Ele era o general francês mais popular e famoso da época. Quando estourou a revolução, era apenas um simples tenente e, como os oficiais oriundos da nobreza abandonaram ou foram demitidos do exército revolucionário, fez uma carreira rápida. Aos 24 anos já era general de brigada. Após um breve período de entusiasmo pelos jacobinos, chegando inclusive a ser amigo dos familiares de Robespierre, afastou-se deles quando estavam sendo depostos. Lutou na Revolução contra os países absolutistas que invadiram a França e foi responsável pelo sufocamento do golpe de 1795.

 

Enviado ao Egito para tentar interferir nos negócios do império inglês, o exército de Napoleão foi cercado pela marinha britânica nesse país, então sobre tutela inglesa. Napoleão abandonou seus soldados e, com alguns generais fiéis, retornou à França, onde, com apoio de dois diretores e de toda grande burguesia, suprimiu o Diretório e instaurou o Consulado, dando início ao período napoleônico em 18 de Brumário (10 de Novembro de 1799).

 

O Consulado era representado por três elementos: Napoleão, o abade Sieyès e Roger Ducos. Na realidade o poder concentrou-se nas mãos de Napoleão, que ajudou a consolidar as conquistas burguesas da Revolução

OBS.: EM FUNÇÃO DA COMPLEXIDADE DO PROCESSO REVOLUCIONÁRIO, PODE-SE PROPOR, COM UMA FINALIDADE ESTRITAMENTE DIDÁTICA, A DIVISAO DA REVOLUÇÃO FRANCESA EM UM CONJUNTO DE ETAPAS, ASSINALADAS POR CARACTERÍSTICAS, PROJETOS, REALIZAÇÕES E OBJETIVOS PRÓPRIOS.

Fase

Características

Grupos ou Facções no Poder

Realizações ou Objetivos

Assembléia Nacional Constituinte

(1789-1791)

- Tentativa de conciliação entre a alta burguesia e da aristocracia

-  Tentativa de se estabelecer em regime parlamentar segundo o modelo britânico

- Tentativa de limitação do poder monárquico e exclusão das massas populares de qualquer tipo de participação política

-Fase moderada, porém  no plano popular assinalada pelas primeiras “jornadas populares”, como o 14 de julho, o 5/6 fr outubro (ambas em 1789), dentre outras.

- Ainda não existem partidos políticos organizados.

- Maioria dos deputados era formada por monarquistas.

- Distinção entre partidários de reformas profundas, moderados e conservadores se faziam pelo lugar ocupado por cada um dos deputados na Assembléia (respectivamente esquerda, centro e direita).

- Abolição dos privilégios feudais (04/08/1789)

- Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (26/08/1789)

- Confisco dos bens do Clero (02/11/1789) (nacionalizados)

- Elaboração da Constituição Civil do Clero (12/07/1790) (Igreja sob a autoridade do Estado)

- Divisão administrativa da França em 83 Departamentos (descentralização)

- Abolição da desigualdade de impostos

- Elaboração da Constituição de 1791, estabelecendo a Monarquia Constitucional, de base censitária (Divisão dos cidadãos em ativos e passivos).Apenas os ativos (os que possuíam uma determinada renda) tinham direitos políticos. 

 

Fase

Características

Grupos ou Facções no Poder

Realizações e Objetivos

Assembléia Legislativa

(1791-1792) *Monarquia Constituicional

-Conflitos entre a Assembléia e o rei Luis XVI que, segundo a Constituição de 1791, tinha o direito de veto.

 

-  Nobreza que havia fugido do país (“emigrados”), com o apoio secreto de Luis XVI, estimula a reação da Europa Absolutista contra a França Revolucionária. Importante lembrar que o rei tentara a fuga, em 21/07/1791, antes de promulgada a Constituição.

 

- Ao contrario da Assembléia Nacional Constituinte, onde a nobreza e o clero estavam fortemente representados, na Assembléia Legislativa havia um predomínio da burguesia.

 

- Desvalorização do “Assignat”, papel moeda que fora lançada pela Assembléia Nacional Constituinte em 12/1789, e que era garantido pelos bens do clero confiscados

- Maioria dos 745 deputados eram monarquistas, que

desejavam entendimento com o rei.

 

- Importância crescente dos chamados de girondinos, também chamados “patriotas” (tendências centrista) e dos montanheses (1/4 da Assembléia, de tendência esquerdista e formados pelos jacobinos e “cordeliers”).

 

 

- A partir de 03/1792, os girondinos  passam a integrar o ministério do rei.

 

 

- Declaração de guerra da França contra a Áustria (04/1792)

 

 

- Declaração da “pátria em perigo” e recrutamento em massa para fazer frente a invasão do país por tropas austríacas e prussianas.

Obs.: ante a ameaça externa e ação contra-revolucionaria do rei, as massas populares de Paris formam uma Comuna Revolucionária, atacam o palácio das Tulherias (residência real na capital), e exigem da Assembléia Legislativa a deposição e prisão do rei Luis XVI  

 

 

 

Fase

Características

Grupos ou Facções no Poder

Realizações e Objetivos

Convenção Nacional

(1791-1795)

- A fase da Convenção Nacional é assinalada por dois momentos com características distintas: a República Girondina (09/1792 à 06/1793) e a República Jacobina (06/1793 à 07/1794).

 

- O Período Girondino é caracterizado por um predomínio político da alta burguesia, que toma medidas marcadas pela moderação e pela exclusão das massas populares. O princípio básico é a defesa da propriedade burguesa.

 

- O Período Jacobina é caracterizado pela radicalização do processo revolucionário, pela colocação do “Terror” na ordem do dia e pelas pressões dos “sans-culottes”. Implanta-se a ditadura robespierrista  

- Predomínio da Gironda durante a 1ª Convenção Nacional.

 

- Predomínio da Montanha durante a 2ª Fase da Convenção Nacional.

 

- Abolição da escravidão nas colônias da França

 

- Fim da exigência dos camponeses indenizarem os antigos senhores.

 

- “Lei do Máximo”, estabelecendo um teto máximo para preços e salários.

 

- Proclamação da I Republica Francesa (09/1792)

 

- Organização de exército revolucionário e popular que liquida com a ameaça externa

 

- Durante o período jacobino organizam-se os Comitês (Comitê de Salvação Pública, formado por nove membros e encarregado do poder executivo); e Comitê de Segurança Geral, encarregado de descobrir os suspeitos de traição)

 

- Criação do Tribunal Revolucionário.

 

- Elaboração da Constituição do Ano I (1793), que estabelece o sufrágio universal    

 

 

Obs: A ditadura jacobina chega ao fim em julho (Termidor) de 1794, através de um movimento de direita, liderada pela burguesia e conhecido pela expressão “Reação Termidoriana”. Dessa maneira, a experiência mais radical e democrática da República Jacobina é posto de lado, iniciando-se, logo a seguir, a Fase do Diretório, momento que o ideal republicano declina rapidamente. 

 

Fase

Características

Grupos ou Facções no Poder

Realizações e Objetivos

Diretório

(1795 - 1799)

-Anulação das medidas mais radicais e de maior alcance social, levadas a efeito durante a Ditadura Jacobina.

 

- Tentativa jacobina e dos realistas em derrubar o governo do Diretório (ambas fracassadas).

 

- Tentativa liderada por Babeuf (Conspiração dos Iguais), em 1796, de inspiração socialista, contra o Diretório. Apesar de fracassado o movimento lança as bases, no plano das idéias, de um regime social igualitário.

 

- Vitórias no plano externo, o que torna o Diretório cada vez mais dependente do exército.

 

- Aumento do custo de vida, desorganização da economia, insatisfação popular.

- O Diretório reflete os interesses da alta burguesia, disposta a estabilizar a Revolução.

 

- De acordo com a nova Constituição (do Ano III ou de 1795), existiam duas Câmaras (Câmara dos 500 e Câmara dos Anciãos), que representavam o poder legislativo. O poder executivo era exercido por um Conselho Diretor formado por 5 membros.

 

- O sufrágio é limitado aos que possuem uma determinada renda.  

 

 

- No plano econômico e na área financeira, o período do Diretório não é marcado por nenhuma medida significativa para deter a onda inflacionária.

 

- No plano político, o governo do Diretório se vê as voltas com tentativas de golpes à direita (monarquistas) e à esquerda (jacobinos), o que reforça a idéia de um governo forte com plenos poderes.

 

- No plano externo as seguidas vitórias contra as coligações anti-França, reforçam a imagem do exército e de seu principal comandante, o Gal. Napoleão Bonaparte.

 

- Através de um golpe de estado, Napoleão, com apoio de amplos setores da burguesia, assume o poder, em 1799 (Golpe do 18 Brumário)   

 

 

 

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Revoluções burguesas inglesa e francesa resumo

REVOLUÇÕES BURGUESAS

 

  • Este período, que está compreendido entre os séculos XVII e XVIII, é um dos mais importantes da História e marca o fim por completo da sociedade feudal e o estabelecimento de uma nova sociedade – a capitalista. Assim, veremos três importantes revoluções: as Revoluções Inglesas, a Revolução Francesa e a Revolução Industrial. Para melhor entendermos o período, falaremos também da ideologia predominante nestes movimentos: o iluminismo
  • O Iluminismo
  • Conjunto de idéias que teve influência do renascimento cultural. Sua origem ocorreu nos séculos XVII e principalmente XVIII. O nome deriva da idéias de Luz e Trevas (em oposição a Idade Média).
  • Uso da RAZÃO, da ciência, em decadência do misticismo religioso, da fé.

Principais filósofos iluministas: Locke, Diderot, Montesquieu, Rousseau, Voltaire, Kant, Newton.

Pregavam a UNIVERSALIDADE, a INDIVIDUALIDADE e a AUTONOMIA

O Iluminismo representava o ideal da burguesia contra a tradição cultural feudal (ligada fortemente à religião) e o Estado Absolutista.

Defendia o Estado CONSTITUCIONAL (governante limitado às decisões coletivas) e a liberdade civil

OS ECONOMISTAS: faziam críticas ao MERCANTILISMO e à intervenção estatal na economia, típico do Estado Absoluto. Dividem-se em dois principais grupos: os fisiocratas (Turgot, Quesnay): defendiam que as atividades econômicas naturais, ligadas à terra, tinham maior importância. Daí derivava o valor. Pregavam a livre concorrência (laissez faire = deixai fazer); os liberais (economia política clássica) (Adam Smith (1723-1790), Ricardo): O Estado só deve intervir na economia se for para manter a ordem; o trabalho produtivo é a fonte do lucro, do valor, da riqueza; defendia a divisão do trabalho e a especialização das tarefas dentro das profissões – busca de maior produtividade e resultado.

O iluminismo influenciou monarcas na Europa, causando uma adequação da economia aos interesses da burguesia. Essa influência iluminista, liberal, no absolutismo monárquico passou a ser conhecida como despotismo esclarecido. Essa adequação ocorreu na Europa Oriental (Rússia, por exemplo) e na Península Ibérica (ex.: as políticas do Marquês de Pombal no Brasil).

Esse movimento ideológico influenciou a independência das colônias americanas e a Revolução Francesa. Ajudou na superação da Teoria do Direito Divino e no desenvolvimento da ciência. Porém, é importante notar que tais transformações no pensamento só foram possíveis após profundas transformações no modo de vida dos indivíduos. Lembremos que o período em que surgiu o iluminismo, o modo de produção capitalista estava se desenvolvendo e a sociedade feudal estava em constante declínio. Esta nova sociedade em formação, a capitalista ou burguesa, baseada na busca de lucro e no trabalho assalariado, criou condições para uma ampla alteração na cultura, nas idéias, o que teve Início no Renascimento Cultural.

 

AS REVOLUÇÕES INGLESAS

Conflito constante entre PARLAMENTO E MONARQUIA = interesses burgueses de expansão e autoritarismo absoluto.

Parlamento: composto pela câmara dos Lordes (nobreza tradicional, ligada à terra – características feudais) e pela câmara dos Comuns (nobres aburguesados e burgueses (ligação com a terra, mas também com o comércio e a indústria)

Fim da Dinastia Tudor e início da Dinastia Stuart, com Jaime I – busca da consolidação do Absolutismo de Direito Divino e do estabelecimento do Anglicanismo; período de perseguição aos católicos e aos puritanos (composto pela média e pequena burguesia); formação de colônias (como Ulsler, na Irlanda). Gera necessidade de ampliação do exército, que, pro sua vez, carece de recursos financeiros. Para conseguir recursos, o monarca precisava de autorização do Parlamento. A Câmara dos Comuns (composta pela burguesia) não aprovou.

Em 1614 o rei dissolve o parlamento, institui a cobrança ilegal de impostos e persegue os opositores. Nesta época, muitos ingleses (principalmente puritanos (média e pequena burguesia)) partiram para a América do Norte para povoar a região.

Carlos I (1625 – 1649) – imposição do anglicanismo. Nova dissolução do parlamento; A Escócia invade a Inglaterra; o monarca necessita de mais verbas para a defesa, através de mais aumento de impostos. O Parlamento (burguesia) impõe condições: - fim de taxas abusivas para o comércio, fim da imposição religiosa, assinatura da Bill of Rights (declaração dos direitos).

Início de uma GUERRA CIVIL (1642 – 1649) – A Irlanda católica também se revolta. O parlamento nega à Carlos I o comando do exército – conflito entre o parlamento e o monarca e eclosão da guerra civil: cavaleiros (anglicanos/monarquistas) X cabeças redondas (calvinistas/parlamentaristas)

OLIVER CROMWELL (puritano) * os calvinistas se dividiam em puritanos e presbiterianos. – era um líder do exército. A disputa é vencida pelos cabeças redondas, e os puritanos proclamam a REPÚBLICA em 1649.  

Medidas: - supressão da Câmara dos Lordes (marca o fim do entrave feudal); permitiu o pleno desenvolvimento do capitalismo;

ATOS DE NAVEGAÇÃO: Na Inglaterra, só poderiam ser importadas mercadorias trazidas por navios ingleses ou de seus países de origem. Esta medida fez alavancar o capitalismo na Inglaterra, aumentando os lucros da burguesia. A defesa nacional foi reforçada e a marinha se desenvolveu.

- Em 1653, Cromwell se declara “Lorde protetor” e estabelece uma ditadura pessoal. Em 1658, morre.

RESTAURAÇÃO DA MONARQUIA (1661 – 1688): Carlos II (Stuart) restabelece a Monarquia, dissolve o exército de Cromwell e recompõe a Câmara dos Lordes e o Parlamento;

Jaime II assume (católico) – gera a ameaça de intervenção papal (católica) no país, politicamente.

REVOLUÇÃO GLORIOSA (1688 – 1689) – O Parlamento depõe o rei e convoca Guilherme de Orange, monarca holandês, e sua esposa (Maria Stuart, herdeira) – ambos protestantes – para governar o país.

O monarca, influenciado fortemente pela burguesia, assina a Bill of Rights (Declaração de Direitos) em 1689.

Medidas: - os impostos só seriam estabelecidos com a aprovação do parlamento; - a propriedade privada seria garantida, assim como a liberdade individual e de imprensa; o anglicanismo seria a revolução oficial e não haveria liberdade religiosa somente para os católicos; alternância do ministério entre a nobreza (latifundiária, rural) e a burguesia (urbana) – Implantação da Monarquia Constitucional.

As relações com a França são quebradas; No governo de Ana (1702-1714) é assinado o Tratado de Methuen – dependência de Portugal; - Inglaterra suprema; ampliação dos mercados e desenvolvimento do capitalismo.

É importante notar, concluindo, que as revoluções inglesas serviram para a burguesia atingir o poder político (através de sua influência parlamentar) e passar a tomar medidas que favorecessem seus interesses econômicos liberais e a ordem social propícia para o desenvolvimento do capitalismo. Grosso modo, essa foi a conseqüência desse processo revolucionário que se consolidou com a Revolução Gloriosa. Um exemplo disso foi a posterior ocorrência da Revolução Industrial no país.      

 

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (segunda metade século XVIII – Inglaterra)

 

  • Passagem de um modo de produção manufatureiro para um maquinofatureiro.
  • Período de sucessivas inovações tecnológicas; Aparecimento de máquinas modernas, rápidas, precisas, que substituíam o trabalho braçal do homem antes realizado a mão (artesanato/manufatura);
  • Uso de VAPOR para acionar as máquinas (fonte de energia)
  • Utilização de novas matérias-primas (minerais) que impulsionaram a metalurgia e a industria química.
  • Os lucros acumulados na fase comercial do capitalismo (mercantilismo) e gerados posteriormente com a industrialização eram aplicados na busca de melhorias técnicas, inovações e renovações de equipamentos e mais resultados.  O capital mercantil se transformava em capital industrial
  • Ocorreu um intenso processo de divisão do trabalho e especialização de tarefas.
  • Inglaterracondições que favoreceram o acontecimento da revolução industrial no país:
  • GEOGRAFICAMENTE: - localização mais afastada da Europa, o que a isolou das guerras continentais; - riqueza do subsolo (carvão); rede fluvial propícia para o escoamento de mercadorias; - prática de cercamentos: abasteceu as indústrias têxteis (as principais da época) com matéria-prima (lã), liberou mão de obra para as indústrias (êxodo rural) e permitiu a ACUMULAÇÃO PRIMITIVA DE CAPITAL;
  • Período de melhorias técnicas e busca de melhores resultados, o que proporcionou um aumento demográfico, conseqüente do aumento e melhoria na produção. A indústria, no período, dependia do suprimento dado pela agricultura.
  • Surge a indústria algodoeira e a fundição de ferro
  • POLITICAMENTE: - formação de COLÖNIAS (Canadá, Índia e EUA) fornecedoras de matérias-primas; é criado o Banco da Inglaterra em 1694, com o intuito de financiar as empresas privadas; a Monarquia Parlamentar surgiu na Inglaterra já em 1688, sob forte influência burguesa.
  • RELIGIOSAMENTE: os ideais do PROTESTANTISMO eram propícios para o desenvolvimento do capitalismo (*ver aula sobre a Reforma Protestante). Esta religião, a partir de Henrique VIII, teve forte adesão e influência na Inglaterra.
  • Enfim, com a Rev. Industrial: estabeleceu-se o trabalho assalariado, substituiu-se pouco a pouco a manufatura pela maquinofatura e se organizou integradamente os capitais do meio rural e urbano e das colônias, com a exploração de recursos naturais e exportação de mercadorias industrializadas.
  • CONDIÇÔES SOCIAIS: a classe social do PROLETARIADO começou a se formar a partir da Rev. Industrial. Os operários eram submetidos a excessivas horas de trabalho (12, 14, 16h), a remuneração era baixa, se empregava mão de obra feminina (+/- 50%) e infantil aos montes. A desigualdade social aumentou sensivelmente e o conflito entre CAPITAL e TRABALHO se acirrava (luta de classes entre burgueses e proletários: estes últimos eram (e são) obrigados a vender sua força de trabalho para sobreviver para os primeiros, que são os donos dos meios de produção).
  • A Revolução Industrial consolida o modo de produção capitalista. No processo de trabalho que se estabelece nesta época e existe atualmente em grande escala, o trabalhador se distancia cada vez mais do CONHECIMENTO e do PRODUTO FINAL de SEU trabalho. É a alienação do trabalho, conseqüência do modo de produção capitalista.
  • Surgem na Inglaterra os primeiros movimentos de reação dos trabalhadores: os trade unios (espécie de sindicatos; em 1811, o movimento LUDITA – quebradores de máquinas; em 1830, o movimento CARTISTA, que enviava cartas de reivindicação abaixo-assinadas para o governo inglês.   

          PRINCIPAIS INOVAÇÔES TECNOLÓGICAS: 1768 - máquina a vapor (James Watt); 1785 – tear mecânico (Edmund Cartwright); 1807 – navio a vapor (Robert Fulton); 1814 – Locomotiva a vapor (George Stephenson).

 

 

REVOLUÇÃO FRANCESA (1789 – 1799)

 

  • QUADRO SOCIAL

1º ESTADO: CLERO

2º ESTADO: NOBREZA

3º ESTADO: Burguesia, Proletariado, Campesinato

4 % da população

80% Rural ; 16% Urbana

 

  • Clero e nobreza: controle de terras, exércitos e cargos administrativos, além de isenção fiscal
  • O campesinato continuava a cumprir com as OBRIGAçÕES SERVIS
  • O meio urbano era composto pelo proletariado e pelas diferentes camadas da burguesia.

A carga de impostos se dava somente para o terceiro estado.

  • QUADRO ECONÔMICO
  • Crise no campo – REVOLTAS CAMPONESAS
  • Indústria: - corporações de ofício: formas medievais de produção, que não atendiam às necessidades do mercado; - manufaturas reais: grandes empresas estatais, criadas pelo ministro Colbert, de Luís XIV, se dedicavam a produção de artigos de luxo aos moldes mercantilistas.;  grandes empresas privadas: eram raras, geralmente de siderurgia e tecidos. Utilizava-se de cara maquinaria e empregava mão de obra assalariada.
  • Comércio: manutenção de taxas feudais, o que prejudicava o desenvolvimento do capitalismo.

A perda de colônias pela França (Antilhas, Canadá e Índias), teve por conseqüência a perda de mercados.

  • Diante da crise, Luís XVI convoca os a Assembléia dos Estados Gerais e propõe a cobrança de impostos sobre os primeiros Estados, que não foi aceita.
  • O monarca troca ministros da área econômica (como Turgot e Necker), e propõe reformas. Em maio de 1789, é convocada nova Assembléia, no Palácio de Versalhes, cuja decisão seria realizada através de voto por Estado, não por cabeça.
  • Revolta do Terceiro Estado, representado pela burguesia.
  • Primeiro Ato Revolucionário: o terceiro estado decreta-se representante da nação; A burguesia ocupa um salão do Palácio de Versalhes e inicia a elaboração de uma constituição. O rei obriga os primeiros Estados a se unirem ao Terceiro, para defender interesses. É proclamada a Assembléia Nacional Constituinte: forma-se, na França, uma MONARQUIA CONSTITUCIONAL.
  • Luís XVI pretendia manter a ordem e organiza um exército mercenário;
  • A burguesia arma o povo – cria-se a guarda nacional (milícia burguesa)
  • Invasão da Bastilha (prisão), em 14/07/1789.
  • Estabeleceu-se o Grande Medo, com constantes saques e invasões a castelos e propriedades; Fuga de nobres e proprietários para o exterior.
  • ABOLIÇÃO DOS DIREITOS FEUDAIS;
  • DECLARA-SE OS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO;
  • CONFISCA-SE TERRAS DA IGREJA, que passa a ser de posse do Estado.

 

 

 

  • Fase da MONARQUIA CONSTITUCIONAL (1789-1792) – em 1791, é aberta a Assembléia Legislativa, com voto CENSITÁRIO (por renda).
  • É declarada guerra à Áustria e à Prússia, por estas nações não terem aceitado um acordo de não agressão.
  • O rei colabora com as nações inimigas da França. ROBESPIERRE (líder jacobino) denuncia o rei; a família real é presa; POVO EM ARMAS (os sans-culottes, principalmente. Camada social que envolvia o proletariado, os desempregados e os marginalizados) a França sai vitoriosa.
  • 22/09/1792 – é proclamada a República na França;
  • Criada a Convenção Nacional, regida por voto universal, porém apenas masculino.
  • QUADRO POLÍTICO: Girondinos: direita – partido da Planície, composto pela alta burguesia; este partido dominava a Convenção.
  • Jacobinos: esquerda – partido da Montanha, composto pela pequena e média burguesia, pelos cordeliers e pelos sans-culottes. Tinha como líderes Robespierre, Marat e Danton
  • Pântano: centro - indefinição política: ora apóia os girondinos, ora os jacobinos.

Os girondinos tomam a frente no comando político; o Rei é executado (1793); inicia-se a contra-revolução e as coligações das forças absolutistas.

Em reação, são criados o Tribunal Revolucionário e o COMITÊ DE SALVAÇÃO PÚBLICA. Este último, de início, era comandado por Danton, e posteriormente passa às mãos de Robespierre.

  • A Montanha busca o apoio popular; os jacobinos assumem o poder, liderados por Robespierre, e conquistam apoio dos sans-culottes.
  • Atitudes: - decretada a Lei do Máximo, que tabela os preços dos artigos de primeira necessidade;

- confisco de terras de nobres emigrados;

- é realizada uma Reforma Agrária (pequenas propriedades são distribuídas);

- nova Constituição (1793), influenciada pelos ideais de Rousseau (iluminista);

- o direito de voto se ampliada e passa a ser dado a todos os homens com mais de 21 anos;

- Altera-se o calendário a partir de 22 de setembro de 1792. Inicia-se o ano I da República Francesa;

- é abolida a escravidão nas colônias.

  • Período do Terror (set. 1793 à jul. 1794)

- criada a Lei dos Suspeitos – sofreram com a repressão tanto contra-revolucionários monarquistas ou moderados republicanos (alta burguesia girondina) como membros dos sans-culottes e do campesinato, mais radicais. O intuito era o de evitar e afastar qualquer reação à revolução ou qualquer desvio de interesse, pois se tratava de uma revolução burguesa, porém os ideais do campesinato e do proletariado (classes participantes da revolução, que tinham como interesse comum o fim do Antigo Regime monárquico) se mostravam, em outros pontos, distintos dos ideais burgueses.

  • Robespierre se isola no poder.
  • 1794 – Golpe do 9 Termidor – a alta burguesia assume o poder; volta da escravidão nas colônias e fim da Lei do Máximo.
  • 1795 – é criado o Diretório, composto por 5 membros do Executivo e dois conselhos Legislativos: o Conselho dos Anciãos e o Conselho dos 500; nova Contituição é elaborada e o voto censitário volta a ser instituído.
  • Napoleão ganha destaque em batalhas externas.
  • A França passa por uma fase de instabilidade; Período de agitação política das camadas populares e pressão das potências européias contra-revolucionárias.
  • A burguesia busca um líder para estabelecer um governo forte e estável, a fim de consolidar-se como classe dominante e desenvolver políticas direcionadas ao seu interesse.
  • GOLPE DE 18 BRUMÁRIO (09/11/1799). Napoleão é colocado no poder
  • Dá-se início ao regime do consulado – DITADURA. Medidas internas: - criação do Banco da França (1800); aumento da burocratização, incentivo à industrialização e censura à imprensa.
  • 1804 – Código Civil Napoleônico: garantiu à burguesia o usufruto de seus bens e institucionalizou suas conquistas políticas e econômicas; proibição das organizações operárias.
  • Napoleão coroa-se Imperador; Estado declarado LAICO (separado e independente da religião)
  • Medidas externas: - aliança com a Espanha, submissão da Suíça e Holanda, disputa com a Inglaterra pela hegemonia na Europa. A França, nesse período, travava uma luta contra os países absolutistas (DISPUTA POLÍTICA) e contra a Inglaterra (liberal) (DISPUTA ECONÔMICA)
  • Recebe apoio russo; Golpe na Espanha (1808) – Invasão à Península Ibérica, o que gerou repercussões no Brasil com a fuga da família real de Portugal.
  • É decretado o BLOQUEIO CONTINENTAL (1806): proibição do comércio com a Inglaterra, sob pena de invasão. Isso prejudicou, além dos ingleses, os aliados da França, que exportavam matérias-primas para a Inglaterra, e a própria França, com o declínio do comércio.  Isso desagradou a burguesia francesa
  • Período de decadência: o Império era sustentado através de um sistema de apadrinhamento e da força militar. As guerras constantes (várias coligações de países europeus se formaram para conter o expansionismo napoleônico durante o Império), a instabilidade, o crescente movimento nacionalista de resistência à dominação francesa na Europa (ex.: Espanha e Rússia) foram os fatores do declínio napoleônico, além da insatisfação da burguesia francesa.  
  • A Rússia quebra o acordo do Bloqueio Continental e a França invade a Rússia em 1812. As baixas francesas são enormes. Em 1814, Napoleão abdicou-se do trono. Um monarca da dinastia BOURBON é colocado no poder. É restaurada a monarquia na França, com Luís XVIII.
  • Governo dos Cem Dias: em março de 1815, Napoleão ocupa Paris com sua Guarda Pessoal durante cem dias, mas perde novamente, na batalha de Waterloo. Em 1815, é selada a Paz de Paris.
  • O período Napoleônico, além de reativar as forças conservadoras do antigo regime, incentivou movimentos nacionalistas de caráter liberal pela Europa. 
  • CONGRESSO DE VIENA: As forças coligadas se reuniram em Viena para estabelecer o equilíbrio continental e redefinir o mapa da Europa, abalado com o Império Francês. Apenas o Comitê dos Quatro teve participação ativa (Inglaterra, Rússia, Áustria e Prússia). A intenção era restabelecer as fronteiras e os regimes políticos existentes antes da Revolução Francesa. Foi realizada uma partilha de regiões entre as nações do Comitê, a Itália e a Alemnha continuaram submetidas á Áustria, a Bélgica foi obrigada a se unir com a Holanda, formando o Reino dos Países Baixos, o Brasil foi elevado a Reino Unido a Portugal, as dinastias Bourbon e Bragança foram recompostas em Espanha e Portugal, respectivamente.
  • SANTA ALIAÇA (1815-1830): foi criada por Alexandre I, czar russo, com o objetivo de garantir as disposições do Congresso de Viena. Era uma organização supranacional que propunha ajuda mútua entre as monarquias européias em nome “da religião, da paz e da justiça”, contra qualquer revolução liberal. A união se estabeleceu entre a Rússia greco-ortodoxa, a Áustria católica e a Prússia protestante (todos cristãos). Não participaram da aliança: o sultão turco e o papa, que alegava divergências religiosas, além da Inglaterra, cujo governo era monárquico, porém liberal, e seu parlamento negava o direito de intervenção estatal. 

 

 

REVOLUÇÕES LIBERIAS DE 1820

  • Espanha – durante a dominação napoleônica, um grupo de resistência redigiu, em 1812, uma constituição liberal, e aguardou a volta de Fernando VII. Em 1815 o rei adotou a Monarquia Constitucional, mas em seguida retomou o governo despótico , privilegiando o clero e a nobreza. Isso desencadeou uma revolta em 1820, que foi barrada pela ação da Santa Aliança e do clero à fim da revolução.
  • Itália – movimento nacionalista e liberal (unificação) – reprimido pela Santa Aliança
  • Grécia – Província do Império Turco à 1822 – movimento liberal de independência. Em 1827 recebe apoio de paises europeus (Rússia, França, Inglaterra) – interesse pela região estratégica comercialmente
  • Movimentos inspirados na Constituição Espanhola de 1812; fora caso grego, não tiveram apoio popular

Revoluções de 1830 e 1848

  • 1830 Em 1814 a França estava dividida em 3 partidos: ultra-realistas (nobres); constitucionalistas (alta burguesia) e liberais (1789)
  • Foi adotada uma constituição e criada a câmara dos pares (nobres) e a câmara dos deputados (voto censitário)

                                               (de 33 mi à 94 mil votavam e 14 mil podiam ser eleitos)

  • Terror Branco – repressão aos liberais – dissolução da câmara dos deputados, que foi substituída
  • Oposição liberal – culto à figura de Napoleão (movimento Bonapartista)
  • Carlos X (1824-30) – ultra-realista à queria o absolutismo
  • 1827 – crise econômica – altos impostos – descontentamento à oposição liberal
  • medidas repressoras por parte do governoà luta com a oposição desencadeia os chamados “três dias gloriosos” (27-29 julho).
  • A alta burguesia põe  no trono Luís Felipe, dos Orleans (chamado Rei dos burgueses)
  • Início da Monarquia de Julho
  • A alta burguesia passa a controlar os setores básicos da economia (minas, transporte, bancos), o que dá condições para o desenvolvimento capitalista; - expansão do liberalismo e do nacionalismo pela Europa

Nesta fase, iniciam-se as revoltas operárias – a classe operária passa a adquirir consciência política

  • 1848 – em 46-47 – crise agrícola industrial (Europa) – fome, desemprego
  • a burguesia industrial, articulando com a pequena burguesia, com o proletariado e com o campesinato, se revolta com o governo à 1848 – movimento revolucionário na Europa – “primavera dos povos”
  • Campanha dos banquetes – oposição; em fevereiro de 1848 ocorre a deposição de Luis Felipe I – Inicia-se a Segunda República Francesa
  • O proletariado foi afastado do poder – momento de revoltas e repressão
  • Novembro de 1848 – é eleito Luis Bonaparte (sobrinho de Napoleão), com apoio camponês e burguês
  • Golpe de Estado – 02/12/51 – 18 BRUMÁRIO DE Luís Bonaparte
  • 1852 – Início do Império (apoio da burguesia, do exército e da Igreja) Bonaparte passa a ser Napoleão III, e promove: Liberdade de ensino aos católicos; Política assistencialista; Realização de obras públicas; Autoritarismo, para manter a ordem social; Desenvolvimento industrial, agrícola, urbano, bancário; Colonialismo; Ajuda na unificação alemã e italiana. Porém, perde apoio após algumas atitudes: vai contra o poder do Papa (perde apoio católico); realiza uma Incursão no México fracassada (em apoio à Áustria); Intervenção na Espanha (na sucessão) à provoca a Guerra Franco-Prussiana (1870-71) – derrota.
  • EM 1870 – é proclamada a III República na França, através de um Golpe de Estado.

 

COMUNA DE PARIS (1871)

  • Invasão prussiana na França – França rendida – o povo, que lutava, se sente traído pelo governo 
  • Revolta organizada pelo proletariado – é formada a Comuna de Paris, que toma medidas socialistas:
  • Arma ao povo e acaba com o exército do Estado
  • A Igreja é separada do Estado - governo laico, profissional, que poderia ser dissolvido a qualquer momento caso tomasse medidas que descontentasse o povo, que o elegia por voto universal
  • Indústrias dirigidas por operários – cooperativas
  • Educação gratuita para todos
  • Eliminaram-se os privilégios
  • A Comuna durou 72 dias (foram sufocadas as intenções socialistas da Comuna, que teve como saldo cerca de 20.000 mortos, 38.000 detidos e 13.000 deportados).
  • Deu-se continuidade à República, e a França pagou para a Prússia, pelos prejuízos da guerra Franco-prussiana, além de uma indenização, o território da Alsácia-Lorena.

 

UNIFICAÇÃO DA ITÁLIA E DA ALEMANHA

 

Por que não se unificaram antes?

  • Itália – tinha grande influência do papado, que evitava a criação de uma nação forte e centralizada que ameaçasse seu poder, e suas cidades eram independentes e concorrentes umas das outras.
  • Alemanha - enfraquecimento do poder central, com derrotas para o papado na disputa do poder, e a conseqüente formação de principados independentes.
  • Contexto: Movimentos liberais e nacionalistas

 

  • Itália - interesse da burguesia em unificar para disputar mercados externos com força; o sentimento nacionalista atraía outras classes sociais para o movimento
  • Com o Congresso De Viena, a Itália ficou sob tutela da Áustria, e foi dívida em 7 Estados; ocorreram tentativas de unificação fracassadas (tentativas de reviver o sentimento do Império Romano e da Renascença)
  • Surge em cena Giuseppe Garibaldi – líder da unificação
  • 1870 – unificação após conquista de Roma e outros Estados Papais
  • Somente em 1929, com Mussolini, foi criado o Estado do Vaticano
  • Alemanha – meados século XIX – criada a Confederação Germânica no lugar do SIRG;
  • A Prússia liderava o movimento de unificação, na disputa com a Áustria
  • Bismarck - antiliberal e monarquista – defendia a unificação – organizou militar e despoticamente a Prússia
  • Venceu a Áustria, a Dinamarca (quando formou-se a Conf. Germânica do Norte) e a França, que se sentia ameaçada com a unificação alemã – em 1871, a Alemanha se unificou

 

  • Humilhação à França – criação de um sentimento nacionalista e de revanche à Alemanha
  • 1871 – Palácio de Versalhes (Paris) à proclamação, por Bismarck, do II Reich (=império)
  • O 1º foi o SIRG (Sacro Império Romano Germânico), o 2º Bismarck, e o 3º Hitler.

 

 

SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (segunda metade século XIX)

 

  • Contexto: ECONOMIA-POLÍTICA: LIBERALISMO; CLASSE DOMINANTE: BURGUESIA.
  • Modo de produção capitalista em pleno desenvolvimento. Fase de EXPANSÂO DO CAPITALISMO PARA O MUNDO – processo de internacionalização.
  • Colônias européias formadas na África, na Ásia, na Austrália e na América Latina: as colônias eram centros produtores de matérias-primas, consumidores de produtos industrializados e acolhedores de imigrantes europeus (no geral, desempregados na Europa, buscando melhoria de vida)
  • Vê-se uma DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO: centros produtores de artigos industrializados e centros produtores de produtos agrícolas e matérias-primas (como minérios e madeira)
  • Fase de grande AUMENTO POPULACIONAL NA EUROPA: motivos – melhoria na qualidade de vida, devido à melhoria na produção de alimentos, tanto em quantidade como em qualidade; melhorias científicas, como na medicina e precauções quanto á higiene; a indústria acolheu grande número de pessoas, que passaram a receber salários pelo seu trabalho, passando a ter condições de manter sua sobrevivência – Esse aumento populacional e industrial levou a um desenvolvimento urbano também grandioso.
  • A segunda Revolução Industrial levou a indústria para outras regiões do mundo (Europa, EUA). Está aí uma diferença entre esta e a Primeira Rev. Industrial, que foi nacional (só na Inglaterra).
  • Esse período marca a passagem do CAPITALISMO CONCORRENCIAL (ou industrial) – caracterizado pela livre concorrência e o predomínio das indústrias - para o CAPITALISMO MONOPOLISTA (ou financeiro) – caracterizado pelo predomínio das instituições financeiras e das associações entre empresas, formando monopólios e oligopólios.
  • Fases da II Rev. Industrial: 1815-1870: Progressos tecnológicos, com destaque para os meios de comunicação e de transporte, o que proporcionava grande integração entre mercados produtores e consumidores de mercadorias; Investimentos ingleses nas colônias (América Latina, EUA) nestes meios citados acima: além de ser um investimento lucrativo, pois os países pagavam juros posteriormente para a Inglaterra, ajudava no escoamento de matérias-primas para as áreas de exportação, barateando-as, e facilitava a entrada de produtos ingleses em diversas regiões dentro dos países.
  • 1870-1914: fase onde de fato ocorre a Segunda Revolução Industrial: surgimento de novas fontes de energia – elétrica e petróleo; surgimento do AÇO;
  • SURGIMENTO do FORDISMO e do TAYLORISMO: no primeiro, cria-se a linha de montagem para produção em massa. O segundo foi uma intensificação da divisão do trabalho dentro da fábrica e a simplificação e padronização do processo produtivo, afastando mais ainda o trabalhador direto do conhecimento do processo de seu trabalho. Taylor procurou racionalizar a produção, eliminando o tempo ocioso em busca de uma produção mais eficaz e lucrativa, através de inovações tecnológicas, isto é, criação de máquinas que banalizassem (simplificassem) o trabalho humano, fazendo com que o trabalhador virasse quase que outra máquina. Desta forma, a produção não ficaria a mercê de fatores humanos (como falta de habilidade ou preguiça), pois qualquer homem seria capaz de realizar as tarefas.
  • SURGIMENTO DE CONGLOMERADOS MONOPOLISTAS: CARTÉIS: empresas que atuam em determinada região ou ramo fazem combinações de preços e de produção, para estabilizarem seus lucros e não correrem riscos; TRUSTES: uma empresa grande que domina o mercado produtor de determinada mercadoria, agregando outras empresas menores do mesmo ramo através da compra das mesmas ou, através da concorrência desigual, fazendo-as falir. A autonomia das empresas menores é perdida e a administração fica a cargo da grande empresa monopolista É um exemplo de truste uma empresa que passa a dominar todos os setores da produção de certa mercadoria (exemplo (é só para entender, não sei até que ponto é verdade): o McDonalds cria as minhocas de seu hamburger, embala, transporta e comercializa); HOLDINGS: Uma empresa controla acionariamente (compra de maior cota de ações) outras empresas. Fica a seu cargo a administração, mas é mantido, por exemplo, os nomes (não há a união das empresas em uma, como no caso dos trustes). Exemplo: Anbev, empresa dona de diversas marcas de cervejas distintas.
  • A Alemanha e os EUA alcançam grande desenvolvimento e prospecção mundial, passando a disputar mercados.
  • Ocorre a primeira crise de SUPERPRODUÇÃO / SUBCONSUMO do capitalismo (a Grande Depressão - 1873-1896). A política PROTECIONISTA às industrias acaba sendo uma saída, com uma série de medidas que protegiam as indústrias nacionais face à concorrência internacional. Outra medida era a formação dos cartéis, trustes e holdings, acima citados.
  • DISPUTA ENTRE AS POTÊNCIAS CAPITALISTAS (inclusive o Japão)
  • PRINCIPAIS INOVAÇÕES DO PERÍODO: motor Diesel (Rudolf Diesel); Máquina de costura e de escrever, lâmpada elétrica (Thomas Edison); telefone (Alexander Graham Bell); dirigível (Zeppelin); Automóvel (G. Daimler e Karl Benz).

 

 

O IMPERIALISMO

  • O Imperialismo constitui uma das fases do desenvolvimento capitalista
  • Busca de novas áreas fornecedoras de matérias-primas e novos mercados consumidores, realizada por países da Europa, pelo Japão, pela Rússia e pelos Estados Unidos
  • Conferência de Berlim (1885-87) - PARTILHA DA ÁFRICA: - desigualdade na distribuição e descontentamentos; - as comunidades africanas ficaram sob estado de guerra buscando defesa
  • OCUPAÇÃO DA ÁSIA: - ocasião da GUERRA DO ÓPIO, entre Inglaterra e China, que se negou a comercializar o produto vindo da Índia com os ingleses. No fim, a Inglaterra vence e conquista Hong Kong. A Inglaterra segue pressionando a China, o que resulta na formação de um grupo de reação chinês e na Rebelião dos Boxers (1900).
  • Colonização da Índia pela Inglaterra.
  • Destaque na colonização para a Inglaterra e França. O Japão, a partir do final do séc. XIX, se moderniza aos modos ocidentais europeus (influência liberal)
  • A Alemanha passa a seguir uma política de expansão pela força (weltpolitik). Em 1890, com Guilherme II, que demite Bismarck, a Alemanha conhece uma fase de grande desenvolvimento. Passa a incorporar um IDEAL DE SUPERIORIDADE RACIAL E CULTURAL germânica.
  • FASE DE DISPUTA ENTRE AS POTÊNCIAS CAPITALISTAS
  • 1870-1914 – período da “PAZ ARMADA” – corrida armamentista, sem guerras. Destaque p/ indústria bélica.
  • Momento de exaltação patriótica, quando os países passam a aumentar e investir em seus exércitos.
  • FORMAÇÃO DA TRÍPLICE ALIANÇA (1882) – Alemanha, Áustria-Hungria e Itália
  • FORMAÇÃO DA TRÍPLIOCE ENTENTE (1907) – França, Inglaterra e Rússia
  • Crises Balcânicas: União dos países balcânicos contra a dominação estrangeira (área de grande interesse comercial). Porém tais países possuíam divergências internas (diferentes grupos étnicos): Sérvia, Montenegro, Romênia, Bulgária, Bósnia, Herzegovina, Macedônia e Grécia.
  • Formação de grupos na Sérvia nacionalistas e extremistas: “Mão Negra” e “Jovem Bósnia”, que queriam a instituição da Grande Sérvia na região. A ameaça a esse plano era Francisco Ferdinando, herdeiro da Áustria-Hungria, que pretendia anexar a região ao Império Habsburgo.
  • Atentado na Bósnia, pelo grupo Jovem Bósnia, da Sérvia, em 28/06/1914
  • INÍCIO DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: o sistema de alianças é posto em prática: T. ALIANÇA: Alemanha, Turquia, Áustria-Hungria e Bulgária; T. Entente: Inglaterra, França, Rússia, Sérvia, Japão, Bélgica, Romênia, Grécia, Portugal, China, países da América Latina, Itália (1915) e EUA (1917)
  • MOTIVOS: a França queria recuperar a Alsácia-Lorena; a Inglaterra disputava comercial e industrialmente com a Alemanha; A Alemanha tinha planos de construir uma ferrovia Berlim-Bagdá e dominar os Bálcãs, o que desagradava a Rússia; A Rússia defendia a independência dos povos eslavos dominados pela Áustria-Hungria.
  • 1ª FASE: GUERRA DE MOVIMENTO (durou 4 meses): penetração da Alemanha pela Bélgica e ataque à França; a Alemanha perde colônias para Inglaterra e França.
  • 2ª FASE: GUERRA DE TRINCHEIRAS: a Alemanha inicia também uma guerra naval, o que ameaça o comércio dos EUA, fornecedor de suprimentos para a Europa. Em 1917, iniciam revoltas populares lideradas pelos Partidos Socialistas, contrários à Guerra.
  • Em 1917, os EUA entram na guerra: além da ameaça naval, a Alemanha busca apoio do México, oferecendo ajuda para reconquistar terras dos EUA.
  • Neste mesmo ano, a Rússia sai da guerra por ocasião da REVOLUÇÃO RUSSA (socialista)
  • É retomada a Guerra de Movimento. Em 1918, a Alemanha PERDE A GUERRA e Guilherme II abdica do trono por pressão popular – é instaurada a República de WEIMAR.
  • Saldo da Guerra: 8 mi morto, 20 mi inválidos, perda de 40% potencial industrial e 30% potencial agrícola europeu
  • TRATADOS DE PAZ: 1919 – Conferência de Paris – Tratado de Versalhes: Perda de colônias africanas pela Alemanha, devolução da Alsácia-Lorena, Polônia se torna independente e ganha regiões ricas em carvão, perda de regiões para Lituânia; desarmamento da Alemanha; pagamento de indenização altíssima.
  • As potências européias assinaram, até 1923, outros tratados, que tiveram como conseqüências: separação entre Áustria e Hungria; foram criados diversos países, como a Iugoslávia, Letônia, Estônia, Finlândia, Tchecoslováquia; A Inglaterra apropriou-se da Mesopotâmia e da Palestina; A França ficou com a Síria e o Líbano
  •  Foi criada a SOCIEDADE DAS NAÇÕES, espécie de arbitra dos assuntos internacionais, para garantir a paz diplomaticamente, porém na foi eficaz.
  • A HUMILHAÇÃO QUE A ALEMANHA SOFREU COM OS TRATADOS DE PAZ DESPERTOU UM SENTIMENTO REVANCHISTA.

 

O PERÍODO ENTRE GUERRAS

 

No período pós-guerra, a Revolução socialista ocorrida na Rússia e a crise econômica favoreceram o fortalecimento e a organização da reação operária (seja através do sindicalismo ou através do socialismo e do comunismo), o que passou a ser uma ameaça aos países conservadores da Europa e aos EUA; além disso, foi favorecido também o aparecimento dos regimes fascista e nazista.

  • A CRISE DE 29: Após a Primeira Guerra, a Europa passava por um período de recomposição, e a Alemanha, além dos prejuízos causados pela guerra, tinha dívidas a saldar principalmente com a França e a Inglaterra, adquiridas após os Tratados de Paz. Estes dois países, por sua vez, tinham dívidas a saldar com os EUA, que investiram e abasteceram a Europa durante a Guerra.  Este último vivia um momento de prosperidade, pois era o principal fornecedor de produtos à Europa e não sofrera com a guerra em seu território. Assim, os alemães não tinham como cumprir seus compromissos financeiros com a Inglaterra e França, que dependiam disso para cumprir os seus com os EUA. A solução encontrada pelos EUA foi ajudar a Alemanha a se reerguer, para conseguir receber da França e Inglaterra.
  • Além disso, os países europeus procuravam proteger suas economias através do protecionismo e buscando a auto-suficiência. O comércio internacional sofreu sérias retrações, o que prejudicou os Estados Unidos em sua fase de American Way of Life(época de grande consumismo, na década de 20) e sua indústria em fase acelerada de produção. Para agravar, a intensa mecanização e a diminuição da produção também desempregava um grande número de trabalhadores, que deixavam de ter poder aquisitivo;
  • A Quinta-feira Negra: em 1929, a bolsa de valores de Nova York quebrou (crack). Todos queriam vender suas ações e não havia compradores: o preço das ações despencou e muitos perderam tudo. A crise se alastrou pelo mundo capitalista todo. Seu principal motivo foi a SUPERPRODUÇÃO em contraposição ao SUBCONSUMO.
  • O NEW DEAL: Roosevelt, a partir de 1933, empreendeu sucessivos panos de reformas apoiado na teoria de Keynes, onde o Estado intervinha na economia, controlando a produção tanto agrícola como industrial, para evitar a superpredução, e empreendendo obras públicas (estradas, hidrelétricas, reflorestamentos) para empregar e distribuir renda. Apesar das medidas, o desemprego continuou bastante atenuado, só diminuindo consideravelmente com a reativação da indústria bélica, com o advento da Segunda Guerra.
  • Outra conseqüência da Crise de 29 foi a intensificação da formação de conglomerados de empresas, com o intuito de estabilizar os negócios e aumentar os lucros – é o capitalismo monopolista.

 

O TOTALITARISMO no entre guerras

  • Em função da retração econômica e o momento de crise que passava a Europa no pós-guerra, além da eclosão da Revolução Russa, movimentos operários ganhavam cada vez mais adesão, baseados no ideal do socialismo e do comunismo. Isso desagradava a burguesia, classe dominante na ordem capitalista. Neste período, também, movimentos nacionalistas ganhavam força e adesão, e iam contra os ideais socialistas: essa foi a origem do nazismo alemão e do fascismo italiano, movimentos que se apoiavam na alta burguesia, nas classes médias empobrecidas no momento e na população marginalizada, além de grande participação de militares e ex-combatentes. O intuito era estabelecer um governo forte, autoritário, que apelava para o sentimento nacional, assim conseguindo adesão popular, para conter as agitações, manter a ordem e garantir a propriedade e o desenvolvimento capitalista.
  • Características do fascismo, representado pelo Partido Nacional Fascista, originado no movimento dos Camisas Negras: Estado totalitário, autoritário e interventor; existência do indivíduo apenas como fração do Estado, em cuja grandeza devia encontrar sua própria exaltação; o Estado promoveria a ordem social, a solidariedade entre patrões e empregados; busca da grandeza italiana (nacionalismo), com referência ao Império Romano; mística do chefe (no caso, Mussolini, chamado de Duce (=guia)).; exaltação da importância da guerra (forte militarismo) para a formação das pessoas; anti-socialismo; aproximação com a Igreja católica, (com interesses políticos) – em 1929, com o Tratado de Latrão, foi criado o Vaticano.
  • Características do nazismo, representado pelo Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (o Partido Nazista): além do totalitarismo, mística do chefe (Hitler) , autoritarismo, militarismo, exacerbado nacionalismo, anticomunismo, os nazistas pregavam o anti-semitismo (contra os Judeus) e o racismo (ideologia segundo a qual os alemães pertenciam a uma “raça” superior, a ariana, e teriam que comandar o mundo e dominar as “raças” inferiores). Motivos do anti-semitismo: os judeus viviam em bairros separados na Alemanha, permanentemente taxados e fiscalizados, perseguidos pela exaltação cristã desde as Cruzadas; começaram a falar uma forma especial de alemão e desenvolver diferenças culturais. Assim, foram acusados de praticar formas demoníacas de religião. Eram acusados pelas epidemias e crises; estavam ligados aos interesses liberais, desenvolviam atividades relacionadas ao comércio, finanças. Assim, quando se tornaram símbolos do capitalismo, considerado pelo nazismo sem-pátria e egoísta, em contraposição ao nacionalismo; os judeus não tinham pátria, estavam espalhados pelo mundo em decorrência à diáspora; a derrota da Alemanha na guerra favoreceu a ascensão dos judeus a cargos administrativos com o advento da República de Weimar; os judeus tinham condições de ajudar a Alemanha na guerra, com financiamentos, o que, no geral, não fizeram. Foram culpados pela derrota alemã, e por influenciar no povo um sentimento de fraqueza e inferioridade. Propagandas antijudias se espalhavam e começou a se pregar, pelos nazistas, a expulsão e aniquilação de judeus do território alemão.          

 

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

 

  • Acordos nazi-fascistas começaram a ser feitos, sem as sanções da Liga das Nações, que não tinha apoio dos EUA. A Alemanha começou a recompor, com Hitler (o Terceiro Reich, composto em 1933), seus exércitos e reconquistar áreas, juntamente com a Itália. O Tratado de Versalhes foi desfeito. Japão, Alemanha e Itália, que não tiveram vantagens com os acordos pós-guerra, passaram a adotar medidas para solucionar suas crises e disputar economicamente com outros países os mercados consumidores e fornecedores de matérias primas. Isso estimulou uma nova disputa entre as potências. A Alemanha conquista a Tchecoslováquia e a Áustria, e a Itália, a Albânia, e o Japão a Indochina e regiões da China.
  • Hitler faz um acordo de não agressão à Rússia e não invasão à Polônia (área de interesse russo), porém o descumpre, invadindo a Polônia. Se inicia, assim, a Segunda Guerra, em 1939, com a intervenção da França e da Inglaterra em favor à Rússia, antiga aliada. A Itália se declara neutra a princípio.
  • Primeira Fase (1939-1941) Os alemães repetem a tática de invasão à Bélgica e Holanda para chegar até a França. Dominam o Norte do país e instalaram um governo aliado no Sul. Franco, aliado governante da Espanha, e Pétain, aliado do Sul da França, não concordaram em entrar para o Eixo e invadir a Inglaterra. Os alemãs, assim, sofreram várias baixas realizadas pelos ingleses. Em 1940, a Itália entra na Guerra a favor do Eixo. No mesmo ano, Japão se alia. É firmado o Eixo Roma-Berlim-Tóquio, com objetivava partilhar a Europa e a Ásia Oriental (pacto Tripartite)
  • Em 1941, Hitler ordena a invasão à Rússia, após Stalin se recusar sua entrada no pacto do Eixo.      
  • Segunda Fase (1941-1945): Os alemãs se envolvem em várias frentes de batalha. Os Estados Unidos entram na guerra e passam a fornecer ajuda à Rússia e investir na indústria bélica para ajudar os ALIADOS. Paralelamente, o Japão começou a agir no Pacífico, o que preocupou os EUA. Em dezembro de 1941, O Japão ataca a base americana de Pearl Harbor, o que marca a entrada definitiva dos EUA na Segunda Guerra.
  • Formou-se três frentes de Guerra: a Oriental, a Ocidental e a do Pacífico. Os aliados ocuparam a Itália até 1945, com a ajuda da Força Expedicionária Brasileira. Na frente oriental, os soviéticos empregaram a tática de “terra arrasada” e venceram os alemães na Batalha de Stalingrado, em 1943. Após isso, os soviéticos recuperaram diversas áreas ocupadas pelos alemães.
  • EM 1944, os Aliados desembarcaram na Normandia (costa norte da França) e empregaram um ataque maciço aos alemães: é o chamado DIA D. A França, a Bélgica e os países baixos foram libertados e se cercou a Alemanha.
  • Reuniram-se: Roosevelt, Stálin e Churchill, para decidir sobre a reformulação do mapa europeu e o desfecho da Guerra. Hitler se mata em 1945.
  • O Japão continua sua expansão imperialista, realiza ataques suicidas (kamikases) e aos poucos vai sendo derrotado pelos EUA, que em agosto de 1945 atira as bombas atômicas em Hiroxima e Nagasáki. 
  • Em 1947, na Paz de Paris, fica decidido o desarmamento do Japão
  • Conferência de Potsdam: ficou estabelecido: A Alemanha perderia extensos territórios, suas Forças Armadas e seus parque industrial bélico. Este país pagaria reparações de guerra; A Alemanha seria dividida em QUATRO zonas de ocupação, pela URSS, Inglaterra, EUA e França.
  • É criada a ONU
  • Saldo da Guerra: 55 mi mortos, 35 mi feridos e 3 mi desaparecidos, aproximadamente. Só em Hiroxima foram 100 mil mortos, além do prejuízo atômicos às gerações futuras. 

 

INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA

 

      • Desde o final do século XV e principalmente durante o século XVI, a América vinha sendo ocupada pelos europeus, seja de países absolutistas (Inglaterra, França) ou governados por déspotas esclarecidos (Portugal, Espanha) ou governos liberais (França (após 1789) e Inglaterra (após 1688)) – * é importante considerar os diferentes acontecimentos históricos que a Europa passou durante a modernidade e o início da Idade contemporânea, principalmente o que diz respeito às revoluções liberais. Isso tem influência fundamental no processo de colonização e na Independência da América.
      • A colonização da América Latina foi de caráter exploratório, ou seja, formaram-se colônias de exploração, utilizando-se mão-de-obra escrava, seja de indígenas (principalmente no caso das colônias espanholas) ou de negros (caso do Brasil). A política econômica adotada durante a colonização foi a mercantilista. O mercantilismo tinha, como principais características: - intervenção estatal na economia, através do protecionismo (proteção do Estado às indústrias e ao comércio nacionais), estímulo à manter uma balança de comércio favorável, metalismo (acúmulo de metais), monopólio comercial das metrópoles com as colônias, mantido através do pacto colonial. Enfim, a fase do mercantilismo foi a fase da acumulação primitiva de capital (grosso modo, reserva inicial de capital).
      • Influências da Independência da América: ILUMINISMO, Independência dos EUA, Revolução Francesa e Revolução Industrial. O iluminismo pregava o livre comércio, enquanto se vivia sob as regras do mercantilismo e do pacto colonial
      • Pressão das elites da América colonial espanhola para sua EMANCIPAÇÃO POLÍTICA e implantação dos ideais do LIBERALISMO ECONÔMICO.  
      • Portugal e Espanha possuíam um baixo desenvolvimento industrial (manufatureiro) neste período (XVIII – XIX). A Inglaterra desenvolvia a indústria baseada tecnologicamente na maquinaria, acompanhada da França. Assim, os países ibéricos passaram a se endividar com esses países e perder poder político internacional.
      • Daí, os governos de Portugal e Espanha procuram tomar medidas a fim de desenvolver sua economia e enriquecer. Fazem isso através da adoção de posturas liberais, iluministas – é o chamado despotismo esclarecido. No caso da Espanha, Carlos III (1759-88), como exemplo, toma algumas medidas: - abertura de outros portos da Espanha para o comércio, fazendo com que o contrabando se reduzisse e a oferta de manufaturados espanhóis se ampliasse nas colônias (bom para a burguesia metropolitana espanhola; aumento das rendas do Estado (através de taxas alfandegárias). Porém, o Estado manteve o monopólio do comércio de açúcar e de mercúrio (necessário à extração de prata).
      • COLÔNIAS: os criollos(americanos brancos, filhos de espanhóis), que viviam de diferentes atividades, dependendo da região: como comércio, pecuária, agricultura e mineração, formavam a elite econômica da colônia, porém não participavam da administração (o que era realizado por funcionários da Coroa, espanhóis.
      • Essa elite criolla era fragmentada, tanto geograficamente, como pela existência de diferentes interesses em seu interior, devido às diferentes atividades econômicas. DIVISÃO ENTRE OS CRIOLLOS: os membros que enriqueciam com o mercantilismo e o monopólio da coroa – portanto, eram conservadores da ordem, e os membros que queriam a implantação do liberalismo e a emancipação política das colônias a fim de desenvolver o capitalismo de forma autônoma.
      • Período da invasão napoleônica na Espanha – os criollos declaram lealdade à coroa - finalidade: receber em troca a independência. Caso contrário, teriam condições favoráveis para a emancipação, pois a monarquia espanhola estaria enfraquecida.
      • Da divisão entre os criollos, dá-se o início de uma guerra civil, onde formam-se exércitos criollos em disputa.
      • Recebe apoio popular, pois para as camadas exploradas seria uma possibilidade de superação de sua condição. Os criollos lideram o movimento e canalizam, direcionam as insatisfações contra os espanhóis.
      • Etapas da Independência: 1810-1817: período nem tanto vitorioso - falta de apoio da Inglaterra e dos EUA; isolamento geográfico e divergência de interesses entre os criollos. 1817-1824: período vitorioso - aumento do apoio popular, ajuda britânica, reorganização dos exércitos, destaque de San Martin (Peru, Chile, Argentina) e Simon Bolívar (queria criar uma América unificada (pan-americanismo). Atuou na Grã-Colômbia (Colômbia e Venezuela) no Equador e na Bolívia). - LIBERTAÇÃO DA AMÉRICA ESPANHOLA.
      • Implantação de repúblicas; fracionamento e formação de lideranças criollas locais – fragmentação geográfica e política, diferentemente do Brasil
      • Mantém-se o modelo econômico voltado para a exportação, agora com base no liberalismo. Como a América não tinha indústria desenvolvida, a Inglaterra e os EUA levaram vantagem, exportando mercadorias para um grande mercado consumidor em troca de matérias-primas.

       

A GUERRA DE SECESSÃO DOS EUA

 

  • Norte – abolicionista/ liberal/ industrializado (origem do partido Democrata)
  • Sul – escravista /conservador/ agrário (origem do partido Republicano) => BIPARTIDARISMO  
  • 1823 – Doutrina Monroe: “América para os americanos”
  • Crescimento populacional (de 4 mi em 1790 para 40 mi em 1870) – estimulou a expansão territorial

marcha para o oeste à ocupação de territórios do oeste por pioneiros e imigrantes: - busca de materias primas e ouro; busca de territórios para pastagens, busca de propriedades para famílias não proprietárias; áreas para construção de ferrovias (aplicação do capital acumulado com industrialização) para escoamento de matérias-primas

  • Expropriação de terras indígenas
  • Compra de territórios (casos da França e Espanha) e conquistas (caso do México)
  • Isolamento na política externa (isolacionismo)
  • Norte – prosperidade econômica (trabalho assalariado)
  • Sul – alta exportação de algodão para Europa (trabalho escravo)
  • Disputa entre abolicionistas e escravistas – motivo primeiro da Guerra Civil de Secessão
  • Eleição de Abraham Lincoln (nortista); Formam-se os Estados Confederados do Sul; Alguns Estados começam a se declarar não-escravistas e abandonar a confederação; INÍCIO DA GUERRA DE SECESSÃO (1861-1865)
  • O norte sai vencedor e a escravidão é abolida, porém a abolição não foi acompanhada por um processo de integração do negro na sociedade norte-americana. Existiam e existem, inclusive, nos EUA, grupos racistas e segregacionistas, como o KU KLUX KLAN.
  • Período de grande desenvolvimento capitalista nos EUA; o Oeste (fornecedor de recursos naturais) supria o Leste (centro industrial e financeiro). A INDUSTRIALIZAÇÃO foi a principal conseqüência da Guerra.
  • Aumento da mecanização, construção de ferrovias, formação de conglomerados (trustes, holdings e cartéis), aplicação do FORDISMO E DO TAYLORISMO: os EUA participavam da II REV. INDUSTRIAL.
  • Aplicação de uma política PROTECIONISTA E ISOLACIONISTA (com relação aos assuntos europeus)
  • DOUTRINA MONROE: era proibida a intervenção ou a ocupação de países europeus na América. Esta doutrina anunciava a fase do IMPERIALISMO DOS EUA.
  • 1889 – ocasião da Primeira Confederação Pan-americana: os EUA resguardavam para si os mercados latino americanos; em seguida, conquistam as Filipinas (extremo Oriente) e fazem guerra contra a Espanha, defendendo a Independência de Cuba (1898)
  • ROOSEVELT (1901-1909): política do BIG STICK (grande porrete) = os EUA como os GUARDIÕES DA AMÉRICA – idéia do DESTINO MANIFESTO: os EUA teriam a missão de levar a civilização e promover o desenvolvimento dos países atrasados, defendendo a ORDEM e a DEMOCRACIA => influência econômica, política e cultural. INTERVENÇÕES: além de Cuba, em 1903 foi a vez do Panamá, onde ajudaram na independência do país e posteriormente passaram a controlar o Canal do Panamá; passou a investir na América (ainda agro-exportadora, atendendo a Divisão Internacional do Trabalho) em infra-estrutura e implantar indústrias (transnacionais) – processo de dependência econômica da América Latina.
  • Ocorreram intervenções políticas dos EUA no Brasil, no Chile, na Argentina, no Vietnã, no Oriente Médio  e no Haiti (recentes), entre outras. O período mais intenso foi durante a Guerra Fria.
  • Relação de superioridade e dependência econômica entre o mundo desenvolvido e o mundo subdesenvolvido, e de superioridade cultural entre o mundo ocidental e o mundo oriental.

 

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