Agosto - Rubem Fonseca resumo

 


 

Agosto - Rubem Fonseca resumo

 

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Agosto - Rubem Fonseca resumo

 

Agosto - Rubem Fonseca

I - O autor

  • Grande escritor brasileiro, tendo revolucionado a história curta no país.
  • Com uma amplidão de experiências e observações que parece inesgotável, tem como matéria-prima os dois extremos da nação: os miseráveis e os homens do poder. 
  • O grande tema dos contos  de Rubem Fonseca  é a violência.
  • A violência que percorre as ruas brasileiras, numa espécie de guerra civil não declarada entre ricos e pobres.
  • A guerra se travou internamente e Rubem Fonseca soube revelá-la. 
  • O que confere maior verossimilhança ainda a seus relatos são a técnica narrativa e a linguagem.
  • Para cada tipo social existe uma linguagem distinta.
  • O policial tem o seu código, o seu estilo, e assim o político e assim o advogado, numa multiplicidade lingüística verdadeiramente assombrosa para um só autor. 
  • O que ele faz é uma grande representação da análise do discurso, que faz parte de nosso dia a dia.
  • Vocabulário: coloquial, com uso de expressões chulas e vulgares.

         “Na sexta-feira, por volta de sete da manhã, Climério carregando uma mala vazia retornou à casa do pistoleiro Alcino.

         “A cobra está fumando”, disse Climério, “o puto do Nelson se apresentou à polícia na madrugada de ontem. Hoje levaram ele para o quartel da Polícia Militar e o cachorro abriu o bico. Eu não deveria ter confiado nesse filho da puta. É melhor você se esconder.”

         “Salete assistiu o comissário chupar o ovo, depois fazer um furo em cada ponta. Ela sempre achara aquilo repulsivo. Assistiu bravamente sem desviar os olhos o comissário chupar um segundo ovo. Quando Mattos acabou, Salete abraçou-o e beijou-o enfiando a língua na sua boca, sentindo o gosto do ovo.

         Foram para o sofá-cama Drago e foderam até que a gaze da mão do comissário foi inteiramente arrancada.”

 

II – Introdução ao tema

  • Com um pé na ficção e outro na História, Rubem Fonseca faz deste romance uma narrativa policial.
  • A História não é só o pano de fundo.
  • Transcorrendo em agosto de 1954, o livro apresenta os vultos históricos daqueles episódios, que culminaram com o suicídio de Getúlio Vargas, como se fossem protagonistas do próprio romance.
  • Assim figuras como Getúlio Vargas, seu irmão Benjamim, a filha Alzira, o polêmico tenente Gregório Fortunato, ministros (Tancredo Neves, os militares Zenóbio de Castro e Mascarenhas de Moraes) o brigadeiro Eduardo Gomes, só para citar alguns, têm voz e ato no livro. 
  • O narrador apresenta com desenvoltura diálogos, ações, pensamentos, dramas e dúvidas desses personagens.
  • Simultaneamente à narrativa da crise que levaria Getúlio ao suicídio, provocada pela tentativa de assassinato de Carlos Lacerda, o autor desenvolve a história ficcional ao redor do personagem central do romance: o comissário Alberto Matos. 

 

III - O governo Vargas

 

  • As eleições de 1930 se realizaram no dia 1º de março  e deram a vitória a Júlio Prestes.
  • A Aliança Liberal recusou-se a aceitar a validade das eleições, afirmando que a vitória de Prestes deu-se apenas por meio da fraude.
  • Houve uma mobilização armada, que efetivamente se realizou a partir do Rio Grande do Sul em 3 de outubro. No dia 10 Vargas partiu de trem rumo a capital federal.
  • Em 3 de novembro de 1930, a junta passou o poder a Vargas que tornou-se chefe do governo provisório.
  • Vargas concedeu que se realizasse as eleições para uma Assembléia Constituinte em 5 de maio de 1933.
  • A Constituição entrou em vigor em 16 de julho de 1934, juntamente a isso o congresso realizou eleições indiretas e Vargas tornou-se presidente.
  • O período foi marcado por polarização ideológica, de um lado a ANL (Aliança Nacional Libertadora) de tendências de esquerda e a AIB (Ação Integralista Brasileira),movimento inspirado pelo nazi-fascismo.
  • A ANL foi posta fora da lei em 11 de julho de 1935. Sua extinção provocou a reação de setores militares identificados com seu programa político, neste contexto eclodiu em novembro de 1935 a chamada Intentona Comunista liderada por Luis Carlos Prestes.
  • No dia 10 de novembro de 1937 Vargas deu o golpe ordenando o cerco do Congresso Nacional e determinando o seu fechamento e fazendo um pronunciamento onde anunciava a promulgação de uma nova Constituição que substituiria a de 1934.
  • Surgiu então o Estado Novo. Essa nova constituição acabava com os partidos políticos e proibia qualquer manifestação de esquerda.
  • Em 1943  o governo Vargas criou a CLT o que aumentou  sua popularidade. Vargas objetivava com esta lei trabalhista, favorável aos operários, conquistar o apoio das massas populares ao governo.
  • Tal política paternalista visava também tentar anular as influências da esquerda, desejando transformar o operariado num setor sob seu controle, para ser usado pelo jogo do poder.
  •  Em 28 de fevereiro de 1945 a Constituição de 1937 recebeu um ato adicionou que possibilitava fixar as eleições presidenciais e logo destacaram-se duas candidaturas a do Brigadeiro Eduardo Gomes que se opunha a Vargas e a do General Eurico Gaspar Dutra, ministro da Guerra, apoiado pelo
    governo.
  •  Neste período também criaram-se três partidos políticos, a UDN (União Democrática Nacional) de tendências anti-Vargas, o PSD (Partido Social Democrático) e o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), sendo estes dois últimos criados sob a inspiração de Vargas, porém o PTB diferenciava-se pois
    tinha uma base trabalhista.
  • Em 29 de outubro de 1945 Vargas foi obrigado a renunciar.
  • Gaspar Dutra foi eleito presidente, porém Getúlio foi candidato à presidência 5 anos mais tarde, ganhou e assumiu o cargo novamente em 1951.
  • O segundo mandato de Vargas foi marcados por muitas pressões.
  • A imprensa conservadora e particularmente o jornal Tribuna da Imprensa de Carlos Lacerda inicia uma violenta campanha contra o governo.
  • Em 5 de agosto de 1954, Lacerda sofre um atentado que matou o major-aviador Rubens Florentino Vaz.
  • O incidente teve amplas repercussões e resultou numa grave crise política.
  • As investigações demonstraram o envolvimento de Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal de Getúlio. Fortunato acabou sendo preso.
  • A pressão da oposição tornou-se mais intensa, no Congresso e nos meio militares, exigia-se a renúncia de Vargas.
  • Cria-se um clima de tensão que culmina com o tiro que Vargas dá no coração na madrugada de 24 de agosto de 1954.

 

IV - Enredo 

  • Agosto de 1954, caos, corrupção e escândalos políticos aparecendo diariamente nas páginas dos jornais.
  • Getúlio Vargas, Presidente da República, começa  a perder sua popularidade.
  • O povo está dividido entre o Presidente e Carlos Lacerda, jornalista implacável que diz desmascarar o governo brasileiro.
  • Gregório Fortunato - chefe da guarda pessoal de Vargas - consciente de que o jornalista constitui uma ameaça, planeja um atentado contra a sua vida. 
  • Outro crime acontece: o assassinato de um milionário em sua própria residência, um luxuoso apartamento duplex, em bairro de classe média alta, na cidade do Rio de Janeiro.
  • São crimes que cercam a vida do Comissário Mattos.
  • Sofrendo de terrível úlcera no estômago, envolvido com duas namoradas, Salete e Alice que perturbam-no.
  • Alice é casada com um rico empresário, Pedro Lomagno, desabafa seu drama: diz que seu marido tem uma amante, Luciana Aguiar, viúva de Paulo Gomes Aguiar, o homem cujo assassinato é investigado por Mattos.
  • O Comissário suspeita que a mão negra que arma os pistoleiros da Rua dos Toneleros em Copacabana, onde ocorre o atentado a Lacerda, deve ser a mesma que mata o milionário na cama. 
  • O atentado a Lacerda fere um coronel da Marinha; explodem manifestações na imprensa e nas ruas.
  • O povo exige explicação do governo.
  • Gregório Fortunato é preso e começa a ser diariamente interrogado.
  • O presidente perde progressivamente sua base política, encontra-se numa situação dúbia.
  • Se renunciar, será ainda mais criticado pelo povo; se permanecer no poder, terá que enfrentar a fúria da UDN e de muitos militares importantes que já não o apóiam. 
  • O Comissário tem uma única pista do assassinato do milionário: um anel dourado e alguns pêlos de negro no sabonete do banheiro e , por sorte, acaba ouvindo algo de que realmente suspeita: o fato de Pedro Lomagno ter um amigo negro, chamado Chicão.
  • Após descobrir que o anel não pertence a Gregório Fortunato, a suspeita recai sobre Chicão.
  • O raciocínio é simples, Pedro mandou o amigo Paulo  para ficar com a mulher e a fortuna.
  • Pedro sente a pressão do Comissário e manda Chicão eliminá-lo.
  • Enquanto isso, a situação se torna cada vez mais crítica para o Presidente.
  • A câmera mostra os xadrezes entupidos.
  • Vargas marca uma reunião com os ministros no Palácio do Catete.
  • A reunião estende-se pela madrugada.
  • Cada ministro faz a sua análise da situação política nacional.
  • Conversa Vargas com militares : crise instalada

         “O Alto Comando pediu-me que reiterasse a vossa excelência o propósito firme do Exercito de resguardar e defender as instituições”, disse Zenóbio.

         Vargas achou ambíguas as garantias do Alto Comando. “A Presidência da República é uma instituição democrática. O Alto Comando pensa nela quando fala em resguardar e defender as instituições?”.

         Zenóbio hesitou, antes de responder.

         “O Alto Comando não entrou em particularidades.”

         “Discutiu-se na reunião o atentado contra o major Vaz? E os ataques injustos que venho recebendo da oposição?”

         Zenóbio continuou vacilante. “Não, durante a reunião não. Falou-se informalmente antes, antes de começar a reunião. Comentários ligeiros.”.

         “De que tipo?”

         “Sobre a inquietação do pessoal da Aeronáutica.”

         “O Exercito nunca deu importância às inquietações da Aeronáutica”, retrucou Vargas. “Nem mesmo às da Marinha, que é a Arma mais antiga e tradicional. E Exercito é o Exercito!”

         “Sem duvida, senhor presidente.”

         “Podemos contar com todos os generais do Alto Comando?”, perguntou Vargas.

         “Sim, senhor presidente.” A cara larga e expressiva de Zenóbio mostrava pateticamente o seu nervosismo.

 

  • Ao final, o Presidente, cansado, solitário e deprimido, sobe para a ala residencial do Palácio e decide "sair da vida para entrar na História".
  • Um tiro no peito rouba-lhe a vida e convulsiona o país. O suicídio é encarado como saída derradeira para a situação catastrófica. 
  • Com o estômago ardendo, Mattos, após voltar do velório de Vargas, vai para seu apartamento para se encontrar com Salete.
  • Momentos mais tarde, quando ambos se encontram deitados, percebem a presença sorrateira de um negro alto e forte, que identificam como Chicão.
  • Mattos entrega-lhe o anel. Chicão não poupa nem a moça.

         “Amparado por Salete, Matos saiu do quarto e foi até a mesa da sala onde estava o telefone. hesitou. Não sou mais polícia, pensou. Vou voltar a advogar, quando me livrar das trapalhadas em que me meti. Eu devia dizer para esse sujeito, vai embora Francisco Albergaria e se precisar de um advogado me procura.

         Subitamente o som da vitrola aumentou fortemente de intensidade.”

  • Ao final do romance, temos uma quantidade de elementos: a corrupção policial, as negociatas políticas no Senado e na Câmara, a compra de favores.
  • A derrota do único honesto, o Comissário Mattos, é sinal da impossibilidade de existir algum resquício de honestidade naquele meio.
  • A última página do livro diz que "a cidade teve um dia calmo", apenas dois dias após a turbulência da morte de Getúlio Vargas.
  • Afinal, esta é uma cena brasileira: as convulsões ocorrem, mas tudo sempre volta à calma com o se nada tivesse acontecido.
  • No Brasil, tudo acaba em pizza. 

 

 

 V - Fato histórico 

  • Em relação aos acontecimentos políticos do ano em questão, o livro resgata o início do fim do já desgastado governo Vargas e das corrupções que nele ocorriam.
  • Este início foi marcado pelo famigerado atentado da rua Toneleros, na qual o alvo era o jornalista Carlos Lacerda, maior opositor ao governo de Vargas.
  • Lacerda sai apenas ferido do atentado, enquanto que o major Vaz, da Aeronáutica, que o acompanhava, morre.
  • A partir de então, unem-se forças de todos os lados contra Getúlio Vargas, responsabilizando-o pelo atentado.
  • A aeronáutica resolve fazer uma investigação paralela à da polícia e consegue descobrir e prender o atirador, Alcino, o motorista do carro e Climério, subchefe da segurança do Palácio do Catete.
  • Através deles chegam ao mandante do crime, Gregório Fortunato, o Anjo Negro, chefe da guarda pessoal de Getúlio Vargas.
  • Com isto, as forças armadas, Aeronáutica, Marinha e Exército, juntamente com a imprensa e a opinião pública, dirigida pela mesma, forçam de todo o jeito a renúncia de Vargas da Presidência da República.
  • Acuado e sem apoio, Vargas apela para a única saída honrosa para a crise, o suicídio. 

 

 VI - PERSONAGENS

    • Raimundo, porteiro do edifício Deauville, abandona a portaria de madrugada. Enquanto isso, acontece a morte de Paulo Gomes Aguiar.
    • Alberto Mattos, o comissário que encontrou um anel de ouro com a inicial "F" gravada no banheiro do empresário morto. O chefe da guarda pessoal de Getúlio programava um atentado contra Carlos Lacerda.
    • Paulo Gomes Aguiar era casado com Luciana e esta era amante de Pedro Lomagno. Pedro era casado com Alice. 
    • Inicialmente, Mattos acha que o anel era de Gregório Fortunato, depois descobriram que era de outro negro por causa dos pêlos encontrados no sabonete.
    • Mattos conversa com Raimundo e este diz que um negro foi ao apartamento de Luciana.
    • Luciana e Pedro dizem que foi um macumbeiro.
    • Pedro manda Chicão matar Raimundo.
    • Pedro vai com Mattos ver o macumbeiro, mas ele não era grande, forte e com os dedos grossos como o anel indicava.
    • Gregório era o mandante da Rua Tonelero, onde Climério, Alcino e o taxista Nelson estavam envolvidos.
    • Alcino, ao invés de matar Lacerda, acabou matando o Major Vaz.
    • O taxista foi pego, pois sua placa foi identificada e contou tudo. Climério foge e vai para Tinguá, mas é denunciado e preso.
    • A morte de Vaz tem uma repercussão muito grande.
    • Os aliados de Lacerda estavam fazendo o povo acreditar que foi Getúlio Vargas que mandou matar o Major Vaz.
    • Os aliados queriam de Getúlio renunciasse.
    • Todos os policiais recebiam dinheiro dos banqueiros do bicho para que os bicheiros não fossem presos.
    • Mattos e Pádua eram os únicos que não aceitam o suborno.
    • Idílio tenta comprar Mattos e este lhe dá um pontapé.
    • Então Ilídio quis matar Mattos, contratando Turco Velho.
    • Os outros bicheiros não deixam que isso ocorra.
    • Pádua descobre que foi Turco Velho que quis matar Mattos e o elimina.
    • Luiz Magalhães Sustentava Salete e esta era namorada de Mattos. 
    • Gregório é preso e diz que foi Lutero Vargas o mandante do crime da rua Tonelero.
    • Pedro Lomagno foi quem planejou a morte de Paulo Gomes Aguiar.
    • Paulo tinha que morrer ou acabaria levando a Cemtex à falência.
    • Contratou Chicão para matá-lo.
    • Alice briga com Pedro e passa a morar na casa de Mattos.
    • Como era meio desequilibrada, tenta incendiar a casa de Mattos.
    • Suicídio de Vargas.
    • Houve revoltas do povo, indignados com a morte de Getúlio.
    • Mattos prende todos policiais numa sala e solta todos os presos.
    • Teodoro conversa com Rosalvo.
    • Paulo Aguiar estava metido em negociatas com o senador Freitas, licenças da importação foram conseguidas com fraudes com Cexim.
    • Sabia demais e foi morto.
    • Ele achava que Mattos desconfiava que foi o senador Vitor Freitas que mandou matar Paulo, para esconder sua participação na roubalheira.
    • Teodoro contou para Clemente sobre as suspeitas de Mattos.
    • Clemente contrata Genésio para matar Mattos.
    • A cada dia que passa, Mattos sofre mais com sua úlcera duodenal.
    • Salete vai morar com ele em sua casa.
    • Chicão vai a casa de Mattos e recebe seu anel de ouro de volta.
    • Quando Mattos vai ligar para a polícia, Chicão mata Mattos e Salete, a mando de Pedro Lomagno.
    • Pois Mattos havia descoberto que o assassino era Chicão e o perseguiria para sempre caso vivesse.
    • Pouco depois, Genésio chega na casa de Mattos e encontra os corpos estendidos no chão.
    • Genésio diz a Clemente e Teodoro que havia matado Mattos e Salete. Com isso recebe seu dinheiro.
    • Pádua suspeita que foi Ilídio que mandou matar Mattos, então o mata.

 

VII -  Comentários Finais

  •  Os primeiros fatos são reais: crime da Rua Toneleros e o suicídio.
  • Contudo, o principal personagem, o Comissário Mattos, é fictício.
  • O Comissário, na verdade, é o "alter ego" do autor Rubem Fonseca.
  • A obra é narrada, em terceira pessoa, do ponto de vista do ingênuo, porém inteligentíssimo, Comissário.
  • Narrador: onisciente, com uso do discurso Indireto Livre

         “No bonde, a caminho da Casa de Saúde Doutor Eiras, o comissário pensava na entrevista que tivera momentos antes.

         Lomagno no inicio estava muito perturbado; no fim, muito tranqüilo. Acostumara-se com a mentira que lhe dizia, ou com a verdade? A historia do macumbeiro talvez fosse verdadeira. E também o que Lomagno lhe dissera sobre Alice. Essa reflexão fazia-lhe doer o estomago e o coração, prejudicava-lhe o raciocínio, impedia que o tira pensasse com clareza no papel do – Gregório ainda não, ainda era cedo! – do misterioso homem negro. Alice doente mental. Ele não percebera isso quando haviam estado juntos. Como uma pessoa tão bonita podia ser doente? Não, ele não teria sua lucidez prejudicada por duvidas impertinentes: o negro era o Gregório, cada vez tinha mais certeza disso. O F de Fortunato gravado no anel de ouro. Então ele, que gostava de repetir a máxima de Diderot de que o ceticismo era o primeiro passo em direção à verdade, estava agora cheio de certezas?”

  • Rubem Fonseca  não tece críticas à situação da época; ele, simplesmente, narra os fatos do ponto de vista de alguém correto, vítima de brutalidades políticas e de corrupção policial.
  • O autor entra na história que mancha o país e, por isso, cria este "outro eu" para atingir seu objetivo.
  • Visando dar conotação fictícia à história que envolveu fatos reais, Fonseca cria outros personagens, justamente para dar vida ao seu "alter ego" .
  • É o caso de suas namoradas. A obra, além de tudo, reflete ganâncias e obsessão pelo poder.
  • Com este livro, o autor fornece uma análise  dos conflitos políticos e sociais do contexto histórico em que a obra está inserida (1950-1954) e acaba despontando como um dos mais importantes romancistas contemporâneos.
  • Um dos pontos característicos dessa obra é o intenso paralelismo entre os fatos reais e a ficção que, somados a uma linguagem simples e coloquial, proporcionam ao leitor uma leitura agradável.
  •       Agosto usa a crise que culminou com o suicídio de Getúlio Vargas para desenvolver  uma narrativa com várias características marcantes da obra de Rubem Fonseca:a violência, o   sexo, o crime    investigado por um   policial incorruptível.
  •        O que Fonseca faz é mostrar o declínio do segundo governo de Getúlio, que ganhou popularidade com suas reformas trabalhistas.
  • Há uma desconstrução da  imagem getuliana  que recebeu a alcunha de Pai dos pobres  por sua política social.
  • É muito comum na modernidade trabalhar fatos históricos aliados à ficção literária. Fonseca, para denunciar a sujeira política a que estamos submetidos e ao mesmo tempo mostrar o mundo violento a que estamos submetidos, valeu-se do fato verídico do atentado ao jornalista Carlos Lacerda e do fato imaginário, que é o assassinato de Paulo Aguiar, que é investigada por Mattos, um comissário também fictício.
  • O autor conseguiu, com essa união entre realidade e ficção, criar uma narrativa investigativa, policial, atraente para o leitor e ao mesmo tempo narrar um fato histórico.
  • Campanha desvalorização Vargas

         “O senador estava convencido de que havia em curso uma campanha muita bem organizada desmoralização de Vargas, da qual participavam a Igreja, setores das Forças Armadas, setores do empresariado, partidos políticos da oposição e a imprensa. Quanto mais lama se jogasse em cima do Getúlio. melhor. Antes eram as negociatas dos membros do governo que eram denunciadas. Agora, eram os crimes. Em janeiro de 1920, segundo os jornais, Getúlio Vargas, com seu cúmplice Soriano Serra, teria assassinado o cacique Tibúrcio Fongue, da tribo dos inhacorá. O inquérito aberto teria sido abafado. Fac-símiles das folhas dos vários inquérito instaurados eram reproduzidos nos jornais.”

  • Poder da Imprensa: forte influência na política nacional

         “Uma notícia foi lida por Freitas com ironia. Os diretores de jornais Elmano Cardim. do jornal do Comércio, Roberto Marinho, do Globo, João Portela Ribeiro Dantas, do Diário de Notícias, Carlos Rizzini, dos Diários Associados, Chagas Freitas, de A Notícia, Othon Paulino, de O Dia, Paulo Bittencourt, do Correio da Manhã, Macedo Soares, Horácio de Carvalho Júnior, Danton Jobim e Pompeu de Souza, do Diário Carioca, haviam reivindicado e conseguido designar um representante credenciado para participar do inquérito da rua Tonelero. Aqueles calhordas acreditavam realmente do mito proveitoso, que eles mesmos haviam inventado, de que a imprensa era o quarto poder da Republica.”

 

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